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Herdeiro de sangue cigano

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Maria Betânia Monteiro – Repórter

“Feiticeira, feiticeira…/ Feiticeira é essa mulher/ Que por ela gamei/ Feiticeira, feiticeira/ Eu não posso negar o feitiço/ Que ela me fez/”. Os versos do falecido cantor potiguar Carlos Alexandre compuseram o hino da música romântica  brasileira. A popularidade da música, somado ao carisma do cantor fizeram com que Carlos Alexandre fosse coroado como o rei imortal do chamado brega. Para rememorar a carreira do ídolo e pai e marcar o aniversário de 22 anos de morte do artista (Carlos Alexandre morreu no dia 30 de janeiro de 1989, de acidente de carro) o filho de 29 anos deverá lançar um CD com os principais sucessos do autor de ‘Feiticeira’ e ‘Ciganinha’. “Todo mundo já tinha feito um tributo a meu pai, faltava eu”, disse Alexandre Júnior.

O CD tem 14 faixas, como Ciganinha (Você é a ciganinha/ Dona do meu coração./Não tenho sangue cigano,/ Mas pedirei a sua mão…), Feiticeira, Arma de Vingança (Eu fui usado como arma de vingança/ Para fazer o mal ao seu namorado/E agora ele volta pra você/Você me deixa de lado…) e Cartão Postal (Eu estou distante/Mas estou lembrando de você amor/ Estou lhe escrevendo/ Com o coração partido de dor…).

O CD foi gravado no meio do ano passado, mas ainda não foi lançado. Carlos Alexandre Júnior explica que recebeu o convite do também cantor e apresentador de TV Fernando Luiz, para lançar o disco em seu programa de TV este mês ).   Na ocasião Fernando Luiz vai prestar uma homenagem a Carlos Alexandre exibindo imagens inéditas do potiguar, em programas como o do Bolinha e do Chacrinha. “Sempre nessa época do ano eu sou procurado pela imprensa da Paraíba e Pernambuco, cidades onde meu pai fez muito sucesso”, desabafa o jovem cantor.

Carlos Alexandre Júnior herdou do pai não só o nome, como também o violão e o gosto pela música. Quando o Carlos pai morreu, o filho tinha apenas sete anos de idade. “Ele queria muito que eu fosse cantor”, afirmou o herdeiro. Carlos Alexandre Júnior esperou seis anos se passarem e em seguida tomou posse do violão e desenvolveu o gosto pela aprendizagem da música. Afinado e com um timbre bonito, não deu outra, o filho passou a tocar em bares e casas de show do nordeste.

Natural de Nova Cruz, Rio Grande do Norte, Carlos Alexandre (o pai) nasceu no dia primeiro de junho de 1957. Na fase adulta passou a morar em Natal, onde iniciou a carreira de músico e conheceu Carlos Alberto de Sousa, maior incentivador da sua carreira.

Gravou várias músicas em estúdios de São Paulo, obtendo aceitação imediata do público. Suas canções passaram a ser executadas nas rádios, garantindo a vendagem superior a 100 mil cópias de seu disco. Com a gravação da música Feiticeira, Carlos Alexandre vendeu outras 250 mil cópias de outro LP.

Durante pouco mais de dez anos de carreira, o sucesso foi o mais fiel parceiro de Carlos Alexandre. Seguindo na linha de Evaldo Braga, o cantor inseria sentimentos de traição, vingança e revolta nas letras das músicas que cantava, todos moldados por uma interpretação dramática peculiar. Aos que lhe criticavam, chamando-o de cafona e apelativo, Carlos Alexandre respondia apresentando o aval do povo.

Os personagens das músicas de Carlos Alexandre inspiraram outro potiguar, o jornalista e escritor Thiago de Góes. No livro Contos Bregas, Thiago dá nova vida aos tipos criados por Carlos Alexandre. Foi Thiago de Góes quem revelou a possibilidade de ser lançada uma biografia sobre o músico potiguar. “O advogado e escritor Lívio Oliveira me convidou para fazer uma biografia de Carlos Alexandre. Mas o tempo passou e não sei como anda o projeto”, disse Thiago.

Serviço

O CD de Carlos Alexandre Júnior pode ser adquirido através do fone (84) 9124 9506. No aniversário de morte, dia 30 de janeiro, haverá lançamento oficial do CD e programa de Tv de Fernando Luiz (SimTV!) dedicado ao artista, com imagens inéditas

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