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Hezbollah domina bairros de Beirute

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LÍBANO - Atirador do Amal patrulha uma das ruas da zona oeste de Beirute, dominada pelos xiitasBeirute (BBC) – A milícia xiita Hezbollah já controla vários bairros da zona oeste de Beirute no terceiro dia de confrontos nas ruas da capital libanesa, segundo informações da imprensa local. A oferta de trégua do líder sunita governista Saad Hariri foi rejeitada pelo Hezbollah e a residência oficial dele foi atingida por fogo de lança-granadas, em meio aos confrontos entre militantes pró e contra o governo. Guerrilheiros da milícia xiita atacaram inclusive os prédios do canal do Future TV, do jornal al-Mustaqbal e rádio Ash Sharq, todos pertencentes a Hariri.

De acordo com fontes do Exército, os milicianos disparam com fuzis e lança-granadas contra os prédios e depois entregaram o controle para os militares, com a condição de que as emissoras encerrassem as transmissões e evacuassem seus funcionários. Forças de segurança informaram que o Hezbollah tem guerrilheiros posicionados em 11 bairros da capital e já detém o controle dos bairros de Hamra e Verdun. Foram registrados tiroteios nas imediações das residências de Hariri e do líder druso Walid Jumblatt. Há informações de que negociações estão em andamento para que Jumblatt possa deixar a área em segurança e, de acordo com emissoras libanesas, os seguranças do ministro da Informação, Ghazi Aridi, se renderam e entregaram suas armas às milícias da oposição.

O governo acusa o Hezbollah e seus aliados de tentativa de golpe de estado, enquanto o Exército tenta controlar os combates entre facções rivais. A situação em Beirute era tensa ontem, e grande parte das ruas estava vazia. A população procurava refúgio em outras áreas ou nas montanhas.

Os combates diminuíram durante a noite, mas voltaram com mais força na manhã de ontem. O número de mortos já chega a 12. Algumas estradas foram reabertas no interior do país, mas a rodovia que leva à fronteira com a Síria continuava fechada, assim como o aeroporto de Beirute.

A crise começou na manhã de quarta-feira quando sindicatos pró-oposição realizaram uma greve geral para exigir aumento de salários. Os protestos logo enveredaram para a violência, com militantes pró e antigoverno travando batalhas nas ruas da capital.

A oposição exige a renúncia do primeiro-ministro, Fouad Siniora, que tem o apoio dos Estados Unidos e de outros países ocidentais. O Líbano vive uma crise política há mais de um ano e está sem presidente desde novembro do ano passado, quando o pró-sírio Emile Lahoud deixou o cargo. Desde então, governistas e oposição não conseguem chegar a um acordo, com a sessão do parlamento para eleger o novo presidente tendo sido postergada 18 vezes.

Analistas vêem como delicada a situação no Líbano. O governo caminha para o colapso sem que seus aliados, como a Arábia Saudita e o Egito, tenham mostrado, até agora, sua influência regional. Na semana passada, os governos saudita e egípcio haviam advertido a oposição contra uma tentativa de atacar os sunitas do Líbano.

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