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Hinos

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Itamar Ciríaco/ [email protected]

O futebol é muito mais do que apenas jogadores correndo atrás de uma bola. No Brasil, acima de tudo, é um fenômeno social que vem sendo estudado há anos e apresenta nuances que podem ser exploradas sob vários aspectos. Em minhas pesquisas sobre a matéria encontrei um excelente artigo produzido por Elcio Cornelsen, publicado na Ciência e Cultura, que analisa os hinos de futebol dos clubes e sua relação com a sociedade brasileira. A publicação mostra como as músicas deixaram de lado a erudição do início, abandonado o traço formal e as associações com o esporte olímpico e a Grécia, além do ritmo quase militaresco e caíram na popularidade se relacionando ao samba, as marchinhas de carnaval e ao frevo a medida que o esporte bretão ganhava tons de verde e amarelo.
Hinos 1
O estudo de Cornelsen também revela que esse fenômeno ocorreu mundo à fora. Ele escreve que: “em Portugal e na Alemanha, nos permite afirmar que, nesses países, os hinos também receberam traços daqueles ritmos considerados populares, como o fado no caso português, ou como as chamadas “canções de cervejaria”, no caso alemão, estas mantendo ainda alguns traços rítmicos que aludiam ao compasso dos antigos hinos marciais, fundamentalmente executadas ao som de metais e instrumentos de sopro. Portanto, o mesmo fenômeno cultural ocorrido no Brasil, quando falamos de hinos de futebol, também ocorreu em outros países, mas o diferencial está, justamente, no tipo de ritmo popular que permitiu esse casamento entre música e futebol”.
Hinos 2
Mas é ao longo do século XX, impulsionado inclusive pelos títulos da Seleção Brasileira de Futebol, que passou a ser uma espécie de “embaixador”, sem a necessidade de nomeação polêmica, do País, que o esporte recebeu a maior contribuição da cultura nacional. Nomes como  Ary Barroso, Lamartine Babo, Wilson Batista, Lupicínio Rodrigues, Tom Zé, Gonzaguinha, João Bosco, Jorge Ben Jor, Paulinho Nogueira, Aldir Blanc, Chico Buarque, entre tantos passaram a compor hinos e músicas sobre e com o tema. Esse fenômeno, segundo a publicação, também atingiu a literatura. Ele cita que seja em romances, contos, poesias e crônicas, através de escritores como Carlos Drummond de Andrade, José Lins do Rego, Nelson Rodrigues, Paulo Mendes Campos, João Cabral de Melo Neto, Alcântara Machado, Vinícius de Moraes, Carlos Heitor Cony, Edilberto Coutinho, Luís Fernando Veríssimo, entre outros.
Hinos 3
No Rio Grande do Norte a história não foi diferente. Os hinos dos principais clubes, ABC, América e Alecrim receberam essas influências e foram compostos por Claudomiro Batista de Oliveira, o “Dosinho”, que faleceu aos 87 anos, em 2014. Conhecido como o “Capiba Potiguar”, Dosinho foi o maior compositor das marchinhas e frevos-canções dos carnavais no Rio Grande do Norte. Nas composições para os clubes potiguares, o autor deixa claro os traços carnavalescos e alegres do “novo” estilo para os hinos dos clubes de futebol. Uma contribuição que entrou definitivamente para a história da música e das nossas agremiações.
Eleição
Para o bem do América, seria interessante que os próximos passos, relativos ao pleito presidencial do clube, fossem apresentados com menos ranço. Em duas oportunidades que o assunto antecipação da eleição foi respondido por nomes oficiais do Alvirrubro a justificativa dada, para que a decisão por antecipar não seja tomada, é a seguinte: “Quem está pedindo, quando foi presidente não o fez”. Essa resposta não contribui para que haja a possibilidade de união em torno de um nome, individualiza críticas, além de não ser uma explicação com argumentos sólidos para a negativa.
Segredo
A opção de ficar longe de Natal, sem retornar à capital potiguar depois da vitória sobre o Ferroviário e partir direto para o Maranhão, foi uma decisão acertada do ABC. Além de economizar a saúde física dos atletas, uma vez que as distâncias são reduzidas e o tempo de viagem também, o técnico Roberto Fernandes ganha mais horas de trabalho com o grupo, tranquilidade e pode fazer uma das coisas que mais gosta: mistério. Longe da imprensa local, ele pode fazer ainda mais segredo sobre o time que enfrenta o Imperatriz, sábado no interior maranhense, pela Série C do Campeonato Brasileiro.
Números
A vitória do ABC sobre o Ferroviário/CE, na Arena Castelão, motivou o torcedor abecedista, deu confiança a equipe e evitou um desastre, uma vez que, como o Globo vencera o Náutico, a situação ficaria muito complicada se o Alvinegro não conseguisse os três pontos na capital alencarina. No entanto, o resultado pouco alterou o percentual de risco de rebaixamento do time de Roberto Fernandes, segundo os números do site Chance de Gol.

Números 1

Os estatísticos avaliam que o ABC tem um risco de 82,8% de cair para a Série D do Campeonato Brasileiro. Pesam nesses números vários fatores. Primeiro, apesar de vencer em Fortaleza, essa foi a única vitória fora de casa do time de Ponta Negra e a próxima partida será na casa do Imperatriz e não em Natal. Segundo, o aproveitamento do time maranhense, em casa, é muito bom. Terceiro, o Globo, adversário direto do ABC, também jogará em casa, no Barrettão, contra o Botafogo e o aproveitamento da Águia, em Ceará-Mirim é de 67%.
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