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Holanda hoje, Brasil amanhã

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Karla Motta  – mestre em Engenharia e Consultora de Logística 

A logística e a inovação fazem toda a diferença na qualidade dos produtos. Infra-estrutura de transporte eficiente, inovação e valor agregado são fatores considerados decisivos pelos holandeses para que o setor agrícola do seu país seja o segundo maior exportador mundial, tendo alcançado cifras de 85 bilhões de dólares em 2008.

 Um produtor que colhe flores às 16 horas, consegue deixá-las no aeroporto às 19 horas e às 13 horas do outro dia elas já estarão no destino, em Nova Iorque. Isto é possível graças à automação da agricultura, adotada para reduzir os custos de produção, pois é alta a remuneração da mão-de-obra no país. Em termos de infra-estrutura logística, a Holanda tem o maior porto da Europa e o quatro maior do mundo, localizado em Rotterdã. A cidade abriga empresas brasileiras como Bunge, Braskem e Petrobras.

Bart Vrolijk, conselheiro da embaixada do Reino dos Países Baixos em Brasília, forneceu estas informações no evento Holanda Hoje, realizado nesta semana em Florianópolis, pela Federação das Indústrias do Estado de Santa Catharina – FIESC e pela Rede Econômica Holandesa no Brasil. Louis Piet, cônsul-geral do Reino dos Países Baixos em São Paulo, declarou no evento que a chave para um país ter êxito comercial é investir em inovação, tendo sido este um dos fatores que levou a Holanda, um país de 17 milhões de habitantes, a se tornar a 16ª economia do mundo.

A Holanda é um país antigo com idéias novas, devido à sua cultura empreendedora. O setor criativo na Holanda é muito valorizado e cerca de 310 mil pessoas trabalham nesta área, focando não apenas a funcionalidade, mas também a beleza estética dos produtos. As inovações que surgem na Holanda vão desde a criação de um simples guarda-chuva resistente ao vento forte e à chuva até o design, com a criação da logo dos Jogos Olímpicos realizados em Pequim.

Amsterdã é a capital da Holanda e a menor metrópole do mundo, com 715 mil habitantes, mas impressiona pelos 1.402 cafés, 750 restaurantes, 42 dos 744 museus holandeses e 1.759 empresas listadas na bolsa de valores do país. A Holanda também é mundialmente conhecida por seus pintores Piet Mondrian e Vicente Van Gogh, tendo muitas familiaridades com o Brasil, dentre elas o gosto pelo futebol. E o Brasil se mobiliza para que as semelhanças não parem por aí.

Neste dia 23/10/2009 a Confederação Nacional da Indústria – CNI encaminhou à Presidência da República um manifesto de Mobilização Empresarial pela Inovação, denominado “Inovação: A Construção do Futuro”. Trata-se de uma proposta para criar um movimento nacional pela inovação, em uma ação conjunta da iniciativa privada e do governo. São propostos a priorização da inovação nas empresas de todos os portes, o estímulo e o fomento ao movimento da inovação no Brasil, a adoção de uma cultura inovadora e empreendedora pelo modelo educacional, o comprometimento com a sustentabilidade sócio-ambiental e a modernização da gestão pública, repercutindo estes últimos nos aspectos logísticos da infra-e strutura.

O documento aponta a existência de problemas estruturais brasileiros, como gargalos na infra-estrutura, educação deficiente, sistema tributário, concorrência desleal e custo de capital. Também revela que hoje, apenas seis mil empresas fazem pesquisa no país e 30 mil declaram inovar em produtos e serviços.  As ações sugeridas no manifesto tem a meta de que, dentro de 4 anos, 60 mil empresas estejam investindo em inovação no Brasil, contribuindo assim para que a economia nacional se torne mais competitiva, próspera e sustentável. Que o exemplo da Holanda nos seja um bom espelho.

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