Yuno Silva
repórter
Até o final deste ano, se tudo correr dentro dos conformes, o Centro Histórico de Natal deverá se transformar em um grande canteiro de obras. Essa é a expectativa da superintendência regional do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, que anunciou para o mês de setembro o lançamento das primeiras licitações voltadas a empresas interessadas em conduzir a restauração de imóveis tombados pelo patrimônio e praças localizadas nos bairros da Ribeira e Cidade Alta. Ao todo, serão aplicados R$ 43,5 milhões na capital do RN através do PAC Cidades Históricas.
A restauração do Forte dos Reis Magos, primeiro projeto aprovado pelo PAC-CH no país, com orçamento estimado em R$ 8,5 milhões, segue na dianteira e já deu os primeiros passos: “Iniciamos a substituição da passarela interna de madeira, para que a visitação ao Forte não seja interrompida durante as obras de restauração”, informou Onésimo dos Santos, superintendente do Iphan-RN. Ele acredita que todas as obras deverão ser iniciadas até dezembro. “Os projetos estão prontos e a análise está bem adiantada”, garantiu.
As propostas são analisadas em duas frentes: a parte das intervenções físicas está à cargo do próprio Iphan-RN, enquanto o orçamento é verificado pelo órgão nacional em Brasília. “A única exceção são os projetos de requalificação das praças, que estão sendo avaliados localmente por técnicos da Caixa Econômica (agente financeiro do PAC-Cidades Históricas)”, disse Santos.
O Iphan-RN aprovou três projetos, que totalizam R$ 11,1 milhões: as restaurações do Forte, do antigo Armazém Real da Capitania (primeira sede do Instituto na Cidade Alta) e do casarão do Arquivo Arquidiocesano (imóvel também na Cidade Alta que teve parte da estrutura destruída após as chuvas de março passado). O Governo do RN abocanhou a maior fatia, R$ 24,9 milhões, e está responsável pela restauração do Teatro Alberto Maranhão, o imóvel onde funciona a Escola de Dança do TAM, na rua Chile, e 11 praças no perímetro do Centro Histórico.
As outras duas instituições contempladas foram a UFRN (R$ 5,9 milhões) e a Prefeitura de Natal (R$ 2,1 milhões). A Universidade Federal está comprometida com a restauração do antigo Grupo Escolar Augusto Severo e com edifício da Secretaria Municipal de Tributação (Semut), sede do antigo Instituto de Matemática; e o município aprovou obras no Palácio Felipe Camarão e no albergue municipal, antigo Hotel Central, na Ribeira.
Vale lembrar que o tombamento dos 28 hectares que compreendem o Centro Histórico de Natal foi homologado pelo Ministério da Cultura no dia 18 de julho – o processo iniciado em 2010 destaca 64 edificações de relevância histórica. “O MinC apenas oficializou, a área tombada não sofreu nenhuma alteração. Nosso próximo passo é realizar estudos individualizados e criar normativas para nortear como esse patrimônio deve ser preservado, o que pode ser alterado e o que precisa ser demolido”, disse Onésimo.
Intervenções Históricas em Natal
Total: R$ 43,5 milhões
Sob responsabilidade do Iphan-RN – R$ 11,1 milhões
. Restauração do Forte dos Reis Magos – R$ 8,5 milhões
. Restauração do Casarão do Arquivo Arquidiocesano – R$ 1,5 milhão
. Restauração do Antigo Armazém Real da Capitania (antiga sede do Iphan/RN na Cidade Alta) – R$ 1,1 milhão
Prefeitura do Natal – R$ 2,1 milhões
. Restauração do Palácio Felipe Camarão (sede do executivo municipal) – R$ 1,5 milhão
. Reabilitação do Antigo Hotel Central (albergue noturno na Ribeira) – R$ 610 mil
Governo do RN – R$ 24,9 milhões
. Requalificação de 11 Praças no Centro Histórico – total R$ 9,9 milhões
. Restauração do casarão da Escola de Dança do Teatro Alberto Maranhão – R$ 11 milhões
. Restauração do Teatro Alberto Maranhão – R$ 4 milhões
UFRN – R$ 5,9 milhões
. Restauração do edifício da Semut (antigo Instituto de Matemática) – R$ 3,3 milhões
. Restauração do Antigo Grupo Escolar Augusto Severo, na Ribeira – R$ 2,6 milhões