Hospital de Campanha de Natal deve abrir 100 leitos em 10 dias

Repórter

O Hospital de Campanha de Natal, que está sendo viabilizado para uma eventual necessidade no aumento de casos de coronavírus na capital, deve disponibilizar os leitos clínicos de internação nos próximos 10 dias. A informação foi confirmada pelo titular da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), George Antunes. A expectativa é de que os pacientes comecem a ocupar os quartos na primeira quinzena de abril. Serão 100 leitos aptos a para receberem pacientes classificados leves ou moderados. Não há previsão, por enquanto, para abertura de 20 novos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

#SAIBAMAIS#A reportagem da TRIBUNA DO NORTE visitou nesta terça-feira, 31, as instalações da estrutura em fase de montagem pela SMS onde funcionava o Hotel Parque da Costeira, na Via Costeira. Entre serviços de pinturas, acabamentos, pequenas reformas e adequações em toda a estrutura, o hotel desativado está recebendo os últimos ajuestes para receber eventuais pacientes de Covid-19.

De acordo com o secretário George Antunes, cerca de R$ 8 milhões estão sendo investidos no local. A parte elétrica e hidráulica já foram ajustadas e a SMS aguarda a chegada de equipamentos hospitalares até o final desta semana para a ocupação definitiva do espaço.

“Isso aqui será uma retaguarda. A dificuldade que temos é no caso da UTI, porque dependemos dos equipamentos do Ministério da Saúde. Os leitos clínicos têm data de 8 a 10 dias. A prioridade é essa aqui, porque já tenho 10 leitos de UTI e mais 20 que vamos fazer, esses para começar. Tenho uma folga de tempo para essa UTI daqui, mas não tenho essa folga de tempo para internação clínica. Camas, lençóis, isso já foi tudo comprado”, declarou Antunes. Dez leitos de UTI serão disponibilizados no Hospital Municipal Newton Azevedo e outros 20 serão viabilizados na estrutura do Hotel Parque da Costeira. 

Os 100 leitos de clínica médica ficarão distribuídos em 50 quartos do primeiro pavimento do hotel, desativado desde o final do ano passado. Cerca de 300 funcionários, entre médicos, técnicos de enfermagem, enfermeiros, intensivistas e pessoal de apoio administrativo serão contratados emergencialmente pela Prefeitura do Natal, uma vez que não há profissionais de saúde em número suficiente no quadro próprio da SMS para a situação.

“Temos a garantia de que teremos os médicos da cooperativa. A outra parte da mão de obra, sabemos que a oferta é bem maior, mas creio que não teremos problemas nessa contratação”, disse George Antunes. Nesta terça-feira, 31, inclusive, a Câmara Municipal de Natal aprovou o decreto de calamidade pública e está discutindo a criação de 100 cargos na Saúde do município.

O imóvel onde funcionava o Hotel Parque da Costeira estava desocupado desde novembro de 2019, quando parou de receber hóspedes, e foi tomado pela Justiça do Trabalho para pagamento de dívidas trabalhistas. A cessão do local foi requisitada pela Prefeitura do Natal para a instalação do Hospital de Campanha. De acordo com o juiz do trabalho Cácio de Oliveira Manoel, após o quadro de pandemia, o prédio voltará para leilão.

Vendo o andamento da crise e o crescimento no número de casos, a Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap) pretende dar início, nos próximos dias, à viabilização de um hospital de campanha na Arena da Dunas,  zona Sul de Natal, com cerca de 60 leitos. 

O secretário de saúde Cipriano Maia disse que o projeto do hospital de campanha na Arena das Dunas já está elaborado. “Está sendo viabilizado o mecanismo de contratação do serviço de implantação e da gestão dos leitos. Acreditamos que entre 20 e 30 dias esse hospital estará em condições de funcionamento”, disse. Os custos da implantação da unidade não foram divulgados pelo titular da Sesap.

Em entrevista na semana passada à TRIBUNA DO NORTE, Cipriano Maia havia antecipado que os leitos seriam implantados nas áreas comuns da Arena das Dunas. No Pacaembu, em São Paulo, por exemplo, os leitos foram viabilizados no gramado do estádio. A Sesap chegou a tentar viabilizar um hospital de campanha no antigo Hospital Papi, mas as condições da estrutura não possibilitaram o processo. De acordo com um de seus compradores, o médico Luiz Roberto Fonseca, do Hospital Rio Grande, uma reforma demandaria pelo menos quatro meses a um custo inicial estimado em R$ 5 milhões.

Além dos 60 leitos na Arena, a ideia da Sesap é continuar abrindo os leitos no Sistema Único de Saúde (SUS). São previstos 134 leitos, dos quais 61 de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), e 73 de Unidade de Cuidados Intensivos (UCI) em dez hospitais espalhados pelo Estado. A Sesap também estuda a contratação de leitos privados.