Luiz Henrique Gomes
Repórter
Com todos os leitos gerais de Unidad de Terapia Intensiva (UTI) exclusivos para Covid-19 ocupados, o Hospital Giselda Trigueiro, em Natal, fechou o Pronto Socorro e transferiu pacientes internados com outras doenças para o Hospital Universitário Onofre Lopes (HUOL) nesta segunda-feira, 18. Ao todo, 21 pacientes que estavam internados em leitos clínicos (de observação) do Giselda Trigueiro foram transferidos. A Secretaria de Estado da Saúde Pública do RN (Sesap/RN) planeja transformar os leitos, agora vagos, adequados para os pacientes infectados pelo novo coronavírus.
#SAIBAMAIS#Apesar da transferência, o hospital estadual continua dando assistência a pacientes com algumas doenças infecciosas, como a tuberculose. A reportagem questionou à Sesap/RN quais doenças, além da tuberculose e da Covid-19, continuarão sendo tratadas no Giselda Trigueiro, mas não recebeu resposta o fechamento desta edição.
A Secretaria de Estado também não detalhou quando os leitos estarão aptos a atenderem pacientes com coronavírus. Até às 11h desta segunda-feira, 22 dos 23 leitos de UTI destinados aos pacientes graces de Covid-19 da unidade estavam ocupados. Horas antes, às 8h, a ocupação era total.
Com o Pronto Socorro fechado, o Hospital Giselda Trigueiro vai atender apenas pacientes regulados, vindo de outras unidades de saúde.
Segundo a Sesap/RN, pessoas que têm sintomas graves da doença devem procurar pronto socorros, como as Unidades de Pronto-Atendimento (UPA). Se o paciente precisar de internação, é incluído em uma fila de espera por leitos que pode direcioná-lo a outros hospitais referências para a doença causada pelo novo coronavírus.
O fechamento do Pronto Socorro do Hospital Giselda Trigueiro não foi informado antecipadamente pela Sesap/RN e surpreendeu dezenas de pessoas que procuraram atendimento na unidade ao longo desta segunda-feira, 18.
Fila de espera
Às 11h desta segunda-feira, 54 pessoas estavam na fila de espera por leito de UTI no Estado. Dessas, 12 necessitavam de leito crítico (UTI ou semi-intensivo). Duas delas estavam em em estado muito grave e outras 10 em estado grave. As 42 pessoas restante precisavam de leitos de observação, disponíveis em unidades municipais. Além de um único leito de UTI disponível no Giselda Trigueiro, apenas o Hospital da Polícia Militar possuía leitos de UTI Adulto vagos. Dos 15 existentes, 12 estavam vagos.
O Hospital Universitário Onofre Lopes, historicamente, não trata doenças infecciosas. Equipes médicas do Estado, atuantes no Giselda Trigueiro, foram deslocados para o hospital universitário para possibilitar a assistência aos pacientes, acometidos por doenças como a AIDS, meningite, dengue, zika e chikungunya. O hospital abriu os 21 leitos para receber os pacientes sem afetar a demanda restante.
Pacientes com tuberculose não foram transferidos porque possuem um protocolo específico, segundo afirmou a assessoria de comunicação do HUOL. Uma futura transferência desses pacientes está sendo debatida pelos gestores estaduais, do hospital universitário e Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN).
Desde meados de abril, o Onofre Lopes também atende pacientes regulados pelo município de Natal com outras doenças. Esses pacientes seriam internados, normalmente, no Hospital Municipal de Natal, mas a unidade foi fechada para atender exclusivamente casos de coronavírus. O setor de comunicação do HUOL afirmou que, nesse caso, os pacientes ficam internados nos leitos já existentes no hospital. São 262 leitos clínicos, 19 de UTI Adulto e 5 de UTI Pediátrica. O Onofre Lopes não recebe pacientes suspeitos ou confirmados de Covid-19.
