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Hospital se transforma em picadeiro

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Marcelo Filho
repórter

As crianças que realizam tratamento no Hospital Infantil Varela Santiago, em Natal, viveram, ontem (2), uma tarde atípica, mas de muita alegria. O pátio interno do ambulatório se transformou em um picadeiro que recebeu os artistas do “Le Cirque Amar”. A trupe trouxe aos pacientes mirins toda a magia e encanto que a arte circense pode proporcionar, além de contribuir para a recuperação de pequenas e pequenos com doses reforçadas de amor.
Durante a apresentação, que contou com a interação do público, as crianças se divertiram e puderam ter contato com o colorido universo circense
Muitas das crianças que estão internadas no hospital nunca tiveram a oportunidade de ir a um circo, informa o diretor técnico Shekson Ribeiro. “Tem criança aqui que não tem esse momento de diversão. Toda criança gosta de ir a um circo. Em um momento como esse, pela debilidade que essas crianças passam, os olhinhos delas brilham. É emocionante”, diz o diretor, que reforça a importância terapêutica do contato das crianças com as atrações circenses. 

Um dos remédios essenciais para o tratamento de várias crianças que estão internadas no Varela Santiago é o amor. E a expressão deste sentimento está explícita na atual temporada de apresentações do “Le Cirque”, denominada “Amar”. De acordo com Bryan Stevanovich, diretor de marketing do circo, em cada cidade por onde passam, os artistas doam seus talentos para transformar a rotina de pacientes em hospitais infantis. “O circo não poderia ir embora sem antes passar pelo Varela Santiago, que tem muitas crianças que nunca foram a um circo. Os artistas são convidados, mas muitos vêm por vontade própria. Fazemos essa ação com muito amor e alegria”, destaca.

Iniciado o espetáculo, funcionários, as mãezinhas (como são chamadas carinhosamente pela equipe da unidade) e, claro, suas crianças, centraram seus olhares às trapalhadas e mágicas dos palhaços, à beleza e elasticidade das bailarinas e à agilidade e força dos acrobatas. Entre uma pipoca e outra, expressões que variavam entre a surpresa e o riso, sempre acompanhadas de efusivas salvas de palmas.
Muita atenção na hora dos números dos acrobatas. Plateia elogiou a iniciativa do espetáculo
“Tanto para mim, como para todos nós [do circo], é uma alegria imensa estar aqui. Como eles não podem ir até o circo, o circo vem até a eles”, diz Celso Stevanovich, 53, que dá vida ao palhaço Matraca. O artista, que nasceu e vive para o circo, destaca a emoção que toma conta nas apresentações para crianças que necessitam de cuidados especiais, como as do Varela Santiago. Como exemplo, Stevanovich recorda o pedido de uma menina para a qual ele apresentava números de mágica em um hospital.

“Ela me perguntou se eu poderia fazer uma mágica. Eu respondi que sim, e ela me disse que era um outro tipo de mágica, pois a cirurgia dela seria no dia seguinte. Foi muito emocionante”, relembra. “Se eu puder dar um pouco de alegria a essas crianças, assim como àquela menina que seria operada e depois ela estivesse bem, está tudo feito”, complementa Celso. As pretensões do palhaço Matraca parecem ter se concretizado, através das reações do público presente ao espetáculo.

“A gente fica feliz porque o hospital não é um lugar muito legal de se estar. Quando a gente vê todo esse amor, nós que somos mães nos confortamos em ver o sorriso dos filhos”, revela Jaqueline Sabino, mãe do pequeno Ruan Vinícius, de dois anos, que possui epilepsia e ainda não havia tido contato com o circo até então. “A nossa função é fazer com que as pessoas esqueçam os seus problemas. Levamos uma apresentação com muito amor, carinho e que fazemos de coração para proporcionar a alegria dos artistas pra elas”, considera Celso Alberto Stevanovich, 29, que faz o papel do palhaço Moroco juntamente com Matraca, interpretado pelo pai.

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