Até o próximo dia 29, são comemoradas as festas juninas. Fogos e fogueiras estão entre as tradições mais marcantes do período e, devido ao grau de periculosidade que apresentam, o Centro de Tratamento de Queimados (CTQ), do Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel (HMWG), alerta para a importância de se respeitarem as normas de segurança.
A queima de fogos e o acendimento de fogueiras, anualmente, elevam em 30% o número de atendimentos no CTQ. Em grande parte, devido à falta de atenção dos pais, crianças de até cinco anos são as mais atingidas. Fogueiras mal apagadas e fogos não compatíveis com a faixa etária estão entre os motivos mais comuns de acidentes, levando menores a permanecer meses internos no Centro.
A enfermeira chefe do CTQ, Paula Delne, chama a atenção para o problema: “para a criança – e para muitos pais – uma bomba ou um traque explodir é apenas uma brincadeira. Eles não percebem o perigo que aquela situação representa”. Para ela, a prevenção é a melhor maneira de evitar acidentes. A enfermeira adverte também que há fogos aparentemente inofensivos, mas que devem ser evitados, devido ao seu grau de imprevisibilidade, como as “cobrinhas”, cuja direção a ser tomada após acesa é imprevisível, podendo gerar uma queimadura de segundo ou terceiro grau, quando em contato com a pele.
A diretora geral do Walfredo Gurgel, Maria de Fátima Pinheiro, informa ainda que “a queimadura é o ferimento mais demorado a cicatrizar. Dependendo do grau da lesão, a criança pode ficar meses internada, separada do ambiente familiar, até sua total recuperação”.
Uma orientação dada pela fisioterapeuta do CTQ, Joana Darc Gomes, é lavar o local da queimadura “apenas com água corrente, não aplicando nenhum produto como pasta de dente, café ou pomadas”. Segundo ela, além de não contribuírem em nada para a cicatrização, esses produtos podem piorar o quadro de saúde do paciente, prolongando o tempo de tratamento e aumentando o risco de infecção.
De acordo com o CTQ, apesar de uma pequena diminuição do número de queimados no ano passado, a gravidade dos casos tem aumentado. Dados levantados pelo setor identificaram que, de junho de 2012 a maio deste ano, foram internados 253 pacientes em decorrência de queimaduras graves. Destes, 111 eram crianças.
As ocorrências com líquido aquecido ainda predominam quando o assunto é acidente doméstico. Nos últimos 11 meses, 89 pessoas foram queimadas por escaldadura, normalmente envolvendo água, leite, café e sopa. O número de pacientes que deram entrada em razão da combustão do álcool é outro dado que chama a atenção da equipe do setor.
Passo a passo para procedimentos em casos de queimadura:
Lavar a área queimada com água corrente e sabão;
Cobrir o ferimento com um pano seco e limpo;
Encaminhar a vítima ao CTQ do Hospital Walfredo Gurgel o mais rápido possível.
