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Hotéis alegam crise para o fechamento de seis mil empregos

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ALERTA - Fermi diz que substituições de secretários atrapalharam

A temporada do turismo começa este mês para os estados da região Nordeste. Especialmente com a retomada dos vôos charters vindos da Europa. Mas ao contrário dos vizinhos, o setor enfrenta o pior início de “alta estação”, no Rio Grande do Norte, e segundo a Associação Brasileira da Indústria Hoteleira (ABIH/ RN) cerca de seis mil pessoas já foram demitidas. A crise é geral — das pousadas aos maiores empreendimentos hoteleiros de Natal —, segundo confirmou ontem o presidente da ABIH/RN, Enrico Fermi.

A expectativa de uma taxa de ocupação, para este mês, variava entre 70% a 78%, mas será de no máximo 35% até o próximo dia 30. Os empresários e as entidades que representam o setor, no Estado, confirmam que sobram apartamentos vazios não apenas nos hotéis da Via Costeira, mas em destinos como Pipa, no litoral Sul do Rio Grande do Norte. As demissões são consideradas dos últimos 12 meses.

Em Ponta Negra, a crise afeta também os restaurantes, que nessa época do ano deveriam iniciar as contratações em função dos turistas estrangeiros oriundos principalmente da Europa. “A perda de mão-de-obra é de aproximadamente 30%. Cerca de seis mil pessoas”, disse Enrico Fermi, que também é empresário. Os empresários afirmam que o Rio Grande do Norte é o único estado da região que segue na contramão do desenvolvimento de políticas capazes de projetar as potencialidades. Heitor Pizzato, presidente da Associação dos Hotéis e Restaurantes do bairro de Ponta Negra, considera a pior crise desde que se instalou no Estado, há dez anos.

O presidente regional da ABIH  destaca que perde o Estado porque a “fuga” do turista, seja estrangeiro ou de outras regiões do País, repercute em setores como o comércio e a construção civil. A ABIH detém estudos através do qual constatam que apenas 15% dos gastos do turista estrangeiro ficam com os hotéis. O restante é consumo de bens e serviços em outros segmentos — especialmente no comércio.

Heitor Pizzato atribui o baixo desempenho do turismo a vários fatores — câmbio que atrai os brasileiros ao exterior em função da cotação do dólar, a crise da Varig —, mas nenhum deles causa mais impacto que a falta de investimentos em divulgação do destino Natal no exterior. “O que há é muita conversa… e turismo é só para fazer política. O governo Wilma está devendo, e muito”, disse o empresário.

Enrico Fermi destaca que Natal já foi considerado um dos principais destinos turísticos do País e da região Nordeste, ocupava o segundo lugar e esteve a frente do Ceará, mas hoje é o quarto colocado e se aproxima da quinta colocação. Para ele, outro fator que contribuiu para a “derrocada” do setor foram as constantes substituições de secretários estaduais dessa pasta — Renato Garcia é o quarto ocupante da cadeira desde que Wilma de Faria assumiu o governo.

Situação que impede, segundo os empresários, a continuação de qualquer política para o setor. A crise mobiliza até mesmo a Federação do Comércio de Bens de Serviços e Turismo (Fecomercio/RN) e a Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do RN (FCDL). As instituições estão empenhadas junto às entidades do turismo potiguar e, mais recentemente a Secretaria Estadual do Turismo, para desenvolver um plano estratégico de desenvolvimento do setor para os próximos dez anos.

O presidente regional da ABIH reconhece que houve também falta de planejamento da iniciativa privada, que mesmo diante de situações previsíveis como a Copa do Mundo de Futebol (na Alemanha) não se organizou para compensar a eventual perda de turistas. “São questões pontuais e que com o planejamento poderemos encontrar alternativas e estamos fazendo isso agora”, disse.

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