A Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH/RN), estima para o período da Copa uma ocupação de 80%, que ainda espera-se que cresça. O presidente da ABIH, Habib Chalita, afirma que ainda há procura por hospedagem para o Mundial.
Chalita esclarece que, em função da devolução dos leitos pela Match, os hoteleiros precisaram refazer o planejamento. No início de abril, a agência de viagens oficial da Federação Internacional de Futebol (Fifa), a Match, comunicou aos hoteis de Natal a devolução de 70% a 90% dos 10 mil leitos que tinha reservado na época das negociações com as cidades-sede. “A ABIH solicitou a Match a antecipação da devolução dos leitos e assim houve tempo para que a hotelaria pudesse se reorganizar em sua estratégia de divulgação para vender seus leitos para o mundial”, acrescenta Chalita.
#SAIBAMAIS#George Costa, diretor da empresa de receptivo Luck Natal, confirma que Natal terá um bom número de estrangeiros durante os dias dos jogos. Ele lamenta que um cruzeiro com 3 mil mexicanos, que atracaria em Natal, terá que atracar em Recife, mas salienta que “Natal foi muito bem vendida para a Copa”.
Deca Bolonha, diretora-geral da Potiguar Turismo, não vê grandes mudanças no incremento do turismo. No entanto, acredita que o turismo de lazer interno não será prejudicado. “O turista nacional viajará neste período como todos os anos”, diz.
Venda de passagens atende expectativas
No setor de turismo, a movimentação é avaliada como “dentro da expectativa”. A Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) disponibilizou, para o período de 6 de junho a 16 de julho, 274 voos extras para Natal, que somando com os voos regulares, correspondem a um total de 140 mil assentos ofertados para atender a demanda da Copa do Mundo. Até 17 de abril, data em que foi divulgada a última pesquisa da ANAC, 22,6% das passagens aéreas para Natal foram vendidas. Com isso, a cidade ocupa a 5a posição entre os destinos mais vendidos das 12 cidades-sedes.
Mesmo com tantos assentos ainda disponíveis, a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear) garante que o volume de venda de bilhetes está de acordo com as expectativas. A hotelaria também está otimista. A Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Rio Grande do Norte (ABIH/RN) estima que a ocupação atual para a o período da Copa do Mundo, até agora, está em 80% e espera-se até o evento um crescimento.
A Gol Linhas Aéreas disponibilizou para a Copa do Mundo, 78.468 assentos, em 470 voos, incluindo 43 extras. Segundo a companhia, a venda de bilhetes disponibilizados para o período da Copa está dentro das expectativas e os números serão muito parecidos com os meses de junho e julho do ano passado, período de férias e grande volume de passageiros nos aeroportos.
A companhia informou, através de sua assessoria de imprensa, que terá picos em datas específicas que serão equilibrados por uma diminuição da demanda de clientes corporativos.
A TAM terá um aumento de 9 para 14 voos diários durante o período do mundial. E também prevê uma oscilação entre as demandas de clientes no período entre junho e julho.
De acordo com a companhia, alguns voos estarão com máxima ocupação dos assentos, operando com pequenos intervalos para conexão e outros decolarão quase vazios, principalmente durante a realização de jogos mais importantes.
Brasileiros
Para o vice presidente da Associação Brasileira de Agências de Viagens (ABAV-RN), Abdon Gosson, no início do planejamento para a Copa do Mundo havia uma expectativa muito grande com a vinda de turistas estrangeiros, mas após a venda dos ingressos, ficou claro que os brasileiros serão maioria entre os torcedores, representando 65% dos bilhetes vendidos. “Tínhamos uma expectativa de que os estrangeiros seriam a maioria, mas por vários motivos, inclusive falta de investimento em divulgação, isso não se concretizou. Agora esperamos que a visibilidade que Natal terá com a Copa do Mundo traga um retorno nos próximos anos”, ressalta.
Abdon explica que como a vinda dos estrangeiros não foi como esperada, as companhias aéreas e os hotéis tiveram que baixar os preços das passagens aéreas e hospedagem. “Os preços estavam exorbitantes e agora caíram e, com isso, a hotelaria tem conseguido manter a ocupação entre 80 e 90%, mas principalmente com brasileiros”, destaca Abdon, que também é hoteleiro.