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Hotéis esperam até 95 por cento de ocupação no Carnaval

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Andrielle Mendes – Repórter

Após um dos piores réveillons da década e de uma alta estação abaixo da média, os hotéis potiguares esperam um carnaval com taxa de ocupação entre 90% e 95%. A previsão da Associação da Indústria de Hotéis (ABIH/RN) está amparada em pesquisa realizada junto aos hotéis, com base em reservas realizadas. Os turistas, entretanto, ainda não chegaram.  Segundo a associação, na primeira quinzena de fevereiro, a taxa de ocupação hoteleira ficou entre 60% e 65%, abaixo do esperado para o período.
O otimismo dos hotéis não é o mesmo de taxistas e comerciantes em Ponta Negra, onde o período é de baixa
Na orla de Ponta Negra,  centenas de cadeiras e sombreiros estavam desocupados na tarde de ontem.    Ítalo Freitas, que trabalha na praia há 15 anos, reclamou do movimento abaixo da média. Ele só conseguiu alugar 15 dos 30 sombreiros que costuma alugar todos os dias. Segundo Ítalo, o fluxo de visitantes caiu cerca de 60% em relação ao ano passado. “Antes abríamos os 30 sombreiros e ainda faltava”, disse. A redução, segundo ele, se reflete na renda e nas contratações. Antes, três trabalhavam na barraca. Hoje, são apenas dois. “O número é suficiente”.

José Bomfim Rocha Machado é taxista há 26 anos. Ele está em Ponta Negra há pouco mais de seis meses e não está tão otimista com o carnaval. “A expectativa não é boa”. A média diária de corridas, de acordo com o taxista, caiu de nove para sete este mês. “Pagamos uma diária que varia entre R$110 a R$130”. Sem turista, os taxistas não conseguirão pagar as diárias, diz Bomfim. Para ele, deficiências na infraestrutura tem afugentado os turistas. “Não estão cuidando da cidade”. Em Ponta Negra, o calçadão desabou em vários pontos devido a força das ondas e algumas árvores, com as raízes expostas, ameaçam cair.

Esta é a terceira vez que a professora aposentada Clarice Teixeira Maia, do Acre, vem a Natal. Embora deseje mudar para a cidade, ela critica o descaso com a orla. “Estou decepcionada”, disse. “O governo federal nos pede para viajar pelo Brasil, mas não investe nas cidades litorâneas”, reclamou. Segundo Clarice, falta infraestrutura, principalmente na praia. “E ainda dizem que Natal está preparada para a Copa”, ironizou.

Habib Chalita, da ABIH/RN, concorda. Segundo ele, a falta de divulgação do destino dentro e fora do país e a falta de manutenção do corredor turístico estão por trás da baixa ocupação hoteleira em fevereiro. Para reverter este quadro, a ABIH/RN vai realizar três workshops com operadores e agentes de viagens em Recife/PE, João Pessoa/PB e Maceió/AL, em março. Na ocasião, a associação  distribuirá o guia de hotéis associados – recém-lançado. “Vamos reforçar a divulgação em Recife e João Pessoa e começar a divulgar o destino em Maceió (que  passou a ter voo direto para Natal a algumas semanas)”, anunciou Habib, em coletiva à imprensa. O principal alvo passa a ser o brasileiro da classe c, principalmente o nordestino, que ainda vem pouco a Natal.

A Associação e a Empresa Potiguar de Promoção Turística (Emprotur) assinaram um termo de cooperação técnica para distribuição do Guia de Hotéis Associados em  eventos nacionais.

O Carnaval deverá render ao setor taxas de ocupação acima do ano passado no período, segundo Habib Chalita. Ontem, após divulgar as projeções para este ano, ele não tinha em mãos, entretanto, um levantamento para informar o número relativo a 2011.

Infraestrutura e divulgação precisam de impulso

Pesquisa realizada pelo Instituto Certus em parceria com a TRIBUNA DO NORTE durante alta estação e divulgada no início de fevereiro revelou que embora turistas aprovem Natal como destino turístico, setores como infraestrutura e divulgação  precisam de mais investimento.

De acordo com a pesquisa, apenas 4,58% dos turistas afirmaram que escolheram Natal como destino após assistirem propaganda na televisão; 1,39% optaram pela capital potiguar após lerem propaganda na mídia impressa e 2,39% tiveram sua decisão influenciada por propaganda em folhetos e folders. Internet (32,07%), amigos ou parentes (43,82%) lideraram o ranking de meios que influenciaram a vinda dos turistas.

Para Flávio Alexandre, vice-presidente da Cooperativa de Desenvolvimento da Atividade Hoteleira e Turística (Coohotur), em entrevista à Tribuna do Norte, em 5 de fevereiro, Natal é, entre as cidades do Nordeste, a mais preparada para receber turistas. O que falta, segundo ele, é divulgação. A pesquisa, segundo Flávio, mostra que o turista gosta da cidade. “Mas não vamos crescer sem divulgação”.

Os números, de acordo com Mardone França, diretor do Instituto responsável pela pesquisa, podem servir para aprimorar os serviços oferecidos aos turistas.  As informações mostram onde há erros e acertos e permite um melhor direcionamento das políticas públicas e dos recursos.  Segundo Mardone, que falou com a TRIBUNA DO NORTE após a divulgação da pesquisa, os turistas são os principais promotores do destino, por isso, devem encontrar sempre uma cidade limpa, segura e bem cuidada.  Alguns dos visitantes, segundo ele, reclamaram da sujeira nas praias e ruas e da poluição visual em Ponta Negra, por exemplo.

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