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Humor municipal

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Valério Mesquita – Escritor – www.valeriomesquita.com.br
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No final do governo de Geraldo Melo, a batalha sucessória foi travada entre Lavoisier Maia e Garibaldi Filho. Em Ipanguaçu, estava marcado à noite, um comício de Lavô. Barrinha, conhecida figura que montava a estrutura de palanque dos comícios iniciava os seus procedimentos. Uma imensa carreta procurava estacionar no dispositivo da praça principal mas uma pequena árvore do canteiro dificultava  a manobra. Para agilizar Barrinha pediu um machado e iniciou a derrubada da árvore. À espreita, um escolar surpreso, soltou a exclamação: “Eita, mainha, cortaram o Pau Brasil que a gente plantou!”. Era a árvore símbolo da homenagem cívica do povo de Ipanguaçu ao Brasil. O intrépido Barrinha confundira com as vulgares castanholas, amarelinho e jambo.

02) Era o curto governo de Vivaldo Costa que gostava de imitar o velho Dinarte Mariz, seu guru, na solução insólita de problemas humanos e administrativos da sua Caicó. Um seu conterrâneo fizera o curso para sargento da Polícia Militar, mas após lograr aprovação, descobriram que tinha um olho cego. Foi imediatamente desclassificado. Levaram o problema a Vivaldo que logo descobriu que a família do militar, além do mais, era de São José do Seridó, sua terra. O governador mandou chamar o comandante da polícia e determinou, com aquela voz características de conversa vesperal  de alpendre de fazenda após um prato de coalhada com rapadura: “Coronel, esse rapaz tem um olho cego, mas pode promovê-lo porque ele já leva uma vantagem: na pontaria um olho já está fechado naturalmente. Isso facilita”.

03) João Pereira, matutão, voz engasgada, foi prefeito de Patu nos anos setenta. Certa vez precisou falar com o então governador Cortez Pereira e foi até a residência oficial. Esbarrou no ajudante de ordens o capitão Waldomiro Fernandes que lhe explicou politicamente que o governador naquele momento estava saindo para o aeroporto a fim de receber o ministro Mário Andreazza. João Pereira não se rendendo ao convincente argumento apelou para a generosidade do militar: “Mas, homem, a conversa é importante e tem que ser hoje. Não posso voltar pra Patu sem falar com ele”. “Então”, disse o capitão Waldomiro, conhecendo o estilo de Cortez, “aguarde aqui perto da guarita e se ele lhe ver vai parar”. Abriu-se a garagem e o governador ao enxergar a presença do correligionário exclamou: “Pare o carro. Diga  João Pereira, como vai Patu:”. O prefeito tentou ali a audiência mas Cortez sugeriu que o aguardasse mais tarde no DER, após o ministro se retirar. E assim aconteceu. Dias mais tarde, em outra audiência João Pereira resolveu agradecer ao capitão Waldomiro, a seu modo, caipira e sincero. “Governador eu quero lhe pedir um favor?”. “Pois não, prefeito”, respondeu Cortez nas presenças de Moacyr Duarte e Joanilson de Paula Rêgo. “Governador, quero que o senhor promova esse homem (apontando pro capitão Waldomiro) a general!”.

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