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Idos e vividos

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Vicente Serejo

Calendário/Data

Não errou a governadora Fátima Bezerra por ter feito uma aliança com o grupo que na sua campanha tomou posição antes da definição das urnas em favor de sua eleição. Teria mais dificuldades se não contasse com a maioria no plenário do Poder Legislativo. Seria desafiar a velha lei da convivência dos contrários, principalmente com o risco inevitável que é agrupar, em torno do seu governo, posições muito diferentes da tradição e da prática do ideário petista.

Um governo de coesão, que parece ser o caso, tem mais é que eleger um programa de metas comum aos aliados, naquilo que fosse essencial, sem descuidar do ponto de clivagem que é definido principalmente em função das relações de trabalho, se é que os petistas querem zelar pelo próprio passado sem grandes fraturas. Na prática, seria não conviver com decisões que, no cerne, negassem a tradição partidária petista, no caso, o agravamento das desigualdades sociais.

Nada poderia impedir, a não ser a força de um pacto por sobre direitos, a hipótese não impossível, fazê-lo por consciência das elites salariais, algo acima da questão legal, inclusive sob a égide inquestionável de que o Estado vive uma emergência financeira, para não chegar ao ponto de classificar a situação de falência. Aliás, ao assumir com quatro meses em atraso, esse estado falimentar já seria o bastante para tentar um governo de coesão diante da grande crise.

Não há evidências de que a governadora tentou e, se tentou, o fez de forma pública para ter o bom testemunho da sociedade. Optou por tentar administrar a crise no âmbito do Poder Executivo, seu espaço de autonomia. Quando a Assembléia aprovou os 16,38% de reajustes das diversas categorias que formam a área judiciária a bancada aliada não tomou posição uniforme, dentro da inquestionável autonomia do Legislativo, criando uma contradição de fortes efeitos.

Nesta hora, o governo e a bancada petistas não separaram as águas e por isso a decisão concorreu para cristalizar ainda mais fortemente a elitização do vértice da pirâmide, relegando o funcionalismo a um gueto destinado a suportar os rigores da crise. Resultado: mais do que nunca há dois Rios Grandes, um com Norte e outro sem Norte. Um com o poder orçamentário de garantir seu futuro e o outro sem as garantias diante da mesma fonte pagadora, o Estado.

Não adianta apontar culpados. Não há qualquer ilegalidade na conquista e atualização e até equiparações de valores. Não fomos capazes de um pacto de conduta para amenizar o efeito da crise, nem mesmo de instituições jurídicas que poderiam ter contribuído para a busca de uma saída pactuada, portanto, exequível. Pagamos o preço de um salve-se-quem-puder. Não há como retroagir. Como diria Machado de Assis, no soneto a Carolina, são tempos idos e vividos.

PREGO! – Uma coincidência com a tese desta coluna veio logo na declaração do deputado Kelps Lima e está no ‘Território Livre’ de Laurita Arruda: “A Assembléia é sócia no caos”.

FESTA – As camisetas com o traço de Flávio Freitas já estão à venda, as almas acordadas e músicos convocados. Festa da Bandagália é sábado, dia 8, 17 às 21h, no 294 da Av. Deodoro. 

MEMÓRIA – Aos que cobraram tão duramente a presença da governadora Fátima Bezerra no plenário da Assembléia: Bolsonaro não foi ao Congresso e ao Supremo. E o mundo não caiu.

AMEAÇA – A direção nacional dos Correios de novo ameaça encerrar seu convênio com o Banco do Brasil. O fim estaria marcado para dia 13 de março. A bancada federal fica parada?

ESTILO – A governadora Fátima Bezerra escolhe o certo quando escala o secretário Carlos Eduardo Xavier, da tributação, para explicar a proposta de reforma estadual da previdência.

SEGURO – Além de demonstrar segurança com os números, cálculos e efeito, Carlos segura o petismo arrogante que só cria ruídos na comunicação. É hora, sim, de discussões mais técnicas.

SACADA – A Sociedade Brasileira de Urologia, Secção RN, promove dia vinte de março o “I Simpósio de Urologia Pediátrica para Pediatras”. As informações e inscrições no 3201-7429. 

MORTE – De Nino, o filósofo melancólico do Beco da Lama, ferido nos olhos e triste, triste de não ter jeito, como no belíssimo verso de Manuel Bandeira: “A ternura morreu no mundo”.

LUZ – Vai ser dia 13, quinta-feira próxima, a inauguração do projeto de iluminação externa do Memorial Câmara Cascudo, na Praça André de Albuquerque. Com a apresentação da peça ‘Quintal de Luís’. Um belo gesto de ação cultural do Instituto Neoenergia, órgão da Cosern.

AUTISMO – Natal vai sediar de 13 a 15 deste fevereiro o II Simpósio Vivenciar sobre temas ligados ao autismo. Destinado a quem tem transtorno ou convive com portadores do chamado ‘Transtorno do Espectro Autista (TEA). Na Escola de Governo, lá no Centro Administrativo. 

INOVA – O CEI Romualdo Galvão mais uma vez aposta na inovação e lança as ferramentas FAB LAB, uma inovadora disciplina voltada para estimular o Pensamento Computacional de Investigadores em Ação. Junção do conhecimento digital, analógico e a experiência de vida.

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