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IFRN comemora 100 anos

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Tudo começou em 1909 com a Escola de Aprendizes ArtíficesPriscilla Castro – repórter

Hoje é dia de centenário. Há cem anos, no dia 23 de setembro de 1909, o presidente Nilo Peçanha inaugurava a primeira Escola de Aprendizes Artífices no Rio Grande do Norte. Com menos de 90 alunos, a escola oferecia curso primário, de desenho e oficinas de trabalhos manuais. Hoje, a Escola é conhecida por Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN), está com a sétima nomenclatura, com uma oferta de cursos bem mais abrangentes, com mais dez unidades no Estado e uma faixa de 11 mil alunos matriculados.

Acompanhando as mudanças nas necessidades da educação brasileira, a Escola se transformou em Liceu Industrial, voltou a ser Escola, foi Escola Técnica, foi Centro de Educação e hoje é IFRN. Ganhou cursos superiores, de licenciatura e cursos técnicos. Com unidades em Mossoró, Ipanguaçu, Currais Novos, Caicó, João Câmara, Macau, Apodi, Pau dos Ferros, Santa Cruz e duas em Natal, o Instituto comemora o centenário como importante marco para a história da educação técnica potiguar.

Com tanta mudança para seguir as tendências evolutivas das novas demandas do mercado de trabalho, o reitor e ex-aluno da unidade, Belchior Rocha, acredita que os maiores desafios estão sendo enfrentados agora. “Os desafios são enormes para uma instituição centenária como essa, que está passando por esse crescimento. Essa responsabilidade por si só, manter a qualidade do ensino diante do alto número de unidades de ensino superior que estão surgindo agora, colocar essa cultura histórica na formação dos alunos são desafios. Mas tudo isso é visto como um desafio positivo porque estamos enxergando resultados cada vez melhores”, comemorou o reitor.

Os cursos de comércio exterior, automação industrial, construção de edifícios e a maioria dos cursos da área de informática são os mais procurados hoje. Mas, apesar de baixo, o índice de desistência existe. E para diminuir a evasão escolar do ensino superior, o IFRN oferece três tipos de bolsas aos alunos: as bolsas de iniciação ao trabalho, as bolsas de pesquisa e as bolsas para educação de jovens e adultos. Segundo o reitor, são quase mil bolsistas em todas as unidades do IFRN.

A estudante de formação mecânica, Camila Cruz, é uma das alunas que recebe a bolsa de pesquisa, para iniciação científica. Uma das duas únicas mulheres da turma, ela diz que entrou no curso sem planejamento, mas se apaixonou pelo que faz. “Nessa profissão, você pode trabalhar com todas as áreas da indústria, desde metais a cerâmica, aço. Pelas pessoas que estão se formando, o mercado de trabalho está pegando mais profissionais para inspeção na indústria”, contou.

A estrutura física dos campi do IFRN dispõe de bibliotecas e laboratórios de geologia, análise de águas, mineração, mecânica, automação industrial e outros cursos. No laboratório de Mecânica, o estudante de fabricação mecânica João Batista demonstrou para a equipe de reportagem da TRIBUNA DO NORTE como a prática é estudada no laboratório. Já no laboratório de Mineração e Geologia, a estudante Keity Avelino, também de fabricação mecânica, preparava amostras de argilo-minerais nos equipamentos disponíveis.

Belchior Rocha não soube precisar quantos profissionais já foram formados nesses 100 anos da Escola, mas acredita que, dos últimos vinte anos até hoje, cerca de 20 mil profissionais tenham saído dali.

IFRN conquista reabertura de prédio no Centro

Juntamente com a comemoração do centenário, o IFRN abraça também uma outra conquista: a reabertura do prédio situado na avenida Rio Branco, onde a Escola funcionou durante 53 anos, de 1914 a 1967. Para o reitor do Instituto, Belchior Rocha, essa é uma retomada histórica para a unidade. “Nós tivemos que sair de lá porque a estrutura não estava mais comportando todos os alunos, mas essa foi a sede onde funcionamos por mais tempo, portanto estar voltando para lá é especial”, disse.

O prédio suporta 300 alunos por turno. Inicialmente, serão oferecidos dois cursos no novo prédio: Curso Superior Tecnológico de Produção Cultural e Curso Técnico de Turismo. Os alunos  estão estudando, por enquanto, no campus central de Natal, mas a partir de segunda-feira serão transferidos para o novo campus. Para oferecer a prática proposta ao primeiro curso, o prédio vai dispôr de um teatro, salões de exposição e brinquedoteca.    

Bate-papo / Belchior Rocha – Reitor

Quais as principais evoluções pelas quais a Escola passou nesses 100 anos?
Acredito que a Escola evoluiu bastante nesse tempo. Tudo começou com menos de 90 alunos, que não tinham nem o Ensino Fundamental, já que naquela época os pais tinham o ofício de carpinteiro, marceneiro, serralheiro ou alfaiate e essa profissão era passada de pai para filho. Os filhos passavam a fazer aquilo que o pai era detentor. Com a criação da Escola de Aprendizes Artífices, isso passou a ter uma certa desvinculação dessa passagem. A Escola passou a formar profissionais em outros ofícios.
 
Qual o orçamento do IFRN?
O último orçamento da Instituição foi de R$14 milhões por ano só para custeio e investimento, como manutenção, reforma, compra de equipamentos. Contando com a folha de pagamento dos quase mil servidores que temos hoje, passamos dos R$80 milhões por ano. Nos últimos anos, nós tivemos amplos recursos. Só para as seis obras que foram inauguradas agora em agosto, foram mais de R$35 milhões. O orçamento para o próximo ano melhora bastante, por causa da expansão do número de unidades, vamos passar a ter R$30 milhões em média por ano.

Cronologia:
• 1909: Escola de Aprendizes Artífices
• 1937: Liceu Industrial
• 1942: Escola Industrial de Natal
• 1965: Escola Industrial Federal do Rio Grande do Norte
• 1968: Escola Técnica Federal do Rio Grande do Norte (ETFRN)
• 1999: Centro Federal de Educação Tecnológica (CEFET)
• 2008: Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN)

Serviços:
A celebração acontece hoje às 16 horas no prédio do IFRN na Avenida Rio Branco, Cidade Alta.

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