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Ilustrador apela no YouTube para tentar receber cachês

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Chamar atenção para um protesto individual na internet,  em plena era da comunicação globalizada, requer boas doses de criatividade e muita disposição para encarar com responsabilidade as consequências caso algo fuja do controle. Tomado por um impulso, mórbido diga-se de passagem, o artista visual Lula Borges resolveu simular o próprio suicídio para tentar sensibilizar os gestores públicos sobre a necessidade de se planejar políticas públicas para o segmento cultural.
Lula Borges trabalha com computação gráfica em produções audiovisuais e criação de efeitos especiais
Premiado no edital Moacy Cirne de Quadrinhos em 2009, da Fundação José Augusto; e credor da prefeitura por serviços prestados ainda não quitados, Borges chocou incautos que desconheciam o tom de humor negro do protesto: o vídeo de 10 minutos, onde o artista explica os motivos do ‘suicídio’, caiu na rede na noite desta quarta-feira (6) supostamente publicado por Waltécia, namorada do artista. A ‘brincadeira’ de mal gosto gerou uma onda de comentários condenando o ato simbólico – dos 18 comentários publicados no canal de Lula Burges no YouTube até a tarde ontem, 14 reprovavam a performance. Até então, o vídeo já tinha sido visto por 650 pessoas. Ao todo, os débitos do Estado e do Município não chegam a 10 mil reais.

“Estou assistindo muitos filmes e a cada efeito especial digo: ‘eu posso fazer isso’. Como a insatisfação é grande, falei com Waltécia sobre a ideia e avisei a família o que iria fazer”, tenta justificar.

“O pessoal da prefeitura deve estar rindo, e sei que muita gente deve estar me chamando de gênio ou de louco”, constata. Borges fez tudo sozinho em seu próprio quarto: “Coloquei a câmera em um tripé e ensaiei a queda. Levei cerca de uma hora para fazer o efeito do tiro”, explica. Para ele, tudo não passa de arte: “Historicamente isso (de tratar a morte como elemento artístico) já aconteceu e acontece: Michelangelo, Caravaggio e Marcel Duchamp são nomes clássicos de artistas que abordavam a morte em suas obras”.

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