Reaberta há pouco mais de um mês, a Fortaleza dos Reis Magos – localizada na praia do Forte – tem um atrativo a mais além de suas belezas arquitetônicas. Está em cartaz, até dia 5 de fevereiro, a exposição “Como salvar a Ilha de Moçambique?”, iniciativa da ong Círculo de Mulheres da Ilha de Moçambique, responsável pela realização de uma exposição fotográfica homônima itinerante.
Capital de Moçambique até 1898 (atual posto da cidade Maputo, situada no continente), país subordinado a colonização portuguesa até meados dos anos 1970, a Ilha resolveu soltar seu ‘grito’ de socorro. Tombada há 14 anos pelo Patrimônio Cultural da Humanidade — Unesco, o lugar luta para preservar o que sobrou de sua história.
Com cerca de 20 mil habitantes, 3 km de comprimento e 500m de largura, a Ilha de Moçambique fica na costa leste do continente africano, em pleno Oceano Índico. “Patrimônio não significa apenas a parte física, os monumentos históricos. Na verdade, é tudo o que se escreveu sobre ele (o patrimônio), nossa cultura. A exposição foi a forma que encontramos para sensibilizar a opinião pública mundial — começando pelos países de língua portuguesa”, informou o curador Carlos Pinto de Magalhães.
Ponto estratégico na época das grandes navegações, a Ilha que serviu aos caprichos da Coroa Portuguesa como entreposto para o tráfico de ouro, escravos e marfim, que seguiam dali para o Oriente, Europa e Golfo Pérsico, hoje amarga a decadência e a depreciação temporal de seu conjunto arquitetônico. O Círculo de Mulheres surgiu a partir da mobilização de camponesas e mães de família. Conscientes da responsabilidade de preservar a cultura local, o Círculo empenha-se em manter vivas as danças e cantares tradicionais, o artesanato, a educação e a gastronomia.
Serviço:
Exposição fotográfica “Como salvar a Ilha de Moçambique?” na Fortaleza dos Reis Magos, praia do Forte, das 8h às 17h, até dia 5/02
