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Impactos da pandemia no Turismo

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Antonio Roberto Rocha 
Com a intensificação dos impactos da pandemia na vida dos consumidores e na economia brasileira, o sentimento de angústia entre os donos de pequenos negócios tem aumentado. De acordo com a 10ª edição da Pesquisa “O Impacto da Pandemia do Coronavírus nos Pequenos Negócios”, realizada pelo Sebrae em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), a proporção de empresários aflitos com o futuro da empresa chegou a 57%, a mais alta desde a edição da pesquisa realizada em setembro, quando 43% dos empreendedores revelaram esse sentimento. Mas há setores que estão ainda mais tensos. Com os maiores índices de concentração de empresários aflitos (acima de 60%) aparecem, entre outros, os segmentos de turismo, alimentação fora do lar e economia criativa.
“Complicadores” – Para o presidente do Sebrae, Carlos Melles, “essas são as atividades que mais têm sofrido com a crise provocada pela pandemia. No caso do turismo e da economia criativa, por exemplo, existem complicadores adicionais como a questão do transporte e da grande concentração de público em locais fechados”. Carlos Melles pontua que “em decorrência disso, esses setores têm sido os mais impactados, pois nem sempre é possível oferecer os serviços de forma online”.
Perdas – Segundo a 10ª edição da pesquisa, a média de empresas que funcionam da mesma forma antes do início da pandemia é de 16%, mas quando se analisa os impactos nos segmentos mais afetados esse número cai para 4% entre as empresas de Turismo, 5% de economia criativa e 8% para os serviços de alimentação. A mesma regra vale quando se fala em empresas que estão com as suas atividades paradas: 40% dos negócios ligados à economia criativa estão sem funcionar e 32% dos de turismo se encontram na mesma situação.
Dezessete meses – A pesquisa ainda revela que, em média, a expectativa de uma melhora da pandemia, de acordo com os entrevistados, deve ocorrer somente daqui a 17 meses. Esse sentimento de aflição tem como uma de suas justificativas a forte queda no faturamento dessas empresas. No turismo, 85% dos pequenos negócios relataram piora no faturamento em 2020, quando comparado com 2019. Na economia criativa, foram 84% das empresas, número bem superior à média da economia, que foi de 65% de negócios com queda no faturamento.  
Semana Santa com 10% de ocupação 
O presidente nacional da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH Nacional), Manoel Linhares, afirmou à Agência Brasil que a taxa de ocupação dos hotéis de todo o país não deve chegar a 10% nesta Semana Santa, agravando a crise decorrente da pandemia.
“Com parques, restaurantes e outras atrações fechadas em quase todo o país. a situação está muito difícil. Só em São Paulo 27 hotéis já fecharam as portas, demitiram funcionários e os responsáveis estão decidindo o que fazer com os imóveis”, disse Linhares.

Nova MP – Para ele, o setor precisa urgentemente da promulgação de uma iniciativa semelhante à Medida Provisória 936, de abril de 2020, posteriormente transformada na Lei nº 14.020, que permitiu acordos de redução temporária de jornada de trabalho e salários ou a suspensão de contratos trabalhistas até 31 de dezembro do ano passado.
“Se algo assim não for feito, muitos outros hotéis terão que encerrar as atividades. Atualmente, a hotelaria não tem recursos nem para arcar com os salários e encargos dos cerca de 1,1 milhão de profissionais que emprega em todo o país”, disse o presidente da ABIH Nacional.
Redução nos impostos – Manoel Linhares pediu ainda que governos estaduais e municipais ajudem o setor reduzindo impostos e taxas, mesmo que temporariamente, assim como renegociem tarifas de serviços essenciais. 
“Neste momento difícil, um desconto no IPTU [Imposto Predial e Territorial Urbano, cobrado pelas prefeituras] ou no ICMS [Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços, estadual] cobrado na conta de luz pode ajudar a manter negócios e preservar empregos”, enfatizou.
Gol e American Airlines: liberou geral
A American Airlines, principal operador aéreo entre os Estados Unidos e o Brasil, e a Gol Linhas Aéreas, maior companhia aérea brasileira, comemoram a decisão do Cade (Conselho Brasileiro de Defesa Econômica) que, sem restrições, liberou os termos e condições estabelecidos pela parceria comercial entre as operadoras. A união possibilitará melhores condições de viagem para os clientes e trará otimização dos serviços oferecidos pelas duas empresas.
Os benefícios para os clientes que viajam entre Brasil e Estados Unidos devem ser notados de imediato, como o acesso à ampla malha de destinos nos dois países, também facilitado a países da América Latina, aumentando as opções de codeshare. Para as companhias aéreas, o acordo permite ações de incentivo com agências de viagens parceiras de forma a maximizar os serviços tanto no canal corporativo quanto na participação conjunta em eventos de promoção turística, com o objetivo de aprimorar e tornar ainda mais eficazes os serviços e a governança.
Viagens internacionais caem 87%
A Organização Mundial do Turismo (OMT) informa que as chegadas internacionais no mundo caíram 87% em janeiro passado, na comparação com o mesmo mês em 2020. Ainda de acordo com a OMT, 32% de todos os destinos globais ainda estão fechados para turistas internacionais. 
Ou seja:o recém-encerrado primeiro trimestre de 2021 deverá ser o pior da história da aviação comercial mundial e, consequentemente, do turismo global. Para o restante do ano, a OMT se mantém cautelosa e pede por uma coordenação e padronização dos protocolos de viagens entre os países.
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