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Impasse desfalca escala de hospital

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O impasse entre o Governo do Estado e a Cooperativa Médico do Rio Grande do Norte (Coopmed/RN), que cobra repasses da ordem de R$ 3 milhões em atraso, não ocasionou apenas a suspensão das cirurgias eletivas nos hospitais da rede privada que atendem via Sistema Único de Saúde (SUS). A dívida da Secretaria Estadual de Saúde (Sesap/RN) com a Coopmed está inviabilizando o fechamento da escala de médicos no Hospital Regional Alfredo Mesquita, no município de Macaíba, na região metropolitana de Natal.
Unidade não tem profissionais médicos, principalmente, pediatras para fechar a escala
Reinaugurado no último dia 13 de junho, a unidade já enfrenta dificuldades para prestar serviço à população por não ter obstetras e pediatras em número suficiente para fechar as escalas de serviço. A intenção do governo era completar a escala com médicos contratados através da Coopmed, no entanto, não houve acordo devido aos atrasos financeiros. A cooperativa de médicos ofereceria profissionais para os serviços de pediatria e de cirurgias de média complexidade.

#SAIBAMAIS#A reportagem da TRIBUNA DO NORTE visitou o Hospital Regional de Macaíba na manhã de ontem (28) e encontrou um local com boa estrutura física, entregue há 15 dias após as obras de reforma da maternidade, e que atende pacientes de cinco municípios da região. Contudo, funcionários que trabalham no local informaram que já na tarde de hoje (29) a escala da pediatria ficaria incompleta. “Dos cinco pediatras que foram lotados aqui, apenas três estão trabalhando. Um está afastado por atestado médico e o outro de licença”, explicou Zélia Galvão, diretora técnica da unidade e responsável pelo setor de clínica médica. “No caso da clínica médica, caso falte algum profissional, eu entro na escala para completar”, disse.

A falta de pediatras é, de fato, o que mais afeta no funcionamento pleno do hospital. Sem um profissional de plantão, não é possível fazer o acompanhamento das mães que dão entrada no local. Logo, algumas precisão ser transferidas para Natal. “O obstetra pode até realizar o procedimento, mas é o pediatra quem faz o acompanhamento das mães e dos bebês. Se for de algum caso de alta complexidade, temos que tentar encaminhar para alguma maternidade em Natal”, contou a obstetra Maria José Brito. A diretora técnica do hospital informou que a durante a manhã de ontem (27) parte da diretoria esteve na Secretaria Estadual de Saúde (Sesap) para discutir soluções para o problema das escalas da unidade.

Cirurgias suspensas
Um dos objetivos do Estado com a reinauguração do Hospital Regional de Macaíba era a realização de procedimentos cirúrgicos de média complexidade, com a finalidade de desafogar o sistema em Natal. Contudo, de acordo com a Coopmed, atrasos nos pagamentos referentes à 2016 e que se acumulam desde janeiro motivaram a suspensão dos procedimentos por parte dos profissionais da cooperativa.

Segundo a Assessoria de Imprensa da Sesap/RN, os hospitais afetados pela paralisação de cirurgias são o Walfredo Gurgel, Santa Catarina, Maria Alice Fernandes, Ruy Pereira (parte clínica), em Natal, e o Hospital Tarcísio Maia, em Mossoró e Deoclécio Marques, em Parnamirim.

“Devido a um acordo de gestão plena, é o município que retém os contratos com as cooperativas, com o Estado repassando os valores. Porém, desde janeiro a Sesap acumula um atraso nos repasses na casa dos R$ 3 milhões”, explicou o médico Marcelo Matos Cascudo, presidente da Coopmed. Ainda de acordo com ele, um levantamento feito pela cooperativa apontou 13 mil procedimentos cirúrgicos realizados desde janeiro deste ano por profissionais ligados à Coopmed.

Para ele, a suspensão dos procedimentos eletivos representa um “desastre” para a saúde pública do RN. “Com toda certeza é um desastre. A alta complexidade engloba a ortopedia, a cirurgia oncológica, além de procedimentos cardíacos. Todos perdem com essa situação”, afirmou.

O presidente da Coopmed disse também que na reunião realizada no último dia 17 de junho, a titular da Sesap, Eulália Albuquerque Alves, afirmou que o Estado “não tinha dinheiro” para quitar o débito junto à categoria.

Através de sua assessoria de comunicação, a Sesap informou que foi solicitado nesta segunda-feira (27) “a liberação de recurso junto à Secretaria de Planejamento do Estado, no valor de R$ 3 milhões, para repasse à SMS, dentro do Termo de Cooperação para complementação dos procedimentos de média e alta complexidade”. A nota afirma ainda que o Termo de Cooperação de 2015 tem o valor total de R$ 38 milhões. Ainda em 2015 foram repassados à SMS/Natal R$ 19 milhões. Em 2016 já foram pagos, até 15 de junho, R$ 15 milhões”.

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