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Importações ganham força no RN

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Sara Vasconcelos – Repórter

O Rio Grande do Norte acelerou o ritmo de importações. Nos primeiros quatro meses do ano, a entrada de mercadorias do exterior somou US$ 98,7 milhões – um incremento de 52,36% na comparação com o mesmo período do ano passado. Somente em abril, foram US$ 37,6 milhões. Do outro lado da balança, as exportações caíram 7,76%, quando comparadas ao primeiro quadrimestre de 2012.
Embarque de mercadorias no Porto de Natal: As exportações do RN desaceleraram este ano
#SAIBAMAIS#Os dados são do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) e foram divulgados pelo economista e chefe do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística no Rio Grande do Norte (IBGE-RN), Aldemir Freire, em seu blog, Economia do RN.

Enquanto a queda nas exportações é considerada preocupante, por especialistas do setor, o crescimento das importações é tido como positivo. Isso, porque os bens trazidos de fora não são de consumo final – ou seja, não concorrem com produtos locais – e as importações demonstram o aquecimento da indústria potiguar. A oscilação na balança comercial do Estado, explica Aldemir Freire, não é relevante. Tampouco se pode afirmar que os produtos importados continuem dominando a balança, diz ele.

Produtos

A última vez que as importações superaram o volume exportado foi em 2010, quando o Estado fechou o ano com déficit de US$ 34 milhões. Contudo, o crescimento foi considerado atípico. O incremento se deu pela importação de equipamentos voltados para a indústria de geração de energia eólica, que até então não integrava a pauta de importações.

Já este ano, as importações foram  alavancadas no primeiro quadrimestre pela aquisição de novas máquinas para o setor energético (US$ 14,7 milhões) e para o setor mineral (US$ 5,8 milhões), assim como pelo aumento de 144,4% na compra de trigo. No primeiro grupo, esclarece o professor de Comércio Exterior da Universidade Potiguar e da Faculdade de Natal, Otomar Lopes Cardoso Junior,  foram os investimentos fixos realizados nestes dois segmentos que apresentam maior crescimento nos últimos anos.

No caso do trigo, opina ele, pode ser estratégia empresarial de elevação de estoques para eventual expectativa de aumento do produto no mercado mundial.

“As importações são positivas para a economia do Estado porque não produzimos estes itens e por isso não concorrem com mercado local”, observa. No caso do trigo, acrescenta ele, a competitividade da indústria local continua atrativa seja em logística para receber matéria-prima, seja em mercados próximos em que o custo de transporte do produto final não impeça a expansão de seu mercado.

O crescimento da importação de tecidos para a indústria de confecções, por sua vez, traz impactos negativos para o setor têxtil local, afirma o presidente do Sindicato da Indústria Têxtil João Lima. “Temos o produto local, mas perdemos, assim como todos os manufaturados no país, para a concorrência asiática”, afirma. Isso ocorre, segundo Lima, “devido ao custo de produção ser quatro vezes superior, a energia duas vezes mais cara e ainda há o câmbio valorizado”.

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