Berlim (AE) – Após muitas especulações, a jornal de Munique TZ revelou, nesta quinta-feira, o nome do jogador de seleção alemã envolvido com o escândalo de manipulação de jogos para apostas pela internet na Ásia. Segundo o diário, a Promotoria de Munique investiga Bastian Schweinsteiger, meia ofensivo do Bayern de Munique e uma das esperanças da Alemanha para a Copa do Mundo deste ano, por ter mantido contato com os homens da máfia de apostas.
Ele pode ter participado ativamente do arranjo de jogos para o esquema. Além de Schweinsteiger, outros dois jogadores do Munique 1860, Paul Agostino e Quido Lanzaat, estariam conectados com os apostadores. Ainda de acordo com o TZ, os três jogadores já foram ouvidos pelos promotores. Os três teriam feito grandes apostas em jogos possivelmente manipulados pela máfia de apostas. Um dos chefões do esquema teria acusado abertamente todos eles para a Promotoria de Munique.
A revelação abalou de vez o futebol na Alemanha, que já estava combalido pela humilhante goleada sofrida para a Itália no início do mês, por 4 a 1, em Florença, pelas críticas de dirigentes, políticos e até de Franz Beckenbauer, o maior expoente do futebol alemão, contra Klinsmann, e pela má campanha dos times alemães no cenário europeu, na Liga dos Campeões e na Copa da Uefa. O meia do Bayern, conhecido na Alemanha como “Schweini” (porquinho) näo foi encontrado e seu agente também näo quis manter nenhum contato. O jogador está na seleção desde 2003 e tem sido apontado pelos especialistas como um forte ponto de referência para a jovem geração. Por toda a Alemanha, outdoors e placas de publicidade espalham sua foto ao lado de Lucas Podolski, também outra revelação alemã, que näo tem nada a ver com o escândalo.
Diretor do Bayern ameaça processar jornal
As reações ao possível envolvimento de Schweinsteiger näo demoraram a aparecer na Alemanha. O diretor do Bayern de Munique, Uli Hoeness, conhecido por sua agressividade, afirmou nesta quinta-feira ao Tagesspiegel, em Munique, que vai processar o TZ. “Já acionamos nosso advogado imediatamente.
Se isso for verdade (o nome dele estiver denunciado), então entraremos com uma ação pedindo milhões contra o TZ”, declarou o diretor. Segundo Hoeness, Schweinsteiger afirmou ao clube que “nunca apostou sequer 1 euro em qualquer jogo”. A Promotoria de Munique divulgou, no fim da noite na Alemanha, ao Bayern que as suspeitas näo poderiam ser totalmente verificadas. Mais tarde, os promotores desmentiram a reportagem do TZ e afirmaram que continuam investigando.
A Federação Alemã também já tomou as suas providências para dar auxílio a Schweini. O presidente da entidade, Theo Zwanziger, revelou ainda nesta quinta-feira que já entrou em contato com o departamento jurídico da DFB e “preparou toda a assistência para proteger Schweinsteiger”.
Fifa mantém data de convocação para Copa
Apesar da pressão das 32 seleções da Copa do Mundo, a Fifa não mudou a data limite da divulgação dos jogadores que vão participar do torneio na Alemanha. Após uma reunião realizada ontem, a entidade manteve o dia 15 de maio para o anúncio definitivo da lista dos 23 convocados de cada país. “Com essa decisão, esperamos evitar deformações nos campeonatos nacionais.
Além disso, pretendemos garantir aos jogadores selecionados um bom tempo de recuperação. Entretanto, se algum atleta se lesionar, ele poderá ser substituído conforme um procedimento já preestabelecido”, explicou a Fifa em nota oficial. A Fifa decidiu realizar uma reunião para reavaliar a data da convocação dos atletas depois que vários treinadores, dentre eles Carlos Alberto Parreira, pediram para a entidade aumentar o prazo. Os técnicos queriam um tempo maior para analisar os atletas. A Copa do Mundo começa no dia 9 de junho, com o jogo entre Alemanha e Costa Rica.
Fifa adota sanções severas contra racismo
O Comitê Executivo da Fifa informou ontem que a entidade decidiu modificar seu código disciplinar para adotar sanções mais severas contra os casos de racismo e discriminação no futebol. “As sanções previstas contemplam partidas com suspensão ou perda de pontos das equipes. Serão 3 pontos na primeira condenação, 6 na reincidência e o rebaixamento do clube numa terceira ocasião”, informou a entidade em nota oficial.
A Fifa ressaltou que cada confederação ou associação membro deverá incluir estas medidas em seus regulamentos. A entidade também ameaçou suspender de qualquer competição internacional, por 1 ou 2 anos, todos os filiados que desrespeitarem as novas normas definidas pela instituição.
Taça Fifa não terá “dono” definitivo
O Brasil pode até vencer pela sexta vez a Copa do Mundo neste ano, como prevêem alguns especialistas e apostadores nas bolsas de Londres. Mas a Fifa garante: o País não poderá ficar permanentemente com a Taça Fifa. O Brasil ganhou por três vezes o Mundial até 1970 e acabou ficando, em definitivo, com a Taça Jules Rimet. Desde então, venceu outras duas vezes a Copa do Mundo. Mas uma nova conquista não dará o direito ao País de permanecer com o troféu.
Em 1930, em sua primeira Copa, no Uruguai, a entidade definiu que o primeiro país que conquistasse o Mundial em três ocasiões ficaria com o troféu. Desde o tricampeonato brasileiro no México, em 1970, porém, essa norma foi revista. “As regras são claras, foram definidas no início dos anos 70 e não vão ser modificadas”, afirmou, nesta quinta-feira, a assessoria de imprensa da entidade máxima do futebol. O novo troféu foi estabelecido para a Copa do Mundo da Alemanha, em 1974, e vencido pelos anfitriões. “Pelas regras estabelecidas após a criação da nova taça, o troféu é de propriedade da Fifa e sempre precisará ser devolvida à entidade, independente de quantas vezes um país vença o Mundial”, explicou a entidade.
“Trata-se de um regulamento da Fifa que não será revisto”. Pelas novas regras, porém, o vencedor de um Mundial tem o direito de permanecer com a taça por quatro anos e, quando é devolvida, a Fifa apenas dá ao campeão uma réplica do troféu. Mas o que a Fifa insiste é que o troféu, enquanto estiver com um país, deve ser protegido e qualquer problema ou desaparecimento é de responsabilidade do detentor da taça. Se o troféu for roubado, por exemplo, o país precisa devolver uma nova taça à Fifa (uma cópia fiel).