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Imprimindo memórias

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Yuno Silva – repórter

Antes esquecida em gavetas ou empoeirando nas estantes, parte importante da memória do norte-riograndense volta a ganhar o devido registro com a retomada das publicações de livros pela gráfica e editora Manimbu. Desde 2011, as duas novas impressoras off-sets já rodaram cerca de 20 livros e praticamente todo o material gráfico utilizado pela Fundação José Augusto – inclusive impressos coloridos, um feito para quem operou ‘monocromaticamente’ até o início de 2009. Este ano, a meta é materializar mais 18 títulos da Coleção Cultura Potiguar e outros tantos livretos de cordel da Coleção Chico Traíra. Os dois primeiros livros da safra 2013 foram lançados durante o Dia da Poesia: “Um canto conforme a noite”, do jovem poeta Yuri Hícaro; e “Natal, poemas e canções”, do veterano Diógenes da Cunha Lima.
Segundo Socorro Soares, a capacidade da Manimbu é de 500 livros de 200 páginas a cada três dias
As coleções fazem parte da política editorial adotada pelo Governo Estadual, que passou a acolher propostas editoriais através dos editais Cultura Publicações (02/2011) e Chico Traíra (021/2012). Ambos são de fluxo contínuo, abertos permanentemente para autores interessados em passar as ideias para o papel. Vale frisar que os livros devem ser encaminhados devidamente revisados e diagramados, prontos para impressão. “As obras selecionadas tem tiragem inicial de 500 exemplares, impressas sem custo para o autor, sendo 60% destinados à bibliotecas públicas e distribuição gratuita durante eventos específicos”, informou Socorro Soares, designer da Manimbu e atual diretora.

Socorro contou que o espaço físico da gráfica está sendo readequado para acomodar melhor a reserva técnica e os departamentos. “Temos um acervo riquíssimo, algumas raridades dos anos 1970 e 80, mas muitos foram jogados fora por problemas na armazenagem”.

#saibamais#As off-sets coloridas não são top de linha, hoje a capacidade média de produção da gráfica e editora é de 500 livros (com cerca de 200 páginas) a cada três dias, mas são bem mais modernas que o restante do parque gráfico e demais equipamentos: as guilhotinas são manuais e seguem funcionando, mas as rotativas antigas estão paradas porém permanecem na convivência dos cerca de 22 funcionários da Manimbu. O serviço de colagem é terceirizado: “Fazemos da arte da capa e diagramação até a impressão, qualquer serviço extra tem que ser contratado por fora”, explicou a diretora.

Coleção Cultura Potiguar

O conselho editorial da Manimbu estabeleceu cotas para atender a demanda, sendo 10% das publicações destinadas aos novos autores; 20% para obras inéditas de escritores consagrados; 15% para reedições de obras fundamentais da literatura potiguar; 15% de trabalhos e pesquisas; outros 20% paraestudos vinculados ao Centro de Pesquisa Juvenal Lamartine (Cepejul); 10% HQs; e 10% para cordeis.

A tiragem de cada título é de 500 exemplares.

Coleção Chico Traíra

A previsão deste ano é  publicar 12 cordéis, com tiragem de mil exemplares cada, selecionados a partir de edital público. Podem se inscrever autores potiguares e de outros estados, desde de que comprovem residência há pelo menos dois anos no RN. A tiragem é distribuída da seguinte forma: o autor fica com 60% dos exemplares; o xilogravador com 10% e os 30% restantes ficam no arquivo da FJA e do Centro de Pesquisa Juvenal Lamartine (Cepejul).

Vem por aí…

Franklin Jorge, escritorFranklin Jorge: livros de memória e entrevistas

Entre os títulos no prelo da Manimbu, dois são do escritor e jornalista Franklin Jorge: “Assu Mitologias e Vivências”, que resultou de uma série de matérias feitas para a TN, nos anos 1970. “São 200 anos de história que ficaram gravadas no imaginário coletivo”, comenta. Já em “Gente de Ouro”, ele reúne conversas com gente simples como parteiras e agricultores. “Escrevo vários livros ao mesmo tempo”.

O centenário da valsa Royal Cinema

No mês de julho, o professor e pesquisador Cláudio Galvão lança título sobre a valsa valsa “Royal Cinema”, de Tonheca Dantas; e em novembro livro com entrevistas concedidas nos anos 1970 à FJA. “As entrevistas fizeram parte de um projeto idealizado por Sanderson Negreiros. Neste volume comento as entrevistas (todas transcritas) de Sílvio Caldas, Paulo Tapajós, Glorinha Oliveira e Grácio Barbalho”.

Leide Câmara e Paulo Tito em homenagem a Luiz GonzagaGonzagão e suas andanças pelo RN

Luiz Gonzaga e suas conexões no RN serão ressaltadas no livro de Leide Câmara, que tece colcha com referências e parcerias colecionadas pelo Rei do Baião em terras potiguares. “Faço um apanhado detalhado dessas conexões, onde abordo o tema de diferentes ângulos. Também terá um capítulo falando sobre biografias, cruzando informações e desfazendo série de controvérsias”, explicou a autora.

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