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Inca mapeia consumo de cigarro entre estudantes

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ALVO - Pesquisa quer saber se alunos entre 13 e 15 são fumantes De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), todos os dias 100 mil crianças se tornam fumantes regulares em todo o mundo. No Brasil, a realidade não é diferente. As últimas informações divulgadas pela Vigilância de Tabagismo em Escolares (Vigescola) revelam que cerca de 13% dos estudantes cariocas de 13 a 15 anos podem ser considerados fumantes freqüentes. A partir deste ano, o Instituto Nacional de Câncer (Inca), ligado ao Ministério da Saúde, pretende repetir o estudo em pelo menos uma capital a cada ano. Para 2006 também estão previstas pesquisas sobre uso de cigarro entre universitários de 18 a 24 anos.

A continuidade do Vigescola é fruto de uma parceria entre o governo federal e a Organização Panamericana da Saúde (OPAS). Este ano, o Inca realizará pesquisas com estudantes de ensino superior de universidades públicas e particulares em todo o país. Esse trabalho começará no Rio de Janeiro, com a entrevista, inicialmente, de alunos de cursos da área de Saúde, como Medicina e Enfermagem.

A OMS considera fumantes regulares os jovens que fumaram pelo menos 1 dia no último mês. Segundo os resultados do Vigescola, esse percentual varia de uma capital a outra e entre meninos e meninas. Fortaleza apresentou o maior índice de garotos fumantes (27%). Em Porto Alegre, as garotas que fumam freqüentemente representam 24% das entrevistadas. Para a chefe da Divisão de Epidemiologia do Inca, Liz Almeida, o grande número de jovens fumantes resulta de uma combinação de fatores. “Em primeiro lugar, há uma certa tolerância social em relação ao consumo do cigarro pelos adolescentes. A maioria deles fuma em casa. E os comerciantes, por sua vez, não dificultam o acesso ao tabaco. Burlam a lei ao venderem cigarro para menores”, observa. Ela lembra que grande parte das pessoas não tem consciência de que o cigarro pode comprometer a qualidade de vida dos jovens no futuro.

Um indivíduo é considerado dependente quando já fumou mais de 100 cigarros ou cinco maços na vida. Quarenta e um por cento dos jovens pesquisados em Palmas (TO) e 37% Porto Alegre (RS) preenchem esse requisito. Quem começa a fumar cedo tem menos chances de abandonar o cigarro. Os adolescentes desenvolvem dependência mais rapidamente, já que o vício surge em um período que vai de seis meses a um ano de consumo.

Além de provocar um impacto no orçamento dos adolescentes, a médio prazo o fumo compromete a capacidade respiratória de seus usuários. Um fumante tem mais dificuldade para realizar atividades cotidianas como subir escadas ou praticar esportes. O cigarro aumenta a probabilidade de que esses jovens desenvolvam doenças cardiovasculares, respiratórias e vários tipos de câncer na vida adulta, como o de boca e o de pulmão.

Outros programas como o Vigescola recebem o apoio do governo brasileiro, desta vez na área de prevenção ao tabagismo. O “Saber Saúde” introduz a discussão do tabagismo nas disciplinas escolares. Basta a secretaria de educação do município ou estado solicitar, que o Inca envia treinamento e material para que o conteúdo seja desenvolvido. O “Programa de Tabagismo Ambiental” proíbe que as pessoas fumem em ambientes fechados como shoppings e bares. A medida procura inibir o comportamento dos fumantes e proporcionar qualidade do ar para os não-fumantes.

Escola quer ver resultados

A Vigilância de Tabagismo em Escolares (Vigescola) é uma pesquisa que está sendo feita pelo Instituto Nacional de Câncer (Inca) para obter informações sobre o consumo de cigarros entre os jovens estudantes e faz parte de um estudo internacional desenvolvido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para monitorar o tabagismo em estudantes de 13 a 15 anos, idade média de início do uso do tabaco.

A pesquisa foi criada em 1998 e vem sendo feita em todos os países do mundo. Pretende-se repetir o estudo a cada três anos. Com isso, ao longo de 15 anos será possível avaliar a tendência do tabagismo no mundo e a eficácia das ações de controle realizadas em cada país.

No Brasil, o Vigescola já cobriu 15 capitais, além do município mineiro de Cataguases. Em 2005, o Vigescola foi repetido em cinco cidades pesquisadas em 2002: Curitiba, Fortaleza, Natal, João Pessoa e Palmas. O Rio de Janeiro foi outra capital pesquisada. O estudo espera atingir as 26 capitais estaduais, mais o Distrito Federal.

Para participar do Vigescola é preciso se candidatar ao estudo junto ao Ministério da Saúde.

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