quinta-feira, 28 de março, 2024
33.1 C
Natal
quinta-feira, 28 de março, 2024

Inflação atrapalha resultado nacional

- Publicidade -

No caso do país, a economista do IBGE Aleciana Gusmão, diz que a estabilidade das vendas reflete a combinação entre inflação em alta e perda do dinamismo do mercado de trabalho. Para junho, alerta a economista, os dados vão mostrar o impacto da disparada do dólar e da onda de protestos, que tomaram as ruas e provocaram até o fechamento de lojas em todo o País. “A pesquisa não pegou a alta mais forte do câmbio, que só bateu nos R$ 2,10 em junho”, explicou.

A alta do dólar deve influenciar mais as vendas de equipamentos e materiais para informática, segmento em que o peso dos componentes importados é maior. A alta da taxa Selic decidida pelo Comitê de Política Monetária (Copom) na noite passada deve demorar um pouco mais para afetar o comércio varejista. Aleciana lembrou que o setor não responde imediatamente ao aperto monetário imposto pelo Banco Central.

Para o economista-chefe do banco alemão WestLB no Brasil, Luciano Rostagno, o resultado do comércio em maio superou as expectativas. O executivo destaca, porém, que a “surpresa positiva não altera a tendência de perda de força do consumo”.

Para Rostagno, é provável que nos próximos meses os resultados das vendas no acumulado em 12 meses possa vir com taxas inferiores à apresentada em maio. “Houve uma mudança no padrão da série de seis meses da venda”, afirmou. A previsão é que as vendas tenham crescimento de 4% neste ano. No acumulado dos últimos 12 meses, a taxa indica alta de 6,1%.

Segmentos

Em maio, a Pesquisa Mensal do Comércio foi sustentada pela recuperação nas vendas do grupo hipermercados e supermercados, atividade que responde por 29% do resultado do estudo. O setor teve aumento de 2,6% nas vendas, porcentual bem melhor do que a queda de 5,4% apurada em abril na comparação anual.

De acordo com a economista do IBGE, a inflação tem contribuído para reduzir o ritmo de consumo das famílias. “A inflação do grupo alimentação em domicílio já está batendo 14,8%, segundo o IPCA. O impacto dessa inflação acaba refletindo também em outros segmentos”, explicou.

O economista Flavio Combat, da consultoria Concórdia, projeta para este ano um crescimento de 4,9% no faturamento do comércio – resultado bem aquém da alta no ano passado, de 8,4%. “Não obstante a decisão do governo de estender, até o final do ano, o incentivo tributário para a compra de automóveis, ratificamos a avaliação de que a forte antecipação de demanda nos trimestres anteriores está na base da desaceleração das vendas desse segmento”, disse o economista, em relatório.

Ele observou ainda que, para bens da linha branca (fogão, geladeira, máquina de lavar) e móveis, o recente programa de crédito subsidiado lançado pelo governo federal (Minha Casa Melhor) deve beneficiar as vendas neste segundo semestre.

*Com informações da Agência Estado

- Publicidade -
Últimas Notícias
- Publicidade -
Notícias Relacionadas