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Ingentes clamores da sociedade

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Alcyr Veras
Economista e professor universitário

Se fizermos um balanço geral sobre o que vem acontecendo no Brasil, sobretudo nos últimos dez anos, vamos constatar a existência de recorrentes problemas, alguns dos quais de elevadíssima gravidade que estão se tornando perigosamente crônicos, e que poderão levar o país a um estado caótico. Não sou alarmista, nem pretendo fazer aqui o “discurso de terra arrasada”. Como também não sou o histórico “Paladino”, que se auto-intitulava o homérico guerreiro romano da Verdade!

Mas, a sociedade brasileira, em geral, está tristemente perplexa, e manifesta sua imediata repulsa e sua irrestrita indignação, principalmente sobre três devastadores e aflitivos problemas que hoje estamos vivendo. A falta de segurança pública que impede o trabalhador, os Agentes econômicos, as Instituições e, enfim, a família brasileira de exercerem seus inalienáveis direitos de livre cidadania e de paz social.

O então eclético antropólogo, sociólogo e incansável idealista, educador Darcy Ribeiro, ex-Ministro da Educação, da Cultura, ex-Senador, e membro da Academia Brasileira de Letras, autor das propostas das chamadas Reformas de Base do governo João Goulart, assim se expressou naquela época: “se o Brasil não investir em Educação, no futuro faltará dinheiro para construir presídios.” Numa única frase de efeito, há cerca de cinquenta anos atrás, ele resumiu duas grandes vulnerabilidades brasileiras, de extremo apelo social, que até hoje continuam atrasando o país.

O ultrajante desrespeito, que agride e violenta mortalmente os valores da moral e da ética, através das abjetas e epidêmicas práticas de corrupção que se alastram numa avassaladora escalada inescrupulosa, contaminando agentes públicos, políticos, empresários, Instituições e Entidades, atingindo todos os setores de atividades. O dinheiro público (dos nossos impostos) virou uma farra em que o céu era o limite.

Os casos de corrupção extrapolam as fronteiras brasileiras e estendem suas ramificações, para outros países da América do Sul, Europa e Estados Unidos. Os principais jornais do mundo, as emissoras de rádio e televisão, as redes sociais, enfim os diversos meios de comunicação divulgam, diariamente, em todo o planeta, a imagem de um país manchado pela gigantesca rede contagiosa de ações fraudulentas cometidas por maus brasileiros.

A saúde pública, por sua vez, vive um quadro de proporções desesperadoras, sobretudo os serviços destinados à população de baixa renda. A grande maioria dos Hospitais públicos, construídos há mais de três décadas, vivendo uma superlotação dez vezes maior, diante de uma demanda que não para de crescer, permanecem com seus corredores entupidos de pessoas enfermas sendo tratadas em condições sub-humanas.

Vivemos um novo tempo. O Brasil precisa mudar de verdade, e não se contentar com essas pseudas reformas “meia tigela”, como a da Previdência Social e a Trabalhista. É preciso trocar a verborragia fastidiosa por realizações concretas. Falar menos e agir mais. Eliminar a retórica pirotécnica, substituindo-a por uma gestão de resultados. É isso que mais deseja a sociedade brasileira, diante de tantas demandas reprimidas.

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