O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu ontem mais um alerta sobre a possibilidade de chuvas fortes no Rio Grande do Norte neste período de instabilidade climática que marca o início do inverno na faixa litorânea nordestina. De acordo com o Inmet, as condições meteorológicas são favoráveis à ocorrência de chuvas de moderadas a fortes, no Leste, no período entre a madrugada desta sexta-feira e 23 horas do sábado, dia 20.
Este é o segundo aviso especial da meteorologia nesta semana. O anterior também alertava para chuvas de mesma intensidade até o final da noite de ontem, o que acabou não se confirmando.
O Boletim da Empresa de Pesquisa Agropecuária (Emparn), divulgada ontem, registra apenas uma ocorrência de 2,5 milímetros na região litorânea. Foi em Natal, na madrugada de ontem.
As chuvas foram mais intensas no Oeste e na região Central, onde a temporada invernosa está chegando ao fim. Em Angicos foram 86 milímetros e em São Rafael 50,2 mm. Pelo menos três municípios já ultrapassaram os 1.000 milímetros este ano. Foram Martins (1.286 mm), São Francisco do Oeste (1.024 mm) e Portalegre (1.004 mm).
No Alto Oeste, dos dezesseis açudes pertencentes à circunscrição do escritório regional do Dnocs em Pau dos Ferros, dez estão sangrando. Os últimos a alcançarem o limite máximo foram a barragem de Pau dos Ferros, com capacidade para 55 milhões de metros cúbicos; o açude de Rafael Fernandes e o de Lucrécia.
A sangria dos reservatórios do Alto Oeste beneficia a barragem de Santa Cruz, o segundo maior reservatório do Rio Grande do Norte, com capacidade para 599,7 milhões de metros cúbicos. A última medição, feita pelo Dnocs na quarta-feira.
Em Pau dos Ferros, diferente do que aconteceu em 2004, as chuvas não inundaram o Centro da cidade porque foram bem distribuídas no tempo, espaço e na intensidade.
Os quatro principais reservatórios da bacia Piranhas/Açu estão sangrando há mais de duas semanas. A Barragem Armando Ribeiro Gonçalves e os açudes Mendubin, Belduega e Pataxó, juntos, acumulam 2,5 bilhões de metros cúbicos.
Na região de Apodi, a situação de calamidade pública, decretada no começo deste ano em decorrência da falta de chuvas, deixou de ser preocupação. Em Itaú e São Francisco do Oeste, o abastecimento d’água por carro-pipa é coisa do passado. No campo, os agricultores esperam colher 100% da lavoura de feijão. No médio Oeste, onde a terra foi cortada nas primeiras chuvas, além do feijão, os agricultores colheram também uma boa sagra de milho.
