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Inpe admite seca no Nordeste

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Meteorologistas do Brasil e do exterior se reúnem em Fortaleza para fazer uma avaliação das condições climáticas que influenciam o inverno no sertão nordestino. A abertura será hoje à noite, mas as discussões a respeito da quadra chuvosa na região mais seca do País só ocorre na quinta-feira, quando o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) fará uma apresentação dos dados climáticos colhidos em dezembro por satélites e sondas meteorológicas.

Apesar da cautela dos meteorologistas do Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco a respeito da previsão, o diretor do  INPE, Carlos Nobre, adiantou no domingo, em entrevista do programa Fantástico, da Rede Globo, que 2007 será um ano de poucas chuvas no semi-árido desses estados.

Um dos fatores seria o fenômeno El Niño – aquecimento das águas do Pacífico Sul -, que apesar de perder força, somente desapareceria em março ou abril, quando a quadra chuvosa no sertão nordestino já estará perto do fim. El Nino está sendo apontado como o responsável pelas chuvas intensas no Centro Sul do Brasil.

A reportagem do Fantástico abordou as conseqüências do aquecimento global para o Brasil. “Os estudos que foram feitos indicam claramente que a tendência de aumento na temperatura do Brasil é similar do resto do mundo”, explica Carlos Nobre, pesquisador do Inpe. “Nós já entramos em 2007 com uma grande quantidade de tempestades intensas, enxurradas, fatalidades no Brasil. Então, este ano promete complicado do ponto de vista climático e temos que nos adaptar a esse quadro. Não vai haver nenhum alívio nos próximos anos”, alertou Carlos Nobre. Depois, num chat com internautas, ele fez outro alerta. Disse que, a continuar nesse ritmo, no futuro “o Brasil será como o Nordeste, onde só há duas estações: inverno e verão.”

Durante o encontro de meteorologistas em Fortaleza, a professora Terezinha Xavier, diretora da Sociedade Brasileira de Meteorologia vai apresentar um estudo sobre as mudanças climáticas ocorridas no Atlântico entre 1964 e 2005. A exemplo do Pacífico, os estudos mostram que o Atlântico tem um peso importante no inverno do Nordeste, incluindo a faixa litorânea e o sertão.

 No Rio Grande do Norte, foram poucas as chuvas no final de semana. De acordo com o boletim da Emparn, só 21 dos 178 postos de medição registraram a ocorrência de chuvas. As maiores delas foram em João Câmara, com 11,5 milímetros; Santa Maria 9,9 mm; São Paulo do Potengi 9,1 mm e Cerro Corá 8,6 mm.

Para hoje, a previsão é de tempo nublado a parcialmente nublado, com possibilidade de chuvas no Litoral e Alto Oeste no RN

Inpe entrega estudo sobre desmatamento

Em fevereiro, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) entregará ao Ministério do Meio Ambiente um estudo sobre os efeitos do desmatamento e do aquecimento global no Brasil. A pesquisa foi coordenada pelo professor José Antonio Marengo Orsini, do Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC) do INPE. O trabalho começou há dois anos e deve seguir até 2010 para mostrar como ficará o clima no país nos próximos 100 anos.

“Na Amazônia poderá haver uma elevação de temperatura em até 8 graus e redução no volume de chuva em 20% caso se confirme o cenário mais pessimista”, adianta o pesquisador. Para evitar esta catástrofe, é preciso interromper o desmatamento desenfreado e controlar a poluição, entre outras medidas. Mesmo assim, no cenário mais otimista, a temperatura pode subir cerca de 5 graus até 2100 na Amazônia. O estudo completo consiste de 6 relatórios, um sumário executivo e um atlas de mudança climática anual e sazonal para o Brasil considerando os cenários IPCC-A2 (pessimista) e IPCC-B2 (otimista).  A pesquisa detalha as projeções para as regiões da Amazônia, Bacia do Prata, Pantanal e Nordeste e estará disponível na internet. Um site com os relatórios e as saídas dos modelos deve estar operacional no mês de fevereiro.

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