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Inspeção técnica aponta risco de desabamento de prédios

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Recife (AE) – Desocupado desde maio do ano passado, depois de interditado pela Defesa Civil, o edifício Emilio Santos, localizado no bairro de Boa Viagem, zona sul do Recife, desabou parcialmente ontem. Ninguém ficou ferido.  De quatro andares, tipo caixão (sem pilotis), o prédio tinha três blocos com um total de 32 apartamentos. Ruíram quatro apartamentos do bloco C. O prédio foi construído na década de 1990. Em 2008 foi considerado como um imóvel de “risco muito alto de desabamento” por uma pesquisa realizada entre 2007 e 2009 pelo Instituto de Tecnologia de Pernambuco (Itep) em mais de cinco mil prédios-caixão espalhados pelo Recife e região metropolitana.

No ano passado, começaram a aparecer rachaduras. Depois de vistoria, a Defesa Civil recomendou a interdição. Para o coordenador da Defesa Civil no Recife, Adalberto Freitas, o ideal é que o imóvel seja demolido, mas para isso é aguardada decisão judicial. Segundo ele, o desabamento não oferece risco para os imóveis vizinhos ao prédio.

Moradores movem ações na Justiça por indenização da seguradora do edifício desde que foram obrigados a deixar o local. Eles só conseguiram, até o momento, pagamento de três meses de aluguel.

No Recife e em três municípios metropolitanos – Olinda, Paulista e Jaboatão dos Guararapes – 80% de 340 prédios-caixão identificados como de “risco muito alto de desabamento” continuam ocupados. O alerta é do coordenador do Laboratório de Tecnologia Habitacional do Itep, Carlos Wellington Pires. Ele foi responsável pela pesquisa, realizada depois da ocorrência de desabamentos em construções do tipo a partir de 1999. Doze ruíram e em dois deles, em Olinda, 12 pessoas morreram.

No Recife, seis destes prédios estão interditados e outro 51 passam por constante monitoramento, segundo informação da Defesa Civil. De acordo com Pires, a pesquisa mostrou que outros 1,2 mil prédios-caixão têm risco alto de desabamento.

Como decorrência da pesquisa, o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) entrou com uma ação civil pública para que as prefeituras dessem uma solução para o problema, já que foram identificados falhas graves nos projetos de engenharia e na execução das obras destes imóveis. “Percebemos que os prédios eram construídos de forma inapropriada, muitos na base do empirismo”, afirmou o coordenador. Recife tem muitas construções antigas nessas condições.

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