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Insurgentes rechaçam novo ataque de Kadafi

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Marsa El-Brega (AE) – Insurgentes rechaçaram ontem ataques de tropas leiais ao governante da Líbia, Muamar Kadafi, em uma batalha perto do terminal petrolífero de Marsa El-Brega, no Leste do país. O ataque, desfechado por centenas de soldados, mercenários e partidários de Kadafi, foi repelido após horas de combate. Pelo menos 10 insurgentes foram mortos na luta e outros 18 ficaram feridos. Um número não preciso de soldados de Kadafi foi morto. Os partidários do ditador líbio bateram em retirada e se entrincheiraram no campus universitário, a 5 quilômetros da cidade. Marsa El-Brega fica 740 quilômetros ao leste de Tripoli, onde Kadafi e seus partidários resistem à insurgência. Kadafi fez hoje outro discurso, advertindo o Ocidente a não intervir militarmente no conflito, dizendo que se isso ocorrer, “será pior que no Iraque” Também nesta quarta-feira, uma organização não-governamental, a Liga Líbia de Direitos Humanos, afirmou que 6 mil pessoas foram mortas desde que começou a rebelião contra Kadafi em meados de fevereiro.

Kadafi ameaça banho de sangue se for atacado por forças da Otan“Os cachorros fugiram”, disse um insurgente, exibindo seu rifle Kalashnikov em sinal de vitória, após as forças de Kadafi terem se retirado. Um correspondente da Associated Press que estava na cena viu quando os insurgentes cercaram e expulsaram os partidários de Kadafi do campus, que fugiram para o deserto. As forças de Kadafi conseguiram retomar duas cidades pequenas durante o final de semana passado. Mas as tentativas do ditador em recapturar as importantes cidades de Misurata e Az-Zawiya, esta última a apenas 50 quilômetros de Tripoli, fracassaram.

Os insurgentes de Marsa El-Brega receberam reforços de homens armados vindos das cidades de Ajbdabiya, que fica 70 quilômetros ao leste, e até de Benghazi, que está a 150 quilômetros na direção ao Egito. O ataque foi rechaçado após o meio dia e a chegada dos reforços. Os insurgentes afirmam que retomaram o porto, o aeroporto e o terminal portuário petrolífero de Marsa. Apesar de terem rechaçado as forças de Kadafi em Marsa El-Brega, os insurgentes pediram nesta quarta-feira que a Organização das Nações Unidas (ONU) ordene a realização de ataques aéreos contra mercenários que lutam em nome de Kadafi.

Advertência

Kadafi advertiu o Ocidente sobre uma possível intervenção para apoiar os insurgentes. Ele  afirmou que nesse caso lançaria uma “guerra muito sangrenta”, na qual “milhares de líbios morreriam”. O líder da Líbia afirmou ainda que poderia contar com empresas brasileiras para substituir outras companhias estrangeiras, caso estas deixem a Líbia. Segundo uma ONG, pelo menos 6 mil pessoas morreram desde o início dos protestos.

Falando em evento transmitido ao vivo pela televisão estatal, Kadafi culpou novamente a rede extremista Al-Qaeda por desafiar o regime de mais de 41 anos na Líbia. Kadafi disse que seu objetivo é controlar a terra líbia e o petróleo do país. Ele prometeu lutar até o último homem e a última mulher.

diplomacia – Líbia formula convite ao Brasil 

Trípoli (AE) – O regime de Muamar Kadafi convidou formalmente ontem o Brasil a integrar uma missão de observadores que acompanharia a crise entre opositores e o governo da Líbia. A proposta foi feita por autoridades do governo diretamente ao embaixador brasileiro em Trípoli, George Fernandes, durante um encontro para celebrar o “Dia do Povo” – data de refundação da Líbia, há 34 anos. O convite ao Brasil foi estendido à União Africana e ao bloco da Conferência Islâmica. Mas dificilmente a missão de observadores, conforme os planos de Kadafi, será levada adiante. As relações entre o regime de Kadafi e o Brasil ganharam impulso com o governo Luiz Inácio Lula da Silva, que visitou o país logo no começo de seu governo, em 2003.

Pouco antes da ida de Lula, desembarcara no Brasil Saadi Kadafi, um dos oito filhos do ditador, que comandava a seleção de futebol da Líbia. “

ONU anuncia ajuda alimentar para refugiados

Genebra (AE) – As nações europeias e o Egito enviaram ontem voos de emergência para locais perto das fronteiras da Líbia, enquanto dezenas de milhares de trabalhadores estrangeiros famintos e ansiosos tentam entrar na Tunísia e escapar do caos e da violência que tomaram contra do país magrebino, em meio à insurgência contra o governante Muamar Kadafi. Mais de 180 mil refugiados já deixaram a Líbia para a Tunísia e o Egito nos últimos dias. Cerca de 30 mil pessoas aguardam para entrar na Tunísia. O Programa Mundial de Alimentação (WFP) da Organização das Nações Unidas  lançou uma operação emergencial de US$ 38,7 milhões para levar alimentos às pessoas na Tunísia, Líbia e Egito nos próximos três meses. Governos da Espanha e da Grã-Bretanha anunciaram o envio de aviões para repatriar refugiados ou para levar alimentos. Outros 2,4 mil africanos tentam sair da Líbia através de Tumo, uma passagem na fronteira com o Níger, em pleno Saara.

A porta-voz do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR), Melissa Fleming, disse que 77.320 pessoas cruzaram a fronteira da Líbia e entraram no Egito nos últimos dias, a maioria das quais de cidadania egípcia. Um número semelhante cruzou a fronteira da Líbia para a Tunísia.

O primeiro-ministro da Espanha, José Luiz Rodríguez Zapatero, em visita ontem a Túnis, enviou 30 toneladas de alimentos e outros suprimentos de emergência à fronteira líbio-tunisina. O primeiro-ministro da Grã-Bretanha, David Cameron, anunciou que o Reino Unido começou uma ponte aérea entre a ilha tunisina de Djerba e o Cairo.

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