Confirmado pelo Governo do Estado a previsão de inverno com chuvas na média ou acima da média, como havia sido publicado no último domingo (16) na TRIBUNA DO NORTE. O governo estadual liberou, oficialmente, o relatório enviado à governadora Rosalba Ciarlini, em que a Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (Emparn) informa as primeiras previsões climáticas para o período de inverno – de fevereiro a maio de 2011 – no Rio Grande do Norte, com precipitações de chuvas que variam de 535 milímetros a 1.554 mm, dependendo da região.
De responsabilidade da Gerência de Meteorologia da Emparn, o relatório diz que a tendência de chuvas nos próximos quatro meses, devido as condições oceânicas e atmosféricas, é de variação em torno da “normal histórica sobre o setor semiárido do Estado”.
O documento ressalta que o Semiárido Potiguar tem como característica alta variabilidade espacial e temporal dos índices pluviométricos: “Isto significa que algumas localidades poderão receber uma quantidade de precipitação maior do que outras”.
Um dos meteorologistas da Emparn, Gilmar Bristot, alerta que uma previsão final sobre a ocorrência de chuvas será tirada da 3ª Reunião de Análises Climáticas para o Semiárido Nordestino, que a Emparn estará sediando nos dias 17 e 18 de fevereiro.
Bristot diz que esse relatório preliminar é importante para as áreas de Defesa Civil, de Recursos Hídricos e para toda a cadeia do agronegócio do Rio Grande do Norte.
Para Bristot, o monitoramento das chuvas também permitirá a área de recursos hídricos, por exemplo, saber se, caso chova 10% acima da média histórica, quanto de área pode ser alagadas nas regiões mais susceptíveis a inundações, como os Vales do Apodi e do Açu.
O relatório cita as barragens Armando Ribeiro Gonçalves e de Santa Cruz, “que estão construídas “nas áreas de risco de inundação” e cuja capacidade de recebimento das águas pluviais são monitoradas pela área de recursos hídricos.
Segundo Bristot, como as bacias dessas barragens estão no cristalino, o volume de água que escoa para elas é muito grande, daí o fato das inundações nas regiões dos Vales do Açu e Apodi.
Em época de inverno normal, em fevereiro chove uma média de 60 mm na região Agreste e acima de 100 mm no Oeste e parte do Seridó. Em março, chega a chover 300 mm no Alto Oeste. Em abril, a média fica entre 150 mm e 2700 mm no Alto Oeste.
Bombeiros avaliam áreas de risco
As ações preventivas da Defesa Civil do estado para minimizar os impactos das possíveis enchentes deste ano, no RN, serão definidas e detalhadas até o final da próxima semana. A informação é do novo comandante do Corpo de Bombeiros, coronel Elizeu Lisboa Dantas.
Ele espera que o relatório elaborado a partir de visitas das equipes dos bombeiros às regiões mais vulneráveis a enchentes, os vales do Açu e do Apodi, seja concluído e discutido no início da próxima semana. Após reuniões com representantes do estado, governo federal e das prefeituras, previstas para ocorrer na segunda e terça-feira, as conclusões serão encaminhadas aos órgãos competentes até a sexta-feira, 28.
A corporação irá assumir as ações da Defesa Civil no Rio Grande do Norte e já há, inclusive o nome indicado para a coordenadoria estadual, o do tenente coronel Josenildo Acioli, que vem chefiando as visitas às áreas de risco e esteve esta semana no Vale do Apodi.
Ele lembra que no País só as defesas civis do Rio Grande do Norte e do Rio Grande do Sul ainda não são coordenadas por representantes da corporação.
A intenção do Governo do Estado, garante Elizeu Dantas, é investir tanto em pessoal, quanto em logística, para reestruturar a Defesa Civil, uma vez que a coordenadora, dentro da Secretaria de Justiça e Cidadania, com apenas uma sala e três funcionários.
O decreto de regulamentação do Fundo de Reaparelhamento do Corpo de Bombeiros já vem sendo preparado. A partir do decreto, a exemplo de outros estados, passariam a ser cobradas taxas por alguns serviços não emergenciais, como análises de projetos, vistorias e interdições.
Janeiro será dos mais chuvosos dos últimos anos
As mudanças do clima no interior do Rio Grande do Norte fortalecem a previsão dos meteorologistas de que as chuvas poderão ficar acima da média no semiárido nordestino. Apesar de a Emparn só ter ativado o serviço de informações sobre chuvas na última segunda-feira, o RN deverá ter o janeiro mais chuvoso dos últimos anos. Há informação de chuvas em todas as regiões do Estado, inclusive o Litoral e o Agreste, regiões onde o inverno regularmente começa em maio.
Com apenas uma semana de registros, o Boletim Pluviométrico da Emparn registra chuvas acumuladas de 188,4 milímetros em Parnamirim, 125 mm em Martins e 75 em Portalegre (Alto Oeste), 49 em Mossoró (Oeste), 48 em Jardim de Piranhas (Seridó), 49 em Santa Cruz (Agreste).
Ontem, uma chuva forte caíu no município de Santana do Matos e se espalhou pela região Central, atigindo a zona rural de Angicos e parte do Vale do Açu. O município vinha enfrentando problemas com a seca e o gado morrendo por falta de pasto. Agora, os agricultores terão comida para o rebanho”, disse Aldecir, morador da cidade ouvido pela TN.
Em Caicó, uma cena incomum nesta época do ano. Centenas de fieis se abrigavam, quinta-feira à tarde, para concluir o trajeto da procissão de São Sebastião.
