terça-feira, 23 de abril, 2024
32.1 C
Natal
terça-feira, 23 de abril, 2024

Inverno, sim

- Publicidade -

Woden Madruga
[email protected]

Eis a notícia que todo mundo esperava, rezando, orações debulhadas no rosário: 2018 será um ano de inverno normal nos sertões do semiárido nordestino. Com chuvas que poderão ultrapassar a média histórica, agora no período de março (mês de São José) até maio, das flores e das noivas e, certamente, com o primeiro feijão verde na mesa. Junho, garantia de milho verde nas fogueiras de Santo Antônio, São João e São Pedro. Gado gordo já apontando nos cercados de julho em diante. Açudes cheios na travessia do segundo semestre.

Tudo isso está desenhado no relatório da Reunião de Análise Climática para o Semiárido do Nordeste Brasileiro, divulgado no começo da tarde de ontem. O encontro que reuniu em Parnamirim (sede da Emparn) meteorologistas de todo o Nordeste durou três dias. De repente as redes sociais espalharam pelo mundo a fora a boa nova, repicando os sinos da animação, festas nos alpendres, graças aos céus. Tudo vai dar certo.  Apesar da notícia já ter chegado a todos os cantos, transcrevo, na íntegra, o anunciado dos meteorogistas, guardando a cópia do documento na gaveta. Aí, pode-se ler e reler, atiçando as nossas esperanças e alegrias. Confira:

– O semiárido da região Nordeste vai ter um inverno com chuvas de normal a acima do normal, nos meses de março, abril e maio. Essa foi a conclusão da II Reunião de Análise Climática para o Semiárido do Nordeste Brasileiro, que foi realizada pela Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (Emparn).

– Meteorologistas dos centros de previsão climática do Nordeste e de centros nacionais como o Centro de Pesquisa Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC/INPE) e o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) se reuniram nos dias 20,21 e 22 de fevereiro para analisar e discutir as informações geradas pelos modelos meteorológicos, assim como, as condições climáticas e qual a influência delas na geração das chuvas.

– Esse resultado da reunião é semelhante a conclusão do encontro realizado em janeiro, pela Funceme, no Ceará. Mas desta vez, segundo o meteorologista da Emparn, Gilmar Bristot, as condições climáticas estão ainda mais favoráveis para que ocorram chuvas no semiárido – “a temperatura do Oceano Atlântico Sul que está mais quente e o resfriamento no Atlântico Norte que favorecem a permanência da Zona de Convergência Intertropical sobre a região Nordeste”.  A Zona de Convergência Intertropical é o principal sistema causador de chuva no semiárido nordestino.

– A análise dos campos atmosféricos e oceânicos de grande escala (vento em superfície e em altitude, pressão ao nível do mar, temperatura da superfície do mar, entre outros), e dos resultados de modelos numéricos globais e regionais e de modelos estatísticos de diversas instituições de meteorologia do Brasil (Funceme, INMET, CPTEC/INPE) e do exterior indicou que há uma maior probabilidade de chuvas acima do normal, na faixa do Nordeste, que engloba todo o semiárido potiguar.

– No Rio Grande do Norte, 92% do seu território é semiárido, engloba as regiões Central, Oeste e quase toda a região Agreste. No semiárido o período de inverno vai de fevereiro a maio, com exceção da região Agreste onde o período chuvoso se estende até o mês de agosto.

Boletim das chuvas
Ontem, 22, dia consagrado a Santa Joana Maria, choveu pouco no Rio Grande do Norte. Chuvinhas finas pela região Oeste. Já no Ceará, do outro lado da Chapada do Apodi, choveu em mais de 80 municípios, a maior chuva em Tamboril, região do Sertão Central, 48 milímetros. Em Milagres, região do Cariri, 27.

Na Paraíba algumas chuvas pelo Sertão. Em Teixeira, 17 milímetros.

Política
Da cronista política Vera Magalhães, do Estadão, vendo o teatrinho de Brasília:

– Michel Temer joga com o tempo para responder à pergunta, cada vez mais repetida, sobre se será ou não candidato à reeleição. Sua condição, apenas e tão somente nesse campo, é vantajosa em relação a alguns dos virtuais oponentes:  não precisa renunciar ao mandato e não é premido pelo prazo para escolher um partido.

– Por isso, julga ter tempo para que os dois principais fatores que vão determinar suas chances eleitorais mostrem resultado: a recuperação da economia e o sucesso ou fracasso da intervenção federal no Rio.

Machado de Assis político
Deu na coluna de Ancelmo Gois, de O Globo:

– Machado de Assis deputado? Quem descobriu foi José Murilo de Carvalho. O “Jornal do Commercio” de 22/12/1866, na página 2, dá a lista de candidatos do Partido Liberal a deputado feral por Minas Gerais (três deputados por cada distrito). Entre os três do 6º distrito está… Machado de Assis (1836-1912).

– O historiador diz que há 95% de probabilidade de o candidato ser o grande escritor. Ele destaca que a legislação da época permitia que pessoas de uma província ou da corte se candidatassem por outras províncias. Aliás, na mesma chapa está o jornalista e político Quintino Bocaiuva (1836-1912).

– “Em 40 anos de estudo do Império, nunca encontrei político com o nome de Machado de Assis “, disse o historiador.

Ancelmo Gois arremata: – Sorte nossa, ele não ter sido eleito. Assim, pode ser dedicar a escrever. ”

Previdência
A Reforma da Previdência, que deu uma encolhida agora com a intervenção no Rio de Janeiro, será o tema da próxima Quinta Jurídica, que será realizada no dia 15 de março no auditório da Justiça Federal do Rio Grande do Norte.

Livro
Em abril, começo do mês, teremos o lançamento de um novo livro de Osair Vasconcelos, agora de crônicas: Retratos fora da parede.

- Publicidade -
Últimas Notícias
- Publicidade -
Notícias Relacionadas