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Investigação sobre furto da Patrobras fica sob sigilo

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VIOLAÇÃO - Terminal do Porto do Rio, onde estava o contêiner Rio de Janeiro (AE) – As investigações sobre o roubo de informações estratégicas da Petrobras passaram a correr sob sigilo absoluto, informou a delegada Carla Dolinski, responsável pelo inquérito aberto na regional Macaé da Polícia Federal. Segundo ela, a decisão tem como objetivo preservar o trabalho dos investigadores, que começam a ouvir os envolvidos na semana que vem. Na avaliação de especialistas, há indícios de que os dados sejam referentes à descoberta gigante de gás de Júpiter, na Bacia de Santos, anunciada no dia 21 de janeiro.

A Petrobras informou à polícia que os equipamentos deixaram uma plataforma na Bacia de Santos no dia 18 de janeiro, mesmo dia em que a unidade usada para perfurar o poço descobridor deixou a locação rumo a um estaleiro no Rio para manutenção.

A Halliburton foi contratada pela Petrobras para realizar estudos em poços petrolíferos, com ênfase em situações de alta pressão e alta temperatura, como as encontradas na camada abaixo do sal na Bacia de Santos. Especialistas explicam que esses estudos têm o nome técnico de “perfis de poços” e contêm dados usados no cálculo do volume descoberto em determinado reservatório, como tipo de fluido encontrado, pressão, espessura e porosidade da rocha. Mais uma vez, a Petrobras evitou comentar o assunto.

A reportagem questionou o fato de computadores com informações importantes serem transportados por contêiner, mas não obteve resposta. Segundo a polícia, as informações estavam em quatro computadores portáteis e dois discos rígidos da Halliburton, que foram levados a Macaé, onde só chegaram no dia 30, depois de passar cerca de 10 dias no terminal de contêineres Poliportos, na zona portuária do Rio. O delegado Luiz Carlos Carvalho Cruz, titular da Delegacia Especial de Polícia Marítima da PF, explicou que cargas transportadas em contêineres são monitoradas e um rastreamento pode indicar onde foi feita a última checagem do lacre original, o que poderia indicar onde o equipamento foi roubado. Para o delegado, que poderá reforçar a equipe responsável pelo caso, “dificilmente o furto ocorreu no porto do Rio”, onde há 10 anos não há registro de roubos.

O mercado de petróleo teme o uso político do incidente, que já começa a ser usado por sindicalistas como argumento para a retirada de blocos com potencial de descobertas abaixo do sal dos próximos leilões da Agência Nacional do Petróleo (ANP). Em nota distribuída ontem, a Federação Única dos Petroleiros (FUP) afirma que o incidente “pode impor sérios prejuízos ao País”, uma vez que áreas com características semelhantes constam da lista de oferta da 8ª Rodada de Licitações da ANP, suspensa em 2006, que deve ser retomada este ano.

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