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Investimentos em saneamento cresceram 264% de 2011 e 2015

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Dados apresentados pela edição 2017 do Ranking do Saneamento Básico das 100 maiores cidades do país, realizado pelo Instituto Trata Brasil, revelam que 50,3% da população tem acesso à coleta de esgoto e somente 42% dos esgotos são tratados. Neste cenário, Natal se encontra na 76ª posição dentre as cidades avaliadas. Entre 2011 e 2015 -ano base para a realização do ranking – a capital potiguar se destacou pela evolução dos investimentos e expansão na área de saneamento, com crescimento de 264,12%. Apesar disso, a pesquisa identificou aumento no índice de perdas de faturamento e redução da evolução no tratamento de esgoto.

Os números mostram que os investimentos saltaram de  R$ 14 milhões, em 2011, para R$ 51 milhões em 2015. No acumulado de 2011 a 2015,  foram aplicados R$ 135 milhões em recursos voltados para a área de saneamento básico em Natal. Porém, o faturamento sobre a distribuição da rede de água e esgoto na capital registrou perdas de aproximadamente 50%, quando analisados os cinco anos compreendidos pelo ranking das 100 maiores cidades. Na mesma tendência de decréscimo, está o tratamento de esgoto, que era de 33% em 2011 e passou para 27% em 2015 (-5,92%), conforme o levantamento.

Em relação às perdas de faturamento, a Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte (Caern) elenca motivos que podem levar ao déficit, que vão desde à interrupções pontuais no fornecimento para reparos, passando por vazamentos em tubulações e desvios clandestinos nas redes de água e esgoto. Outro fator que também contribui para a redução, segundo a companhia, é a ausência ou a falta de funcionamento de hidrômetros – aparelho com que se mede o consumo de água nos imóveis.

De acordo com a direção de empreendimentos da Caern, os hidrômetros possuem vida útil de cinco anos e não passam por substituição constante. A companhia prevê a aquisição de 120 mil medidores nos próximos meses. Deste total, metade irá substituir parte dos 900 mil aparelhos registrados em todo o Rio Grande do Norte, e a outra metade irá ampliar essa rede, através de novas ligações. O investimento terá custo total de R$15 milhões, oriundos com recursos próprios.

Em relação à quantidade de água que não é contabilizada pelos medidores e quanto isso representa de perdas, a Caern afirma que não possui registros devido à falta de setorização da rede de distribuição. Questionada se parte dos investimentos em esgotamento pudesse ser utilizada em medidas preventivas para coibir desvios, a diretoria de empreendimentos da companhia informou que é necessário buscar outra fonte de custeio, mas que as irregularidades são desfeitas assim que identificadas em obras de reparos na rede.

A redução na evolução do tratamento de esgoto em Natal também é questionada pela companhia, que estranha o índice uma vez que são executadas obras de ampliação da rede de esgotamento sanitário da capital, o qual inclui coleta e tratamento. “Todo esgoto que é coletado em Natal é tratado. A população de Natal não cresceu tanto assim para se ter essa queda, mesmo que a Caern não tivesse feito nenhuma ligação nesse período”, afirma a diretora de empreendimentos Geni Formiga. Atualmente, 50% de Natal recebeu novas ligações de saneamento, e a previsão da companhia é de concluir os trabalhos até o final do primeiro semestre de 2018.

De maneira inversa, os investimentos registraram crescimento de acordo com o levantamento. No acumulado dos últimos cinco anos, os valores utilizados para custeio em obras de esgotamento sanitário chegaram a R$135 milhões. O montante, segundo a Caern, tem parte de 25% oriundo de recursos estaduais – em forma de contrapartidas ou reajustamentos – e 75% de verbas federais. O investimento total é de R$ 504 milhões.

Sobre o ranking

Lançado desde 2009 pelo Instituto Trata Brasil, o novo Ranking do Saneamento Básico das 100 maiores cidades do país é publicado para chamar atenção dos preocupantes indicadores de saneamento nas 100 maiores cidades do Brasil. Feito em parceria com a GO Associados, especializada em saneamento básico, o trabalho usa dados oficiais do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), Ministério das Cidades – ano base 2015. Avalia a evolução dos indicadores de água, esgotos, investimentos e perdas de água nas maiores cidades e com foco nas capitais brasileiras.

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