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Investimentos para a Copa ficarão abaixo do previsto

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Andrielle Mendes – Repórter

Dos seis novos hotéis planejados para Natal, com vistas à Copa do Mundo de 2014, três não deverão sair do papel neste primeiro momento. A soma investida acabou caindo de R$ 350 milhões para R$ 160 milhões, em média. A falta de “incentivos” por parte do governo estadual e da Prefeitura de Natal e as perspectivas futuras do turismo, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis no Rio Grande do Norte (ABIH/RN), desestimularam os investidores. Durante coletiva de imprensa ontem, os hoteleiros admitiram que não contam com 100% de ocupação  no Mundial.
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A taxa de ocupação dos hotéis em Natal durante a Copa não deverá superar os 85%. O índice fica atrás do atingido em períodos como a alta estação de 2010 e sinaliza, de acordo com a ABIH, que nem um evento de grande porte conseguirá alavancar os números da hotelaria. A projeção foi apresentada ontem pela Associação durante a  divulgação de uma pesquisa sobre o turismo na capital potiguar.

Investimentos

A crise que afeta o setor, e é motivada, em parte, pela queda no fluxo de turistas estrangeiros e nacionais na capital, repercute nos investimentos na rede hoteleira. Dos seis hotéis que seriam construídos na cidade até 2014, só três sairão do papel nesse primeiro momento.    

Alguns, no entanto, nem chegarão a ficar prontos a tempo do Mundial. “Tem investidor que reduziu o ritmo da obra. Tem investidor que desistiu de construir”, explica Habib Chalita, presidente da ABIH/RN. O empresário espanhol Ernesto Martin Ferro se encaixa no segundo grupo. “Eu tinha um projeto espetacular, mas decidi que não vou construir por enquanto. Estou disposto até a vender o terreno”, disse.

O grupo Tambaqui – com hotéis em Maceió e Fortaleza – e o que administra o hotel Parque da Costeira também engavetaram os projetos, previstos para a Via Costeira. “Os empresários começaram a entender que Natal não precisa de mais hotéis. Natal precisa ocupar os que hotéis que já tem”, esclarece Ramzi Elali, que é empresário do ramo, vice-presidente da ABIH/RN, e já foi secretário de turismo do estado.

Levantamento recente divulgado pela Associação mostrou que a taxa de ocupação no primeiro semestre do ano oscilou entre 60 e 65%. Em 2010, quando o turismo ainda não estava em baixa no RN, a taxa girava em torno de 85% a 90%. Hoje, cerca de 40% dos leitos dos hotéis em Natal estão ociosos.

Entre as causas para a queda na taxa de ocupação, Habib Chalita, aponta a falta de divulgação do destino junto aos turistas. Ele defende mais investimentos na área e diz que a Copa, ao contrário do que muitos pensaram, pode ser um ‘tiro no pé’. “Por enquanto, o único benefício que vejo é a exposição que Natal vai ter durante o Mundial”, analisa.

O cancelamento de quatro voos diários no ano que antecede a Copa também tem preocupado o setor e impactado nos números. Estudo realizado pela Associação mostrou que, com o cancelamento dos voos, a rede hoteleira deixará de faturar cerca de R$ 32 milhões em 2013. Outros setores também deverão sentir.

PESQUISA

Foi para mostrar como o natalense enxerga o turismo e toda a cadeia que o envolve que a Associação encomendou uma pesquisa de opinião à Consult Pesquisa, apresentada ontem. A pesquisa mostrou, entre outras coisas, que, na percepção dos 800 natalenses entrevistados, o turismo é a atividade econômica mais expressiva, que merece ser mais bem divulgada, e que não recebe incentivos suficientes nem do governo do Estado nem do Município de Natal. Os dados serão apresentados na Câmara dos Vereadores e na Assembleia Legislativa. “Queremos que sirvam de alerta”, justifica Habib Chalita, presidente da ABIH/RN.

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