A atividade eólica foi a que mais cresceu no Estado. Somente nos últimos cinco anos, o setor movimentou entre R$ 3 a R$ 4 bilhões em compras diretas e receita local para a instalação de novos parques. Considerando-se o total de investimentos diretos com equipamentos, materiais, serviços e mão de obra durante o período, calcula o diretor do Cerne, Jean-Paul Prates, o valor ultrapassa os R$ 10 bilhões.
O investimento se traduz na mudança de realidade dos municípios que abrigam os parques eólicos que viram a arrecadação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), crescer neste período. Pela nova tabela da Secretaria Estadual de Tributação, oito dos dez municípios com maior ganho no ICMS já produzem ou estão em fase de montagem de usinas eólicas.
Bodó teve um incremento de 251,7%, passando da 133º colocação no ranking, em 2011, do ICMS para a 24º posição. A cidade de Parazinho, que detém a maior potência eólica instalada do Brasil, conta com 304 aerogeradores, em 21 usinas em funcionamento, com capacidade para gerar 604 MW de energia (capacidade instalada). Entre 2012 e 2014, o município pulou do 80º lugar para a 36ª colocação no ranking estadual de ICMS. E para o próximo período, a previsão é que a arrecadação seja ainda maior.
A indústria de energia eólica segue uma trajetória contrária ao atual momento da economia do país como resultado de investimentos e leilões realizados a partir de 2009, explica a diretora executiva da Abeeólica, Elbia Gannoum. A energia dos ventos responde por 5,5% da matriz de energia do país. Em 2015, a participação no Sistema Integrado Nacional (SIN) de energia elétrica avançou 35% em relação ão ano anterior. Para este ano, é esperado um crescimento de 36% na comparação com 2015.
“Independente de crise financeira, há a baixa nos reservatórios de água e a necessidade de substituir as térmicas, nisso, a fonte eólica é mais competitiva. Por ano, são investidos de 2 a 3 gigawatts”, afirma.
