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‘Investimos um volume recorde no RN’, afirma Diretor Presidente da Cosern

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Ricardo Araújo
Editor

O ano de 2020 será, diferente de muitas empresas ao redor do mundo, comemorado pela Cosern. Ao longo do ano passado, a empresa responsável pela distribuição de energia elétrica no Estado ampliou em aproximadamente 10% os investimentos localmente, com a construção de subestações elétricas e ampliação da rede de fornecimento de energia. Mesmo em um ano atípico, que colocou em xeque a saúde financeira de diversos conglomerados comerciais locais, nacionais e com abrangência mundial, a Cosern conseguiu melhorar índices de rendimento e adaptou sua mão de obra à realidade do home office com aproveitamento quantificado positivamente. Na entrevista a seguir, o diretor presidente da Cosern, Márcio Caires Vasconcelos, detalha como foi possível atingir números positivos no primeiro ano da pandemia.

Márcio Caires Vasconcelos é Diretor Presidente da Cosern
Ao longo de 2020, a Cosern ampliou em aproximadamente 10% os investimentos no Rio Grande do Norte. Como isso foi possível em um ano marcado pela pandemia do novo coronavírus?

No ano passado, a Cosern investiu R$ 359 milhões no sistema elétrico potiguar, 10% a mais do que em 2019. Esse foi mais um recorde no volume de investimentos da empresa ao longo dos 59 anos de serviços prestados ao Rio Grande do Norte e isto só foi possível através da nossa resiliência e alta capacidade de adaptação. A pandemia do novo coronavírus exigiu de nós mudanças e respostas muito rápidas na operação, mas conseguimos nos reconfigurar rapidamente com todos os cuidados com as nossas pessoas, mas mantendo o compromisso com a melhoria contínua da qualidade do serviço essencial prestado aos potiguares. Para se ter uma ideia, construímos 750 novos quilômetros de redes elétricas de média e baixa tensão e 42 quilômetros de redes de alta tensão. Hoje, a rede elétrica da Cosern mede 58.291 quilômetros. Numa comparação simples, seria possível dar quase uma volta e meia na circunferência do Planeta Terra com essa extensão de fios e cabos utilizados para levar energia elétrica a todos os potiguares. Diariamente, essas redes são inspecionadas e recebem manutenções adequadas para que seja constante a melhoria do serviço, e, considerando o momento atual, com atenção ainda mais especial para aqueles trechos que atendem unidades essenciais como hospitais e pontos de vacinação – locais que se tornaram ainda mais prioritários para nós desde o início da pandemia.

Quais empreendimentos comprovam isso?

Inauguramos duas subestações elétricas. Uma em Itajá, na região do Vale do Assu, e outra em Jandaíra, no Mato Grande, totalizando agora 72 centrais de distribuição desse tipo em todo o Estado. Instalamos 269 equipamentos telecomandados na rede elétrica em todo o Estado, contabilizando atualmente 1.407, dotados de uma tecnologia chamada de “Self-Healing” (auto reconfiguração, em inglês), que permite o restabelecimento automático do fornecimento de energia após um defeito. Acompanhamos muito de perto a efetividade dos nossos investimentos versus a melhoria dos nossos indicadores de qualidade do fornecimento e a conclusão é que estamos no caminho certo.

E a qualidade do serviço, como está?
Fazendo uma conta simples, a qualidade do serviço prestado pela Cosern melhorou cerca de 460% de 1997 quando da privatização para cá. Temos a convicção que, com todo esse esforço, o consumidor potiguar foi o maior beneficiado e o vem reconhecendo, ano após ano, tanto que, na última pesquisa realizada pela Abradee – Associação das Distribuidoras de Energia Elétrica do Brasil, divulgada no segundo semestre de 2020, a Cosern obteve um excelente Índice de Satisfação com a Qualidade Percebida (ISQP), 82,5, quarta posição no Brasil. Também fomos reconhecidos na última semana pelo Órgão Regulador, a Aneel – Agência Nacional de Energia Elétrica, como uma das três melhores distribuidoras do Brasil e a melhor do Nordeste com mais de 400 clientes, em qualidade do fornecimento. Isso é histórico, resultado de muito investimento e de um trabalho conjunto de uma equipe altamente comprometida com o que faz.

Ainda no tocante à pandemia, quais medidas foram adotadas pela Cosern para proteger os trabalhadores e quais são os resultados delas? Houve aumento da produtividade em trabalho remoto, por exemplo?
A segurança é um valor fundamental para a Cosern/Neoenergia e seus colaboradores, em todos os aspectos, seja durante a manutenção de um transformador no alto de um poste ou ao subir uma escada de acesso no nosso edifício-sede, por exemplo. Para nós, a vida está acima de tudo. Por isso, quando a pandemia começou, a questão do comportamento seguro foi rapidamente internalizada pelos nossos colaboradores. Em linhas gerais, tudo o que fosse possível ser feito para preservar vidas seria bem-vindo. A Cosern foi pioneira, dentro do Grupo Neoenergia, em utilizar um aplicativo (Health Check) para smartphone que permite monitorar em tempo real o estado de saúde dos colaboradores e dimensionar a propagação do Coronavírus na empresa. Semanalmente, o aplicativo é atualizado por todos nós e qualquer suspeita de contaminação ou quadros de ansiedade, por exemplo, é acompanhada de perto pela equipe de Saúde e Segurança. O acesso ao edifício-sede ficou mais restrito aos colaboradores que necessitam realizar suas atividades de forma presencial (como o Centro de Operações e as equipes de plantão, por exemplo) e eles passam por testagens periódicas para Covid-19 (Sorologia, PCR e Swab rápido) como forma de identificar e isolar os casos assintomáticos. Dentro da empresa, todas as medidas recomendadas pelas autoridades sanitárias (uso de máscara, álcool em gel e de distanciamento social) foram adotadas para garantir a segurança e prevenir o contágio. Essa testagem também acontece com todos os colaboradores que vão voltando ao trabalho presencial, em diversas fases determinadas pelo nosso RH em formato de rodízio. Nesse período, já realizamos inúmeros encontros virtuais, inclusive com especialistas das mais diversas áreas de fora da empresa, para manter nosso time motivado e unido, mesmo à distância.

E as equipes de campo, como são assistidas?
Com relação às equipes técnicas de campo, que também são considerados por nós como nossos heróis da linha de frente, pois não saíram das ruas um só momento nesses últimos 13 meses realizando um trabalho essencial, elas também receberam uma atenção especial. Além do reforço nos equipamentos de proteção individual, nossos eletricistas passaram a ser acompanhados de perto por uma espécie de “padrinho da segurança” para que não se exponham também a riscos que possam levar à contaminação.

O senhor acredita que o teletrabalho irá se perpetuar em empresas maiores, como a Cosern? Quais são os benefícios dele?
Essa é uma tendência global no mundo corporativo que foi acelerada pela pandemia e, sim, está dando muito certo. Mesmo sendo uma novidade para a empresa, percebemos que conseguimos manter, desde as primeiras semanas da pandemia, um bom nível de produtividade dos colaboradores que foram colocados em home office. Dos atuais 1.023 colaboradores diretos da Cosern, 81 estão em home office há um ano e outros 287 estão trabalhando em jornadas alternadas entre os nossos escritórios e suas residências. Lembrando que, mesmo diante dos desafios impostos pela pandemia, a Cosern contratou 200 novos colaboradores em 2020, entre eles o primeiro grupo de 16 mulheres eletricistas de serviços comerciais, formadas na Escola de Eletricistas da Cosern, mantida em parceria com o SENAI. Essas contratações são históricas e evidencia o nosso compromisso com a igualdade de gênero na empresa e com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU. Avalio que o grande benefício do home office neste período foi fomentar com o nosso time a necessidade imediata de minimizar os riscos de contaminação através do isolamento dentro e fora do horário de trabalho. É importante ressaltar que nenhum dos serviços da Cosern foi suspenso e novos canais digitais foram ampliados e colocados à disposição dos nossos clientes, (como o WhatsApp, por exemplo), e houve um reforço naqueles chamados tradicionais (116 e atendimento presencial nas Lojas de Atendimento).

A Neoenergia/Iberdrola está construindo um dos maiores parques eólicos da América Latina no Estado da Paraíba, que irá concorrer diretamente com o Rio Grande do Norte nesse segmento de geração de energia. Quais são os planos da empresa para o Estado potiguar no que diz respeito à geração de energia limpa?

O modelo do sistema elétrico brasileiro é todo interligado. Em linhas gerais, quanto mais fontes de energia o país tiver – principalmente se ela for limpa e renovável como a energia eólica – melhor para os brasileiros. Os investimentos que a Iberdrola realiza no Brasil por meio da Neoenergia para produção de energia eólica em quatro Estados do Nordeste (RN, PB, BA e PI) são um sinal muito claro de como a empresa aposta nessa mudança sustentável da matriz energética mundial para o futuro e de como a nossa região é importante para uma das maiores empresas de energia do mundo. É importante lembrar que o primeiro parque eólico da Iberdrola no Brasil foi construído aqui no Rio Grande do Norte, em Rio do Fogo, em 2006. De lá para cá, a empresa ergueu outros 10 parques no Estado que, juntos, tem uma capacidade instalada de 331,3 MW.

Os investimentos em parques eólicos, por exemplo, estão dentro da política da empresa de sustentabilidade e preocupação com as mudanças climáticas? De que maneira a Cosern atua nessa seara no RN? Quais projetos são desenvolvidos e quanto é investido para mitigar o impacto das mudanças climáticas localmente?
A Cosern, na sua atuação como Distribuidora de Energia Elétrica em nosso Estado, é comprometida com diversas ações que contribuem para mitigar os impactos das mudanças climáticas. O exemplo mais recente que gostaria de destacar é o Corredor Verde, o primeiro corredor de mobilidade elétrica do Nordeste, por meio do qual será possível sair de Natal e se deslocar por 1.100 quilômetros até Salvador utilizando carro elétrico. Esse tipo de veículo é muito importante para que, individualmente, as pessoas criem essa cultura de colaborar, no dia a dia, com o futuro do planeta. A estrutura do Corredor Verde contará com 18 pontos de abastecimento ao longo das vias que ligam os seis Estados e em áreas urbanas. No Rio Grande do Norte, um dos eletropostos está sendo construído em Parnamirim. Também haverá pontos de recarga, que duram em média 30 minutos, aqui em Natal.

A Neoernergia já trabalha com carros elétricos?

Em todo grupo Neoenergia já existe uma frota com 33 carros elétricos atuando em atividades administrativas. Na Cosern, eles já somam oito veículos desse tipo. Somente com os projetos da área de Eficiência Energética, regulados pela Aneel, a Cosern investiu R$ 5,6 milhões no ano passado. Um dos que mais impactam positivamente no meio ambiente e no bolso dos nossos clientes é o Vale Luz, aquele que troca resíduos sólidos recicláveis por descontos na conta de energia. Desde que foi lançado, em 2013, nós já recolhemos 760 toneladas de resíduos sólidos recicláveis e concedemos R$ 215 mil de descontos na conta de 6.308 famílias potiguares. Só em 2020, 89 toneladas de materiais foram entregues nos 13 pontos de coleta de Natal e Parnamirim, ganhando um destino sustentável e ajudando a reduzir os danos ao meio ambiente. Outra ação importante da área de Eficiência Energética é o projeto Energia com Cidadania, que troca lâmpadas ineficientes por LED nas comunidades de baixa renda em todo estado. Até março de 2020, antes da pandemia, ele funcionava num caminhão fazendo a substituição das lâmpadas e oferecendo palestras educativas. No novo formato, por causa das medidas preventivas contra a Covid-19, uma dupla de atendentes se desloca em um veículo e vai parando de porta em porta dos clientes que atendem aos critérios definidos pelo projeto.
Quantas lâmpadas foram substituídas ano passado?
Ao longo de 2020, esse projeto substituiu 31.730 lâmpadas ineficientes por LED em 30 municípios potiguares, beneficiando 7.465 clientes. De janeiro até agora, já visitamos mais de 40 municípios com esse projeto. Em outra frente, realizamos a substituição de 57.225 lâmpadas ineficientes por LED em 107 prédios públicos do estado no ano passado. Dentro do nosso sistema elétrico também temos iniciativas que priorizam a sustentabilidade como forma de mitigar impactos do aquecimento global. Nós acabamos de colocar em prática uma novidade que vai contribuir muito com o meio ambiente: o uso de transformadores isolados a óleo vegetal nas novas subestações de distribuição localizadas em edifícios e áreas urbanas. A tecnologia substitui a utilização de óleo mineral e tem, entre as suas diversas vantagens, a redução de impactos ambientais, devido à troca do material derivado de petróleo por fluídos não tóxicos, facilmente biodegradáveis e renováveis – nesse caso, a origem é o óleo de soja.

Onde serão instalados?
Os quatro primeiros equipamentos serão instalados em empreendimentos que estão em construção em Natal e no Recife. Uma vantagem da substituição por óleo vegetal, além da redução de impactos ambientais, é o aumento da segurança da subestação. Isso acontece porque o ponto de combustão desses fluídos é maior do que 300ºC, superior ao do óleo mineral, diminuindo assim o risco de incêndios. A tecnologia com os fluídos de origem vegetal já é utilizada nos transformadores da Cosern que ficam nos postes e agora será levada também para as subestações. Todas essas ações estão alinhadas com os compromissos da Cosern/Neoenergia e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e o Pacto Global, da Organização das Nações Unidas (ONU).

A Cosern doou refrigeradores específicos para o acondicionamento das vacinas contra o novo coronavírus ao Governo do RN. Qual o valor investido nessa ação e de que maneira o senhor acredita que será possível controlar essa pandemia?
Ao todo, a Neoenergia, está doando 674 refrigeradores científicos para 661 municípios do Rio Grande do Norte, Pernambuco, Bahia, São Paulo e Mato Grosso do Sul, onde estão as distribuidoras Cosern, Celpe, Coelba e Elektro, respectivamente. A doação totalizou R$ 7,2 milhões em recursos que fazem parte do Programa de Eficiência Energética (PEE), regulado pela Agência Nacional de Eficiência Energética (Aneel). No Rio Grande do Norte, nós já entregamos os refrigeradores a 44 dos 95 municípios contemplados, que são aqueles com IDHM menor do que 0,61, além do Governo do Estado, que vai receber dois equipamentos desse tipo nos próximos dias. Acreditamos que as vacinas terão uma grande contribuição no controle da pandemia e essa doação de refrigeradores científicos tem como objetivo auxiliar aqueles municípios potiguares mais necessitados a armazenarem esses insumos tão preciosos. Conforme alertam os especialistas, mesmo vacinados, é primordial continuarmos usando máscaras, higienizando as mãos constantemente e evitando aglomerações.  

O senhor vislumbra, enquanto gestor, a melhoria da economia nacional em quanto tempo? Quais possibilidades o senhor poderia citar para uma recuperação econômica mais rápida?
Nós, da Cosern, somos otimistas por natureza. Quando planejamos, construímos e inauguramos uma subestação elétrica como acabou de ser feito em Santa Cruz, por exemplo, fazemos isso apostando no desenvolvimento econômico daquela localidade nos próximos dez anos. Qualquer empreendimento que se instale ali terá o seu fornecimento de energia elétrica garantido. Por isso, nós trabalhamos todos os dias – seja no campo, escritório ou em home office – com o pensamento positivo de que superaremos esta crise, a economia vai voltar a crescer, as pessoas vão poder colocar em prática os seus projetos e a nossa vida vai voltar para um “normal” que pode até não ser mais igual aquele que conhecíamos até março de 2020 – mas que com certeza vai ter seus pontos positivos também. Eu acredito que a recuperação econômica do nosso Estado e do nosso país se dará a partir das muitas lições aprendidas com a pandemia. E a maior delas, com certeza, é a Segurança, um dos valores mais importes para a Cosern. A importância que nós passamos a dar a nossa saúde, por exemplo, é um indicativo de que, daqui para frente, eu só vou estar bem se todos ao meu redor também estiverem. E juntos, voltaremos a crescer.

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