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Israel convoca 5 mil reservistas

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TROPAS - Soldados se movimentam em Avivim, fronteira com o Líbano

Jerusalém (AE-AP) – Israel mobilizará 5 mil reservistas para atacar as milícias xiitas do Hezbollah no Líbano, ao mesmo tempo em que o governo israelense confirma uma “invasão limitada” do país. No início da semana Israel já tinha anunciado a mobilização de três batalhões, com cerca de 2 mil soldados. Por ora, não se sabe se a nova mobilização significa que as Forças Armadas de Israel lançarão uma grande operação militar no Líbano.

O anúncio desta segunda mobilização coincide com o enterro, ontem, das primeiras vítimas mortais dos confrontos armados com os milicianos islâmicos no sul do território libanês. Nas últimas 48 horas, pelo menos oito soldados israelenses morreram e outros 16 ficaram feridos, segundo fontes militares.

Os reservistas receberão a Ordem 8, que para as Forças Armadas caracteriza tempo de guerra. A última citação da Ordem 8 por Israel ocorreu após a invasão do Líbano, em 1982, para uma operação de 48 horas contra a guerrilha que acabou se prolongando por dois anos e deixando 650 soldados mortos.

A milícia do Hezbollah foi fundada como uma força da resistência libanesa contra a ocupação israelense. Apesar de Israel ter se retirado o grosso de suas forças do Líbano em 1984, ela continuou numa faixa de segurança ao longo da fronteira.

Em cumprimento de uma resolução do Conselho de Segurança, em maio de 2000, o ex-primeiro-ministro e general reformado Ehud Barak ordenou a retirada dessa área do sul do Líbano até a linha azul, que foi fixada por analistas da ONU. No último dia 12, as milícias xiitas mataram oito soldados israelenses e seqüestraram outros dois. Em represália, Israel vem realizando ataques no Líbano desde então.

Soldados e tanques israelenses também se preparam para uma invasão massiva ao Líbano, pela fronteira sul do país. Segundo fontes das Forças de Defesa de Israel, o Exército está pronto para uma incursão limitada ao Líbano num futuro próximo. “Não há intenção de ocupar o Líbano, mas também não há nenhuma intenção de renunciar a nenhum tipo de operação militar que seja necessária”, disse o ministro da Defesa israelense, Amir Peretz.

A ofensiva israelense contra alvos do Hezbollah no Líbano vem sendo realizada principalmente pela Força Aérea e pela Marinha, mas soldados israelenses conduziram várias operações limitadas contra alvos das milícias xiitas em território libanês próximo à fronteira de Israel.

A comunidade internacional se mobilizam para tentar evitar o conflito. Mas ontem, a secretária de Estado dos EUA, Condoleezza Rice, classificou a idéia de garantir um imediato cessar-fogo no conflito uma “falsa promessa” e defendeu sua decisão de não se encontrar com líderes sírios ou do Hezbollah durante sua viagem ao Oriente Médio, a partir de domingo. “A Síria sabe o que tem de fazer e o Hezbollah é a origem do problema”, argumentou.

Ataque pode levar Síria a entrar na luta

São Paulo (AE) – A entrada das forças regulares do Líbano, ao lado da milícia do Hezbollah, na luta contra a ação das tropas de Israel pode provocar um efeito multiplicador no conflito. O presidente libanês, Emile Lahoud, admitiu pela primeira vez, ontem, que “o Exército está pronto para defender os interesses da nação”. Lahoud foi mais específico, dizendo: “se não temos a força para enfrentar Israel nas linhas da fronteira, somos fortes, com sobra, no Interior do país”.

Tecnicamente o Líbano, que se mantém em estado de beligerância contra Israel há 33 anos, não está em guerra aberta. Todavia, se as tropas nacionais de ambos os países entrarem em combate, estará caracterizado o conflito. As implicações desse situação não são poucas.

A primeira e mais grave conseqüência será a entrada da Síria nas operações. Os governos de Beirute e Damasco têm um abrangente acordo de proteção e apoio em caso de ataque ou violação territorial. Há compromissos do mesmo tipo firmados com o Irã, o Egito, a Líbia, o Iêmen e a Jordânia.

Os militares libaneses contam com um bom contingente, de aproximadamente 72 mil soldados e 13 mil reservistas. O equipamento é obsoleto para os padrões do Oriente Médio. Os 310 tanques comprados da extinta União Soviética são velhos modelos T-54/55 com 35 anos de uso. Foram levemente modernizados em 1980, mas estão longe de oferecer resistência aos avançados modelos Merkava-2 israelenses.

A infantaria blindada dispõe de 1.257 veículos, quase todos variações do americano M-113. Há ainda 541 canhões, mas apenas 62 são móveis, de 155 mm. A frota de ataque da aviação é apenas simbólica, com 6 jatos Hawker Hunter fabricados há 40 anos, e dois 2 helicópteros artilhados.

Brasil negocia retirada do Líbano

Brasília (AE) – O governo brasileiro começou uma negociação com empresas aéreas para ampliar a quantidade vôos saindo do Oriente Médio com brasileiros que hoje estão no Líbano. Ontem, a Varig – recém-comprada pelo grupo Volo – ofereceu ajuda, apesar de não estar dando conta de seus próprio vôos. O Itamaraty informou, ainda, que recebeu ofertas de empresas estrangeiras e está conversando com as demais empresas brasileiras.

Os dois aviões da Força Aérea Brasileira (FAB) que estão trazendo os brasileiros têm programadas mais duas viagens cada um, no domingo e na segunda-feira e nas próximas quarta e quinta-feira, trazendo 460 pessoas. O governo brasileiro quer acelerar essa retirada com as aeronaves comerciais e, também, tentar retirar pessoas diretamente de Damasco (Síria), para onde devem ir a maior parte dos cerca de mil brasileiros que estão no Vale do Bekaa, a área mais atingida pelos bombardeios israelenses. A situação desses brasileiros é a mais complicada.

A Embaixada do Brasil em Damasco tentou levar 20 ônibus com 50 lugares até o Líbano e retirar os brasileiros. Líderes comunitários da região chegaram a ser mobilizados para organizar a retirada, mas os motoristas se recusaram a fazer a viagem alegando falta de segurança. O governo brasileiro tenta encontrar outra solução.

A intenção é levar essas pessoas até Damasco, de alguma forma, e de lá retirá-las diretamente para o Brasil. “Enviamos mais três diplomatas para Damasco. Estamos contatando igrejas, mesquitas e recebendo ajuda do governo sírio porque precisamos alojar essas pessoas”, explicou o embaixador Everton Viera Vargas, que está coordenando o esforço de retirada dos brasileiros do Líbano.

Um ônibus com 51 pessoas saiu  ontem de Beirute e outro, com 45 brasileiros, de Damasco, para Adana, na Turquia. Hoje, outros três ônibus sairão de Beirute com 144 brasileiros também para Adana. Esse grupo deverá embarcar  no domingo e na segunda-feira.

O Consulado Geral do Brasil em Beirute teve dificuldades de formar um comboio de três ônibus, como estava sendo programado. “Nosso consulado ligou para centenas de pessoas, mas a maioria não quis embarcar por conta da calmaria no bombardeio da cidade. Nessa madrugada os ataques recrudesceram e mais pessoas quiseram sair”, contou o embaixador. Ele disse que o Brasil também aceitou a oferta do governo canadense de 50 vagas em um navio que deverá sair hoje de Beirute.

 

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