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Itagres promete retomada

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Andrielle Mendes – repórter

A Porcelanatti, indústria de revestimentos cerâmicos do grupo catarinense Itagres, concedeu férias coletivas a 120 dos 300 funcionários e interrompeu temporariamente a produção em Mossoró, no Rio Grande do Norte. A controladora da unidade garante, porém, que a operação será retomada “com todo vapor” a partir de março do próximo ano.

Em entrevista à TRIBUNA DO NORTE, Gilmar Rabaioli, presidente do grupo, garantiu que ninguém será demitido. Ele disse que, por enquanto, os demais funcionários trabalharão na manutenção dos equipamentos e na área administrativa.

A interrupção na produção, segundo ele, foi causada pelo atraso na liberação de recursos por parte das instituições financiadoras, anos atrás. O grupo investiu R$ 120 milhões no negócio – boa parte deste valor (o percentual não foi especificado) veio de instituições como a Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) e o Bando do Nordeste (BNB). “O que nos afetou foi o descompasso na liberação dos recursos. Os financiamentos foram liberados num compasso diferente do previsto. A gente ‘startou’ a fábrica com recursos próprios. Foi necessário um aporte de recursos da controladora”, explicou Gilmar, que visitou Mossoró, onde funciona a fábrica, esta semana.

A controladora, afirma o executivo, terá que fazer um novo aporte na unidade. Segundo ele, serão investidos mais R$ 5 milhões no negócio. O dinheiro será aplicado na aquisição de máquinas, equipamentos e matéria-prima. O grupo espera que com o novo aporte a unidade volte a operar ‘a todo vapor’ em 2013. Segundo o presidente do grupo Itagres, a paralisação – considerada ‘estratégica’ – não tem nenhuma relação com o momento de desaceleração vivido pela indústria, de uma forma geral. “A interrupção foi motivada por fatores técnicos e financeiros. Nós temos pedidos, mas não temos produto”, afirmou Gilmar.    

Por mês, a Porcelanatti produz cerca de 850 mil metros de piso porcelanato em Mossoró. Os produtos são comercializados em todo o Nordeste. “Paramos para corrigir algumas situações internas. Estávamos enfrentando dificuldades com alguns equipamentos. Decidimos resolver isso antes que a situação piorasse”, afirmou. “A fábrica não será vendida nem tampouco fechada, completou o executivo.    

A Itagres foi fundada em 1983. A empresa atua no setor de revestimentos cerâmicos e produz 8 milhões de metros quadrados por ano, segundo informações publicadas em seu site. O grupo conta com duas fábricas no país, uma no Rio Grande do Norte, e outra em Tubarão, Santa Catarina.

Sedec vai tentar reverter saída de indústria

A Porcelanatti não foi a única a anunciar este mês a interrupção da produção no estado (mesmo que temporariamente). Alegando necessidade de otimização dos processos produtivos, a Alpargatas – detentora de marcas como Havaianas, Dupé, Mizuno, e Meggashop – informou que desativará uma das três fábricas mantidas no Rio Grande do Norte. A operação da unidade do bairro de Neópolis, em Natal, será transferida para a Paraíba. A decisão, no entanto, pode ser revista, segundo o secretário de Desenvolvimento Econômico do RN, Rogério Marinho – recém-empossado.
Rogério: secretário vai mostrar incentivos à Alpargatas
Uma reunião com o diretor industrial da Alpargatas, Edson Rubião Gonzales, foi agendada, segundo Marinho, para o próximo mês. A ideia é apresentar a nova lei do Proadi, ainda em análise na Consultoria do Estado, e discutir a extensão do benefício concedido ao grupo, que está no RN há mais de 20 anos. “Fomos surpreendidos com estas duas notícias – o  anúncio do fechamento da Alpargatas e a concessão de férias coletivas pela Porcelanatti. Fizemos contato com as duas instituições. No caso da Porcelanatti fomos tranquilizados pela diretoria. A questão da Alpargatas tem mais  a ver com a questão macroeconômica brasileira”, comparou.

Segundo o secretário, na ocasião, a nova lei do Proadi – principal programa de incentivo à indústria no estado, que amplia o prazo de concessão dos incentivos fiscais às empresas instaladas no RN, será apresentada ao diretor da Alpargatas. “A ideia é tentar reverter esta decisão ou pelo menos evitar as demissões. Ficou parecendo que eles estão transferindo a operação para a Paraíba porque o outro estado está oferecendo incentivos fiscais que o RN não oferece. Vamos mostrar que há uma nova realidade aqui”, afirmou.

A reportagem entrou em contato com a assessoria de comunicação da Alpargatas, mas eles nem confirmaram a reunião nem deram mais detalhes sobre a desativação da unidade. As outras duas fábricas no RN, no interior do estado, e as duas lojas serão mantidas.

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