A Polícia Federal prendeu às 21 horas de quarta-feira, no Aeroporto Internacional Augusto Severo, em Parnamirim, o italiano Lorenzo Masnada, quando ele tentava embarcar para Milão, na Itália, com três quilos de cocaína extremamente pura escondidos na bagagem. A droga é de origem colombiana e entrou no País pela cidade de Tabatinga, no Amazonas. De lá, o acusado viajou para Manaus, de onde trouxe a cocaína por via aérea para Natal e, depois, tentaria embarcar num vôo charter para a Europa. O acusado “entregou” a rota da droga aos policiais na tentativa de ser beneficiado pela delação premiada.
Segundo o delegado Executivo Regional da PF/RN, Luís Fernando Ayres, há quatro meses a PF intensificou as operações de vistoria e fiscalização no aeroporto e na rodoviária. “A gente vem fazendo um trabalho preventivo e presencial, que tem dado resultado como as prisões de holandeses, equatorianos e agora do italiano, todos com drogas”, explicou.
Lorenzo Masnada usava passaporte de turista. Ele escondia a droga em quatro sacos plásticos ocultados no fundo falso da mala. Ele foi detido quando se preparava para embarcar. Ao ser dada a voz de prisão, o estrangeiro disse que tinha intenção em colaborar com a polícia para tentar amenizar a pena. As informações sigilosas repassadas pelo traficante são alvo de novas investigações, mas para ele receber o benefício da delação premiada, a polícia tem que obter resultados práticos com a denúncia e a Justiça também deve concordar em conceder o benefício.
O delegado Luís Fernando acionou a Interpol e repassou os dados do preso ao setor de identificação da Delegacia de Imigração para confirmar se o acusado esteve outras vezes no País. A Interpol também vai investigar as conexões internacionais do italiano para tentar identificar os donos da droga. Lorenzo Masnada, pelo que apurou a PF, era usado como uma espécie de “mula”. Ou seja, ele era pago para fazer o transporte da droga. Pelo serviço, ele receberia em dólar o equivalente a R$ 5 mil reais.
O acusado foi autuado em flagrante delito pelo delegado William Murad por tráfico internacional de drogas. A decisão sobre o benefício da delação premiada só será conhecida durante o trâmite do processo na Justiça Federal. O crime prevê pena de 12 a 18 anos, sem contar com o agravante do tráfico ser de caráter internacional.
O delegado Luís Fernando explicou que há muitos anos a PF não apreendia no Rio Grande do Norte uma cocaína tão pura. “Os três quilos têm alto teor de pureza que nós não encontramos há muitos anos. A droga certamente seria beneficiada por algum laboratório na Itália”, comentou.
O delegado, diante das recentes apreensões, acredita que Natal faz parte de uma rota alternativa aos aeroportos de São Paulo e Rio de Janeiro para o tráfico de drogas para o exterior.
