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Janot autografa livro em SP e se recusa a falar sobre plano para matar Gilmar

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O ex-procurador Geral da República Rodrigo Janot chegou
com 20 minutos de atraso para o lançamento de seu livro “Nada Menos Que
Tudo”. Cercado por seguranças, desceu de uma caminhonete preta com
vidros escuros, se recusou a responder perguntas dos jornalistas que
aguardavam desde ante das 18 horas.

Rodrigo Janot revelou que, em 2017, chegou a entrar armado com uma pistola no Supremo


Rodrigo Janot revelou que, em 2017, chegou a entrar armado com uma pistola no Supremo

O livro de Janot promete revelações sobre grandes nomes da política
brasileira. Mas poucas pessoas se dirigiram à livraria, que tinha mais
jornalistas que clientes, apesar da expectativa de uma movimentação
grande. Nenhuma autoridade compareceu para a prestigiar aquele que um
dia ficou famoso por ter criado a “Lista do Janot”, com mais de 100
políticos que, supostamente, receberam propinas de empreiteiras
envolvidas na Lava Jato.

“Hoje só falo do livro”, disse ao ser questionado na chegada sobre o
porquê de ter afirmado ao Estadão, no último dia 26 de setembro, que
esteve perto de matar o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF)
Gilmar Mendes num dia que, depois se confirmou, ele nem estava em
Brasília.

Em maio de 2017, quando chefiava Ministério Público Federal (MPF), Janot
pediu o impedimento do ministro Gilmar Mendes na análise de um habeas
corpus de Eike Batista sob o argumento de que a mulher do ministro,
Guiomar Mendes, atuava no escritório Sérgio Bermudes, que advogava para o
empresário.

Ao se defender em ofício, Gilmar Mendes, à época presidente do STF,
afirmou que a filha de Janot – Letícia Ladeira Monteiro de Barros –
advogava para a empreiteira OAS em processo no Conselho Administrativo
de Defesa Econômica (Cade). Segundo o ministro, a filha do ex-PGR
poderia na época “ser credora por honorários advocatícios de pessoas
jurídicas envolvidas na Lava Jato”.

“Foi logo depois que eu apresentei a sessão (…) de suspeição dele no
caso do Eike. Aí ele inventou uma história que a minha filha advogava na
parte penal para uma empresa da Lava Jato. Minha filha nunca advogou na
área penal… e aí eu saí do sério”, afirmou o ex-procurador-geral em
entrevista recente à reportagem do Estadão/Broadcast Político.

A revelação de Janot fez com que o ministro do STF Alexandre de Moraes
determinasse, no dia 27 do mês passado, que ele não se aproximasse a
menos de 200 metros de membros da Suprema Corte.

Ironicamente, nesta noite de segunda-feira, Janot e Gilmar Mendes devem
ficar separados por um tempo por uma distância de cerca de 6,3
quilômetros. Enquanto o ex-PGR autografa seus livros, o ministro se
prepara para dar entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura.

Estadão Conteúdo

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