Tóquio – O Japão ultrapassou a Itália e tornou-se a nação com a maior percentagem de idosos do mundo, anunciou o governo, intensificando preocupações sobre os efeitos do rápido envelhecimento da população na segunda maior economia do planeta.
Pessoas com 65 anos ou mais representavam 21% dos japoneses em 2005, ou 26,8 milhões dos 127,7 milhões de habitantes do arquipélago, superando a Itália, com 20%, informou o Ministério da Comunicação e Assuntos Internos.
O percentual de habitantes com menos de 15 anos também passou a ser o mais baixo do mundo, 13,6%, superando a Bulgária, com 13,8%, segundo o relatório baseado num censo nacional realizado no ano passado. “Isso mostra uma forte tendência para menos crianças”, explicou Kuniko Inoguchi, o ministro governamental incumbido da tarefa de reverter a situação. “Estamos determinados a fazer de tudo para lidar com o problema”, afirmou.
A queda do índice de natalidade e a expansão da população idosa apresenta um sério desafio para o Japão, que tem de resolver a questão da redução da força de trabalho e da base fiscal. A questão da previdência social é das mais preocupantes, já que um número cada vez menor de empregados terá de sustentar um número cada vez maior de aposentados.
A população japonesa registrou pela primeira vez em 2005 uma contração, fruto do número de mortes superar o de nascimentos. O índice de natalidade em 2005 atingiu o recorde de baixa de 1,25 bebê por mulher, bem abaixo do índice de 2,1 necessário para manter estável a população. A expectativa do governo é de que em 2015 um em cada quatro japoneses tenha 65 anos ou mais. Em 2050, será um para cada três se as projeções se confirmarem.