Tóquio – A população do Japão está envelhecendo a um ritmo tal que em 2050 haverá apenas 1.5 trabalhador pagando impostos para sustentar cada idoso, apontou um relatório governamental, que pediu medidas urgentes para conter o declínio populacional.
O relatório especial do governo afirma que o Japão tem a população que envelhece mais rapidamente do mundo, com uma porcentagem muito pequena de jovens. Segundo o estudo, apenas 13.7 da população tinham menos de 15 anos em 2005. “É crucial formular medidas efetivas contra o declínio populacional enquanto existe um grupo substancial de pessoas em seus 20 e 30 anos, permitindo implementar rapidamente essas medidas”, advertiu.
A população do Japão, de 127 milhões, começou a diminuir pela primeira vez no ano passado. Se a tendência atual persistir, a população deve chegar a cerca de 100 milhões em 2050, produzindo uma forte escassez de mão-de-obra e substanciais dificuldades financeiras para se pagar a assistência médica e aposentadoria de um grande número de idosos. Em 2005, os japoneses com 65 anos ou mais eram 35.7% da população, enquanto os considerados em idade de trabalho – de 15 a 64 anos – eram 68.5% – uma proporção de cerca de três trabalhadores para cada idoso.
O relatório indicou que as causas-chave do declínio populacional são os casamentos tardios, nascimentos tardios, um decréscimo no índice de crianças por casal, e o aumento no número de pessoas que permanecem solteiras. O relatório critica a persistente cultura no Japão de que os maridos têm de trabalhar fora enquanto as mulheres devem permanecer no lar cuidando da família – uma noção que coloca o peso da criação dos filhos sobre as mulheres.
Desde junho o governo tem tentado implementar medidas visando aumentar o índice a natalidade, como aumento do número de creches, o encorajamento da igualdade entre os sexos e pedidos às companhias para permitir que os trabalhadores assumam mais responsabilidades em casa e com os filhos.
