quinta-feira, 25 de abril, 2024
32.1 C
Natal
quinta-feira, 25 de abril, 2024

Jin Shin Jyutsu

- Publicidade -

Dr. Jorge Boucinhas
Médico e Professor

Apenas esteja no agora e seja o centro. 
Todo o resto fluirá.

Mary Burmeister

Jin Shin Jyutsu (JSJ) é uma arte antiga de harmonização da energia corporal. Passada de geração em geração por transmissão oral, havia caído em relativo olvido até ser  revivida nas encetaduras dos anos 1900 pelo Mestre Jiro Murai, no Japão.  Nascido em Ishikawa, em 1886, fora agrônomo com especialização em criação do bicho-da-seda.  Aos 26 anos, desenganado pelos médicos por doença grave, foi desenganado e iniciou a leitura do Kojiki (“Registro das Coisas Ancestrais”, antiqüíssimo livro nipônico) e conheceu as ideias de sábios que meditavam em jejum, segurando os dedos em posturas específicas chamadas mudrás (um exemplo destes são os dedos polegar e indicador fechados em círculo nas representações do Buda Sakyamuni).  Decidiu imitá-los e, após poucas semanas, ao contrário do que previam os esculápios de então, conseguiu se recuperar da enfermidade.  Surpreso, prometeu dedicar o restante da existência à investigação do processo curativo através de métodos orientais clássicos.  Estudou e registrou a conexão entre os diversos mudrás e vários padrões de circulação energética corporal.  Além da intensa vivência de introspecção, fundamentou o JSJ em estudos de Anatomia e Fisiologia humanas e buscou no Kojiki, o livro-mestre da mitologia japonesa (também chamado de “Registro das Coisas Ancestrais”), a inspiração para esta Arte curativa.  Os efeitos benéficos da prática foram sendo constatados por copioso rol de portadores de distintos tipos de desarmonias psíquicas e corporais que passaram por seus cuidados até seu falecimento, ocorrido em 1960.

O conhecimento acumulado foi passado a Mary Iino Burmeister, uma nipo-americana de Seattle, para que o levasse ao Ocidente, o que ocorreu na década de 1950.  Ela principiou a ensinar os princípios a outras pessoas a partir de 1960.  Dos EUA espalhou-se e hoje há milhares de aficionados em países das Américas do Norte e Latina, da Europa, da Ásia, da África e da Oceania.

Jin Shin Jyutsu é termo composto, compreendendo Jyutsu – Arte, Shin – Espírito, Jin – Homem.  Há várias forma de traduzir, sendo que alguns espiritualistas dão preferência a uma forma bem complexa (segundo eles a melhor para se designar o que se visa): Arte do Criador através do Homem.  Pode ser encarado como uma Arte de liberação das tensões, as quais são as causas de vários sintomas patológicos no organismo.  Segundo a Medicina Tradicional Chinesa os corpos possuem diversos caminhos energéticos que mantém a vida nas células.  Quando um ou mais deles é bloqueado, este efeito de barragem pode levar a desconfortos ou até a dor.  Tal bloqueio, ou estagnação, poderá não apenas perturbar a área local mas, em muitos casos, espalhar-se, abalando a integridade global do organismo.

Pesquisas já foram efetuadas e hoje sabe-se que o Jin Shin Jyutsu ajuda a combater o estresse, podendo ser indicado como tratamento complementar em muitos casos de problemas agudos e crônicos.  Atua minorando dores, incômodos e desequilíbrios físicos, descontrole emocional e entorpecimento mental.  Além disso, através de seu viés filosófico, consegue colaborar para o conhecimento da essência humana, ensinando a compreender a realidade de forma natural.  Com sua prática reconhece-se a sabedoria do corpo e passa-se a entender suas mensagens e usá-las para produzir um melhor estado de saúde.  Outrossim despertam-se a autoconsciência, a autoconfiança e o entusiasmo incondicional, facultando o mergulho do ser no fluxo vital.  Segundo seu criador, a harmonização obtida por meio dessa arte abrangeria simultaneamente os níveis:  físico – emocional – intelectual – espiritual – ambiental.

O ideal seria um tratamento de JSJ aplicado por terapeuta habilitado, possuidor de formação específica na prática.  A cada sessão esse profissional fará a análise postural corporal, a leitura do pulso chinês do paciente e, adicionando as informações sobre as queixas apresentadas, poderá partir para a regulação dos fluxos energéticos em desequilíbrio.  O número de sessões dependerá do grau de desarmonia que o paciente apresente e da sua capacidade de autoconscientização, associada à força do seu desejo de alcançar a cura.

A técnica deve bastante à Acupuntura.  E tal como nesta, há uma ampla janela aberta para as possibilidades de autoaplicação.  Sobre esta versará o Artigo vindouro, que disponibilizará algumas manobras muito benéficas.   Até lá!

- Publicidade -
Últimas Notícias
- Publicidade -
Notícias Relacionadas