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Jogadores e clubes ganham flexibilidade

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São Paulo (AE) – Nos últimos anos, cada vez mais os contratos de jogadores de futebol vêm tendo novas cláusulas para proteger as duas partes, tanto os clubes como os atletas. A bonificação por metas alcançadas tem sido a mais comum delas, e a conta neste caso é simples: se o jogador fizer determinado número de partidas e gols ou conquistar títulos, por exemplo, será recompensado com o valor acordado. É uma forma de o time desembolsar o dinheiro apenas se o reforço corresponder dentro de campo e ao mesmo tempo deixar o atleta motivado, dando um incentivo para ele não se acomodar.
As bonificações também são negociadas entre os próprios clubes. Se o jogador bater as metas estipuladas no contrato, o time comprador tem de pagar o valor acordado para o clube vendedor. Exemplo recente ocorreu quando o River Plate, da Argentina, precisou desembolsar 1 milhão de euros (cerca de R$ 4,5 milhões na época) ao São Paulo após ter conquistado a Copa Libertadores porque havia essa cláusula no contrato de venda do atacante Lucas Pratto. Há ainda casos que o clube vendedor ganha determinada porcentagem na próxima venda do atleta.
O empresário Wagner Ribeiro, um dos mais famosos do Brasil, explicou como são feitas as negociações e contou até o pedido mais inusitado que já fez a um clube. Em cerca de 20 anos, ele agenciou jogadores como Robinho e Neymar, além de ter participado de tratativas de outros destaques brasileiros que foram para o futebol europeu, como Kaká e Vinicius Júnior.
“Minha especialidade é bônus para o jogador. Os clubes contratam o jogador e têm medo de ele se acomodar, ficar no banco, desinteressado, porque já tem milhões de euros na conta. Então, acabam pagando um salário fixo menor e mais bônus”, afirmou o agente.
Primeira venda
A primeira venda negociada por Wagner Ribeiro foi no início de 2002, quando o atacante França deixou o São Paulo para ir atuar pelo Bayer Leverkusen, da Alemanha. De lá para cá, muitas coisas mudaram nos contratos. Os salários aumentaram, enquanto os pedidos extracampo diminuíram.
“Quando vendi o França, pedi apartamento, carro e tradutor para ajudá-lo a aprender o idioma e nas tarefas do dia. Teve casos que pedi uma quantidade determinada de passagens aéreas para o jogador e sua família, era algo normal. Hoje, não penso nisso, porque colocamos um valor muito alto de salário. Se você pede isso, acaba desvalorizando o jogador. É mais comum aumentar o salário e ficar só com o tradutor, que na maioria das vezes já é o próprio clube que oferece”, disse.
O pedido mais inusitado da carreira veio em negociação recente, na qual Wagner Ribeiro não quis revelar o nome do jogador nem o clube envolvido. O empresário colocou no contrato que o atleta teria de ser titular absoluto da equipe. A exigência, é claro, não foi aceita pelo time. 
“Vai que cola”, diverte-se o agente ao contar sobre a tratativa. “Pior que eu já tinha sido alertado pelo meu advogado que o pedido não iria ser aceito, mas tentei mesmo assim.”
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