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Jogando a conta nas costas do povo

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Felipe Maia
Deputado Federal DEM/RN

A desilusão toma conta do povo brasileiro. Há poucos dias, participando de caminhada na cidade de Natal, conheci dona Gorete, uma dona de casa de 52 anos. Ela, mãe de quatro filhos, vivencia uma soma de decepção com o governo Dilma Rousseff com a falta de perspectiva no atual cenário econômico do país. Resignada, dona Gorete reclamou: “deputado, votei na Dilma candidata, que na campanha eleitoral pintou um país forte e arrumado, mas vejo que não é nada disso. Vejo que o país precisa, sim, ser arrumado, mas a presidente quer fazer isso à custa do nosso bolso”. Dona Gorete tem razão. Com a desorganização econômica do mandato anterior da presidente, o atual ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse ser imperativo promover um ajuste fiscal e “arrumar a casa”. E a conta será paga pela população que além dos aumentos na conta de energia e nos produtos da cesta básica, terá redução nos benefícios como seguro-defeso, seguro-desemprego e abono salarial.

Não é apenas dona Gorete que se queixa da presidente da República. Seu Sebastião, 55 anos, marido de Gorete, culpa as últimas medidas tomadas pelo governo federal pela queda no seu lucro com as frutas que vende de casa em casa com sua Kombi. “O governo aumentou muito a gasolina, isso prejudicou demais os meus ganhos”, revelou Sebastião. Ele foi além: “meses atrás, tinha mais clientela do que hoje. Não que antes estivesse às mil maravilhas, mas agora está bem mais complicado”, contou.

“Mas por que o senhor acha que sua clientela diminuiu?”, perguntei. Prontamente ele respondeu: “as pessoas estão com menos dinheiro, não é, deputado? Tudo ficou mais caro. Eu mesmo por causa [do aumento] da gasolina tive que subir o preço das minhas frutas. Mas você vai no mercado (sic) e vê que está tudo mais caro, então fica difícil pra todo mundo, não é?”

Um de seus filhos, Wellington, 31 anos, foi demitido no início desse ano da firma em que trabalhava como terceirizado. E como esta atividade não está devidamente regulamentada e os terceirizados não dispõem de segurança jurídica suficiente, seus direitos trabalhistas ainda não foram pagos.

O entusiasmo de dona Gorete e a clientela de seu Sebastião devem diminuir ainda mais com os cortes nos benefícios sociais que vêm sendo propostos pelo governo federal. As medidas provisórias 664 e 665, editadas pela presidente Dilma Rousseff no apagar das luzes de 2014, prometem restringir em muito os benefícios dos trabalhadores brasileiros. Mais uma vez, o governo perde a oportunidade de se reinventar e “cortar na própria carne”. Agindo ao contrário disso, o Palácio do Planalto ignorou a parte que lhe cabe e não promoveu qualquer corte interno de verbas, em que poderia reduzir, por exemplo, os gastos secretos em cartões corporativos, o número de Ministérios ou os cargos comissionados concedidos a apadrinhados políticos.

No entanto, em vez de ser mais eficiente em sua gestão, o governo do PT decide transferir a conta e atingir o povo brasileiro com redução de benefícios e aumento de impostos. Ou seja, a equipe econômica da presidente Dilma se empenha para realizar o “ajuste fiscal” nas costas do trabalhador.

Ao final de nossa conversa, dona Gorete me fez um pedido: “você é nosso deputado, não deixe que Dilma coloque no bolso do povo os problemas que ela causou e que estão maltratando os brasileiros”. De pronto respondi que, enquanto representante da população do Rio Grande do Norte, estarei atento aos desmandos do atual governo e não permitiremos que esse governo jogue o peso de sua irresponsabilidade no colo do cidadão. Conte comigo, Dona Gorete.

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