A cidade de Fortaleza vive o clima de Copa das Confederações, apesar dos protestos que vêm ocorrendo no país. A decretação de feriado municipal ajudou na festa da torcida que lotou as praias desde cedo vestindo verde e amarelo, além de ter contribuído para a tranqüilidade no trânsito da cidade.
Prédios enfeitados, policiamento reforçado e ocupação de 100% nos hotéis completam a paisagem da capital cearense para o jogo desta quarta-feira (19) entre Brasil e México, no estádio Castelão.
A Secretaria de Segurança local determinou que em cada rua da orla da cidade seja posicionado um policial militar e que em cada parada ao menos três policiais militares façam a segurança. Ao todo são cerca de 800 homens só na orla.
De acordo com a recepcionista do Hotel Adaba Blue Ocean, Natália Alencar, o clima de segurança e a festa da Copa das Confederações garantiram aos hotéis ocupação máxima para esses dias, com ápice no jogo da seleção brasileira. “Estamos lotados. Para a gente tem sido ótimo”, explica.
Nem mesmo a preocupação com manifestações tira o ânimo dos funcionários. “Eles estão dizendo que vão sair aqui da praia, mas tem polícia demais”, comentou o mensageiro do hotel.
Manifestantes se reúnem horas antes do jogo
Manifestantes se reuniram na manhã de hoje em Fortaleza reivindicando direitos como saúde, educação e transportes; protestando contra os gastos com a Copa do Mundo e se solidarizando com outras manifestações que têm ocorrido em outros estados brasileiros.
O protesto em Fortaleza é chamado + Pão – Circo e foi organizado, principalmente, via redes sociais. De acordo com a página do evento no Facebook, está confirmada a presença de 40 mil pessoas. Segundo o jornalista Livino Neto, jornalista e um dos organizadores da manifestação, não há como prever o quórum do protesto – que, além dos confirmados via internet, deve arregimentar mais pessoas ao longo do trajeto.
O grupo de manifestantes permaneceu concentrado até o meio-dia em um local próximo ao estádio Castelão, destino final do protesto. De acordo com a organização do + Pão – Circo, a mobilização deve ser pacífica.
“Existe um gasto absurdo com a Copa do Mundo. Aqui no Ceará, só o Castelão custou R$ 500 milhões. Outro problema são as ameaças de remoção em função das obras para a competição. Em Fortaleza temos um déficit habitacional de pelo menos 70 mil unidades habitacionais. Dez mil famílias podem ser deslocadas por isso. Em vez de fazer [moradia] para quem não tem, você afasta ainda mais as pessoas”, explicou, sobre as principais motivações do protesto.
Manifestantes também reclamam da falta de uma política voltada à região do semiárido e da falta de transparência por parte dos governos sobre os gastos com as obras para a Copa, o que, segundo ele, dificulta que se façam debates mais amplos em torno do tema.
Com informações da Agência Brasil