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John Kerry promete empréstimo

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Kiev (AE) – O secretário de Estado norte-americano John Kerry prometeu ontem US$ 1 bilhão em garantias de empréstimo e apoio técnico ao novo governo da Ucrânia e advertiu que os Estados Unidos estão preparados para adotar novas medidas contra a Rússia se Moscou não retirar suas tropas do território ucraniano. As declarações foram feitas durante uma curta visita do secretário de Estado com o objetivo de mostrar o apoio norte-americano ao novo governo ucraniano. Kerry advertiu novamente Moscou para retirar tropas da região da Crimeia. A oferta de assistência financeira marca a primeira oferta concreta de ajuda dos Estados Unidos à Ucrânia desde que forças opositoras derrubaram o presidente Viktor Yanukovich.

Funcionários norte-americanos que viajaram com Kerry para Kiev disseram que a ajuda faz parte de um pacote inicial para estabilizar a economia ucraniana, enquanto o novo governo busca um pacote maior de resgate do Fundo Monetário Internacional (FMI). Segundo essas fontes, o valor de US$ 1 bilhão deve ajudar nas importações ucranianas de gás.
Kerry anuncia ajuda emergencial enquanto governo ucraniano negocia empréstimo com FMI
“Já estamos vendo uma resposta dos Estados Unidos, que está isolando a Rússia política e diplomaticamente, e oferecendo forte apoio para o novo governo ucraniano”, disse um graduado funcionário que foi à Ucrânia com Kerry.  Ele permaneceu em Kiev por apenas algumas horas nesta terça-feira, quando se reuniu com o presidente, o primeiro-ministro e outros líderes políticos ucranianos.

Ao falar para os jornalistas após os encontros políticos, Kerry pediu a Putin que desista da incursão e disse que os Estados Unidos procuram forma de reduzir as tensões. “Está claro que a Rússia tem trabalhado duro para criar um pretexto para conseguir invadir o país mais tarde”, disse Kerry.

Kerry fez uma distinção entre o governo Ucraniano e o de Putin. “O contraste não poderia ser mais claro: ucranianos determinados demonstrando unidade e o governo russo, sem desculpas, escondendo a mão atrás de falsidades, intimidação e provocação. Nos corações dos ucranianos e aos olhos do mundo, não há nada forte sobre o que a Rússia está fazendo”, disse.

Ontem, a Organização para Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) enviará em breve uma missão militar de observação à Ucrânia. A missão será enviada a pedido do governo interino instalado há poucos dias em Kiev, anunciou o representante dos Estados Unidos na OSCE, Daniel Baer.  Após uma reunião em Viena, quinze   integrantes da OSCE, inclusive os Estados Unidos, ofereceram-se voluntariamente para integrar a missão, prosseguiu Baer. Ele disse que pretende viajar à Ucrânia ainda esta semana com o objetivo de chegar à Crimeia.

Reunião
A crise na Ucrânia será discutida nesta quarta-feira numa reunião da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) coma Rússia. A aliança militar anunciou que um conselho extraordinário Otan-Rússia vai se reunir por sugestão do secretário-geral da Otan, Anders Fogh Rasmussen. A Rússia concordou com o encontro.

Rasmussen disse que a intervenção militar da Rússia na Ucrânia é uma violação à Carta da Organização das Nações Unidas (ONU) e ameaça a paz e a segurança na Europa. O presidente russo Vladimir Putin disse que Moscou se reserva o direito de usar suas Forças Armadas para proteger russos em território ucraniano, mas expressou esperança de que não será preciso agir. A Rússia invadiu a península da Crimeia no sábado, colocando suas tropas ao redor de bases militares da região e em postos de fronteira.

Putin acompanha evolução da crise

Moscou (AE) – O presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse ontem que ainda não há necessidade de uso de força militar na Ucrânia, mas ressaltou que uma ação do tipo seria legítima. Em seu primeiro pronunciamento desde a fuga do então presidente ucraniano Viktor Yanukovych para Moscou, Putin disse que a Rússia está pronta para usar todos meios necessários para proteger seus cidadãos no leste da Ucrânia, mas que espera não precisar usar a força.

Segundo Putin, o que houve na Ucrânia foi um golpe inconstitucional e a tomada do poder pelas armas. O parlamento ucraniano é legítimo, mas o presidente interino, não, disse Putin, acrescentando que Yanukovych é o único líder legítimo da Ucrânia. Putin reconheceu, porém, que Yanukovych não tem futuro político, e disse que a Rússia deu abrigo a ele para salvar sua vida.

O presidente russo acusou o Ocidente de incentivar os protestos que derrubaram Yanukovych. As manifestações na Ucrânia tiveram início no ano passado, depois que o então presidente desistiu de um pacto com a União Europeia em favor de laços mais estreitos com Moscou. Segundo Putin, o Ocidente incentivou um golpe e levou a Ucrânia à anarquia.

Putin também rechaçou as críticas do Ocidente à atuação da Rússia na Ucrânia, lembrando que houve dúvidas sobre a legitimidade das ações de países ocidentais no Iraque, no Afeganistão e na Líbia. Ele declarou que quaisquer sanções econômicas que sejam impostas ao país terão efeitos negativos também no Ocidente.

Em Túnis, o ministro russo de Relações Exteriores, Sergei Lavrov, disse que ameaças de sanções econômicas contra Moscou serão contraproducentes e não mudarão a posição do país em relação à Ucrânia. “Nossa posição é honesta e não mudará”, disse Lavrov durante visita oficial à Tunísia. “Sempre fomos contrários à política de sanções unilaterais. Espero que nossos parceiros entendam que essas ações são contraproducentes.”

Ministros de relações exteriores da União Europeia advertiram  que a Rússia poderia sofrer sanções caso Moscou levasse adiante seu plano de ação na Ucrânia. Autoridades ucranianas disseram que milhares de soldados russos entraram na Península da Crimeia nos últimos dias. A informação foi sustentada por autoridades ocidentais mas negada pelo presidente russo, Vladimir Putin.

Na segunda-feira à noite, Lavrov se reuniu em Genebra com seu colega alemão, Frank-Walter Steinmeier. Ontem, Steinmeier disse que não enxerga uma solução rápida para a crise na Ucrânia. “Foi uma reunião difícil, longa e séria”, disse o ministro alemão de Relações Exteriores. “Não posso sinalizar no momento que estamos no caminho certo para estabelecer um processo internacional” através do qual Rússia e Ucrânia possam começar as negociações, disse.

Reino Unido adota posição de cautela

Londres (AE) – As opções do Reino Unido permanecem em aberto com relação a possíveis ações contra a Rússia após a intervenção militar na Ucrânia, disse ontem o secretário de Relações Exteriores do país, William Hague, depois que um documento do governo sugeria que o país não apoiaria determinadas sanções. A insistência do Reino Unido em dizer que a Rússia pode enfrentar “custos significativos” se não fizer suas tropas recuarem de volta às bases na Crimeia foi questionada ontem, depois que a mídia local publicou uma foto de um documento indicando que o Reino Unido pode estar menos disposto do que os Estados Unidos a aumentar a pressão sobre o presidente Vladimir Putin.

“O Reino Unido não deve apoiar, por ora, sanções comerciais… Ou fechar o centro financeiro de Londres para os russos”, assinalou o documento, que foi fotografado ao ser transportado na segunda-feira por Hugh Powell, vice-conselheiro de segurança nacional, segundo informou o jornal Telegraph.

O documento afirmava que o Reino Unido deve estar preparado para se juntar a outras nações da União Europeia na imposição de restrições de visto e proibição de viagens a autoridades russas, desencorajar discussões sobre preparativos militares de contingência e participar de trabalho de contingência da UE no fornecimento de gás à Ucrânia caso a Rússia interrompa o abastecimento, noticiaram os jornais locais. “Eu quero deixar absolutamente claro que tudo o que está escrito em um documento não é necessariamente um guia para as decisões que serão tomadas pelo governo ”, disse Hague ao Parlamento.

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