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Jornal de WM

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Woden Madruga 

A bagunça do Senado
O Brasil segue sofrendo com a tragédia de Brumadinho (acrescida agora com mais duas: a forte tempestade do Rio de Janeiro e o incêndio no Centro de Treinamento do Flamengo). Mas a dor da nação não consegue apagar o espanto provocado pela sessão do Senado que elegeu o novo presidente da casa, considerada a mais importante do Poder Legislativo. Foi a primeira grande bagunça do ano e uma das maiores da história do Congresso. Fazia muito tempo que não se via na televisão espetáculo tão grotesco, uma tarde de sábado (continuação da reunião de sexta) para jamais se esquecer. Se Nelson Rodrigues vivo fosse repetiria várias vezes uma de suas famosas frases: “Nada mais cretino e cretinizante do que a paixão política. É a única paixão sem grandeza, a única que é capaz de imbecilizar o homem”.
Pelo que se viu no palco de luxo de Brasília há uma forte enxurrada de imbecilização política pelo país afora, derrubando todas as barragens do bom senso. Já no título de seu editorial da edição do dia 5, terça-feira, o jornal Estado de S. Paulo definiu muito bem o que foi a eleição do Senado: “Uma grande bagunça”.  Logo no primeiro parágrafo, lê-se a sentença perfeita:
– O início da 56ª Legislatura do Senado foi uma grande bagunça, com estudantadas de ensino médio, afrontas ao Regimento Interno do Senado e uma reiterada indiferença pelos bons modos. Ainda que o senador Renan Calheiros tenha sido derrotado – o que é uma excelente notícia -, a eleição para a presidência do Senado foi uma vitória das piores práticas políticas. A tão esperada “nova política” ainda não foi vista. ”
Adiante, o Estadão conclui:
–  Não há dúvida de que o senador Renan Calheiros não reunia as condições para presidir o Senado dentro do que se espera da “nova política”. Mas o que foi feito nos dois primeiros dias de fevereiro envergonha a história do Senado. Não há possibilidade de boa política fora dos cânones institucionais. O Regimento Interno do Senado é lei para os senadores – ele não pode ser ignorado quando o seu conteúdo desagradar a alguns. O novo presidente do Senado, Davi Alcolumbre, mostrou do que é capaz quando seus interesses estão em jogo. Não foi um bom começo. ”
Agora, descendo pela rampa do Congresso no rumo da Esplanada dos Ministérios, o Palácio do Planalto ao lado, Nelson Rodrigues certamente repetiria outra de suas frases famosas: “Nunca houve inteligência coletiva, trezentas pessoas reunidas constituem um bloco monolítico de incompreensão, frequentemente de estupidez”.
Se alguém em Natal perguntasse ao Conde de Miramonte, João Alfredo Pegado Cortez (fosse ele vivo ainda flanando pelo Grande Ponto), sua opinião sobre o que aconteceu sábado no Senado, certamente o autor de o “Beco da Quarentena” responderia daquele seu jeito como gostava de se expressar, separando bem as sílabas e acentuando forte a penúltima: “CA-TAS-TRÓ-FE”.
A vaca do ministro
Da jornalista Carolina Brígida, na coluna Politicando, de O Globo, quarta-feira, 06:
– Morador de uma casa no Lago Sul, bairro nobre de Brasília, o ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), tem hábitos pessoais particulares. Um deles é criar uma vaca no jardim. Ele conta que tomou a decisão de adquirir o bicho por gostar de tomar leite direto da vaca todos os dias.
– Para aumentar o clima bucólico na residência, o ministro cria passados. Mas não os deixa atrás das grades – aliás, da mesma forma que costuma fazer com condenados que ainda têm direito a recurso judicial. Em uma árvore ele deposita pedaços de mamão e banana. Os pássaros aparecem para fazer as refeições. ”
Chuva
Claro que a política continua dominando a pauta do Cova da Onça, derna do tempo do governo do doutor José Augusto Bezerra de Medeiros que tinha cadeira cativa na famosa calçada da avenida Tavares de Lira. Mas nos últimos dias as chuvas que caem pelos nossos sertões (depois de 7 anos de seca) fazem a alegria de todos da casa, cada um de seus frequentadores trazendo uma boa nova, do Oeste ao Agreste passando pelo Seridó, levantando um brinde a São Pedro.
Entretanto, esta semana, teve uma notícia que espantou a todos da roda. Foi vista na televisão do salão: “Chove muito na região Oeste, mas os agricultores reclamam que falta semente para plantar. ”
É o jeito devagar do Rio Grande do Norte andar,  capengando.
No Sebo Vermelho  
Passando sexta-feira pelo Cova da Onça, duas semanas sem ir a Ribeira, escutei queixas do Mestre Gaspar reclamando da ausência do poeta Carlos Castilho que, derna do final de dezembro, não assina o ponto por lá. Mudou de rumo e de pousada.
Gaspar descobriu que Castilho deixou de ser “canguleiro” para ser “xaria”. O poeta aderiu à confraria do Sebo Vermelho, na Cidade Alta, fechando a roda, dia-sim-dia-não, com Abimael Silva, Manoel Onofre Jr., Racine Santos, Berilo Castro, o Bispo de Taipu e outros confrades disponíveis.
Segurança  
As notícias da semana destacam a precariedade da segurança pública no Rio Grande do Norte. Há um déficit de dez mil policiais, sendo três mil na Polícia Civil e sete mil na Polícia Militar. Estado mesmo de insegurança quase total.
Como e quando o Governo do Estado vai preencher essas vagas? 
Na Academia  
Depois do recesso do verão a Academia Norte-Rio-Grandense de Letras volta às suas atividades, reunião marcada para o dia 15, quinta-feira, coisa das 17 horas. Na pauta o planejamento das atividades culturais para este ano de 2019. Em março sai o próximo número da Revista da ANRL, edição especial dedicada à Mulher.
Dos 25 fundadores da Academia (ano de 1936), duas são mulheres: Carolina e Palmira Wanderley. Patronas, três: Nísia Floresta (cadeira 2), Isabel Gondim (cadeira 8) e Auta de Souza (cadeira 20). Atualmente são cinco imortais: Eulália Duarte Barros, Sônia Fernandes Faustino, Diva Cunha Pereira de Macedo e Maria Leide Câmara de Oliveira. Foram acadêmicas: Maria Eugênia Montenegro, América Fernandes Rosado Maia e Ana Maria Cascudo Barreto.
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