Londres – A pátria do futebol se tornou um importante jogador da economia mundial. É dessa forma que o jornal inglês “The Guardian” apresenta o Brasil, em um caderno especial de 20 páginas publicado ontem, dedicado totalmente ao País. Mas, apesar dos inúmeros avanços, o diário aponta que há problemas importantes ainda a serem resolvidos. “A entrada de investimentos atinge recordes, as exportações de tudo, desde soja a biocombustíveis, estão disparando e a renda de ricos e pobres está subindo e gerando um boom de consumo”, descreve a publicação. “O Brasil está vivendo um momento de alta do emprego, baixa inflação e constante crescimento econômico.”
Na avaliação do jornal, após décadas de crise, o maior País da América Latina passa por um período de avanço sustentável que poderá, finalmente, abrir as portas para o enorme potencial que o “país do futuro” sempre teve. A criação de 1,4 milhão de empregos por ano aliada aos mais de US$ 100 bilhões em reservas externas, inflação anual de 4,7%, crescimento anual acima dos 4%, aumento do crédito, boom na construção civil e a valorização de mais de 60% registrada pela Bovespa no ano passado são os dados citados pelo jornal, descritos como “bons a espetaculares”.
Além disso, a nação exporta tanto jogadores de futebol quanto aviões e carros, destaca a publicação. “O Brasil vive um momento muito positivo, apesar de ainda termos muitas coisas para fazer”, diz o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, entrevistado pelo diário britânico.
Segundo ele, se o País continuar nos trilhos da estabilidade econômica poderá apresentar números tão impressionantes quanto os da Espanha de algumas décadas, após Franco deixar o poder. O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, também entrevistado pelo jornal, diz que essa exuberância experimentada pelo Brasil “ocorre em razão dos fundamentos econômicos estarem todos corretos”. “Esta é uma boa razão para todo o otimismo em torno do Brasil (…), o país hoje é menos vulnerável do que era no passado.” Segundo os analistas entrevistados pela reportagem do “Guardian”, agora, quando a “economia norte-americana pegar uma gripe, o Brasil não vai mais pegar uma pneumonia”. O diário também traz o perfil de alguns líderes que considera de destaque dentro desse ambiente: o presidente da Vale, Roger Agnelli, o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, o presidente do Itaú, Roberto Setúbal, o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, e o governador do Espírito Santo, Paulo Hartung (PMDB).