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Jornalistas no mundo dos livros

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Quem começa a ler Discurso e Argumentação no Blog Fatos e Dados da Petrobras, de Daniel Dantas Lemos, Editora Curviana, 297 páginas, Feira de Santana, Bahia, não deve se assustar com a introdução. Como o livro nasceu de uma dissertação de mestrado do autor, o que se lê logo de entrada é aquele palavreado acadêmico que assusta qualquer leitor que não faça parte desse estranho universo: o mundo acadêmico.

Ele começa o livro contando os primórdios da internet e, a meu ver, todo leitor que se encanta hoje com as maravilhas da blogosfera, precisa saber como nasceu esse monstro. Então, se puder, pule a introdução e vá direto ao texto principal. Só assim você vai ficar sabendo o que diabo é intertexto, por exemplo.

Depois você fica sabendo o que é uma tal de arquitetura de informações. Citando um determinado autor, Dianel explica que “uma boa arquitetura de informações garante funcionalidade, fluidez, conforto, áreas de circulação de diferentes velocidades, atalhos, pontos de encontro e referência, vias de distribuição, clareza, iluminação, preservação da memória, amplitude e profundidade”.

 Aqui e acolá o pobre leitor vai ebarrar em coisas como: “Desse modo, a intersubjetividade surge em Bakhtin como elemento social. Como explica Recuero (2004), para Bakhtin, a comunicação existe a partir do diálogo, enquanto reconhecimento mútuo entre sujeitos que interagem como um ‘eu’ e um ‘tu’. Assim, a dialogia inerente ao discurso, na visão bakhtiniana, baseia-se nas relações intersubjetivas de troca comunicativa”.

Daniel Dantas Lemos é professor do curso de jornalismo da Universidade Federal do Ceará, com títulos de mestre e doutor. Ele está escrevendo para seus alunos e, digo com toda franqueza, dificilmente vai seduzir o leitor comum com esse tipo de linguagem. A famosa linguagem acadêmica. O livro dele, portanto, é bastante técnico, mas muito informativo, garanto.

Como a especialidade de Daniel Dantas Lemos é na área dos Estudos da Linguagem, o leitor pode ter certeza que ele navega nas águas da linguística. E línguística, meus amigos, não é brinquedo para qualquer um, todos nós que fizemos algum curso de Letras sabemos disso. Sendo fruto de uma dissertação, o livro não dá chance nenhuma a quem espera uma prosa fluida, fácil, divertida. Não, é texto árido mesmo, de difícil leitura, mas facilmente compreensível para estudantes de Comunicação Social.

Há muito que se discute nos corredores das universidades uma forma mais literária de se escrever ciência. Alguns já tentaram e eu até conheço um doutor que apresentou sua tese em forma de romance. Não sei qual é o melhor caminho nem vou aqui crucificar o autor porque escolheu esse estilo. Acho que ele cumpriu com êxito sua tarefa e os títulos que ele tem não me deixam mentir.

O cerne da questão é que ele analisa um blog de uma grande empresa estatal, que é a Petrobras. E depois de fuçar o quanto pude o livro, só pude compreender que o autor aponta vários caminhos para quem pretende fazer um blog corporativo como é da empresa citada. Dentro de minha ignorância no assunto não pude entender grandes coisas. Deixo a palavra aos especialistas.

Acho que o livro de Daniel Dantas Lemos acrescenta muitas perspectivas ao estudo da Comunicação Social no mundo da internet e abre várias questões importantes sobre o assunto.

O livro Como se Fossem Letras, de Paulo Araújo, Editora Jovens Escribas, 179 páginas, Natal, é de outro feitio. Apresentado luxuosamente pelo jornalista Vicente Serejo, o livro é uma coletânea de textos publicados pelo jornalista na imprensa brasileira.

No meu blog aqui na TRIBUNA DO NORTE, você vai encontrar as seguintes informações sobre o livro: “Dividido em cinco capítulos, o livro traz um panorama, com explicações didáticas e exemplos práticos, das várias maneiras de fazer jornalismo sem a preocupação com o factual.

No capítulo de entrevistas, por exemplo, o leitor vai encontrar uma longa conversa travada entre Paulo e o escritor paraibano Ariano Suassuna no Recife. ‘Ariano falou de coisas inéditas nessa entrevista, tais como o tempo em que morou em Natal, os bastidores da construção literária da peça O Auto da Compadecida e o projeto para nunca morrer’, diz Araújo.

Em 2008, Paulo Araújo fez parte da equipe de jornalistas brasileiros que criou o primeiro jornal de economia e finanças de Luanda. A experiência acabou resultando num longo panorama sobre a cultura africana, publicado em 2009 na revista da Livraria Cultura. No livro, além dessa reportagem, comparece um bem humorado Dicionário Angolano para entender o país africano que mais se parece com o Brasil e os causos de confusão linguística entre brasileiros, angolanos e portugueses.

No Rio Grande do Norte, o jornalista lançou o olhar sobre a região do Seridó, palco de uma das três maiores festas religiosas do Brasil, o desenvolvimento econômico e cultural da cidade de Mossoró e fez uma adaptação da história de Chapeuzinho Vermelho para o Rio Potengi, em Natal, escrita na época em que Araújo era aluno do curso de Estilos Jornalístico, do professor Vicente Serejo, autor do prefácio.”

Pois bem, Paulo Araújo é  um jornalista experiente, tarimbado em várias redações pelo Brasil afora. Dessa experência ele oferece ao leitor um painel diversificado e repleto de informações. Ele dono de um estilo elegante, fluido e muito gostoso de ler. São textos como Um Dia na Vida de Nalva Melo que dão gosto de ler este livro.

Quero crer que Paulo Araújo ainda vai se lançar em aventuras literárias mais ambiciosas. Ele tem talento e cacife para tanto. Por enquanto fica para o leitor esse gostinho de “quero mais” nessa leitura de seus textos já publicados anteriormente em veículos variados. Sai ganhando o leitor potiguar, sai ganhando a literatura e o jornalismo potiguares.

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